31.3.09
29.3.09
Mighty Aphrodite (1995) Woody Allen
No tempo em que o Woody Allen só´fazia filme em Nova Iorque!Pronto o coro grego merecia o desvio fica bem na cronica da vida de casado, as lutas entre a familia vs carreira, este ou o outro tipo...
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(IV)
A Máfia em Paris ou DETECTIVE de Jean- Luc Godard
Principio e o fim - O AMOR É ETERNO. a catastrofe é a primeira estrofe de um poema de amor.
"Não se preocupe porei amanha o Tiger Jones KO"
"Não mas ele não é o Tiger Jones"
"Mas um campeão luta sempre contra si próprio"
trailer à la Godard
Principio e o fim - O AMOR É ETERNO. a catastrofe é a primeira estrofe de um poema de amor.
"Não se preocupe porei amanha o Tiger Jones KO"
"Não mas ele não é o Tiger Jones"
"Mas um campeão luta sempre contra si próprio"
trailer à la Godard
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(X)
GRAN TORINO
Humor, Drama, Personagens, Dialogos, Representações e um filme tão dos nossos dias!
Clint seco, amargo, inconveniente, sem papas na lingua, um familia sanguessuga hipocrita e o retrato de uma comunidade emigrante.
5 stars
Humor, Drama, Personagens, Dialogos, Representações e um filme tão dos nossos dias!
Clint seco, amargo, inconveniente, sem papas na lingua, um familia sanguessuga hipocrita e o retrato de uma comunidade emigrante.
5 stars
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(IX)
from "Territory" / N620 Spain - Road Map © Luís Palma
BES PHOTO/PETER KOGLER no ccb até 17 e 31 de Maio
do BES foto o conceito"territorialidade" sobre o qual trabalhou/ fotografou Luis Palma, foi de todos os trabalhos a concurso aquele que considerei mais interessante mas sei que o Andre Gomes conquistará a atenção do publico com o Livro de Angela e cuidado não ignorem a instalação sonora de Edgar Martins!
Peter Kogler constroi espaços esteticos equilibrados, visualmente agradaveis, apraziveis e diferentes que decorrem do estudo que faz sobre formigas e ratos, as suas movimentaçoes e organização. A que distância estamos deles quando nos vemos reflectidos entre a representação os seus trajectos?
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(V)
Poema sem rima e de escassas palavras... o motor são as figuras biblicas Reis Magos. Das personagens anafadas já se sabe para onde vão, de onde veem, as suas motivaçoes e intenções! Albert Serra queria so representar num ensio- artistico-poetico- filmico( por meio de uma mise en scene sem grande compromisso com o real, um trabalho de saturação da imagem, e de uma escolha sonora entre o silencio e o ruido) um acontecimento que na cultura espanhola é relevante - A visita dos Reis pelo nascimento do Messias.
O CANTO DOS PÁSSAROS
O CANTO DOS PÁSSAROS
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VI)
JOSEP NIEBLA: Paixão pela Pintura (Lisboa) 13 Mar 2009 - 03 Mai 2009
É sempre optimo ir ao Palacio das Galveias ver um artista que funde a pintura com o ferro, tecidos e neons em temas como África e o Amor.
Atenção às obras "à distancia", "memória oxidada" e "os dias em que te vejo" uma composição de ferro, um fundo negro/ um mar de onde emergem barras douradas na orla...
28.3.09
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(III)
THE WRESTLER* Amor ou atenção
Personagens de palcos de focos e de luzes que vivem na miseria da indeferencia suplicando o mais basico do afecto humano a atenção.
É o de mais proximo de amor que conseguem um cliente -doente- pai ausente-exestrela Wrestling -com o casaco rasgado e colado com fita cola e uma mãe presente- sozinha - que não passa de stripper a envelhecer por quem a carne de ninguem se interessa.
A luz apaga-se um dia, o palco foge e não passaremos de velhos que precisam de atenção.
REAL. Darren Aronofsky
WRIT. Robert D. Siegel
WITH Mickey Rourke e Marisa Tomei
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VII)
ROBOT ARTe
Leonel Moura, artista plástico nascido em Lisboa em 1948, em 2009, é embaixador de Portugal no Ano Europeu da Criatividade e Inovação pelo trabalho desenvolvido nestes últimos anos com robótica e inteligência artificial.
Em 2003 criou a primeira geração de robôs pintores capazes de produzir, de forma autónoma e baseados no comportamento emergente, obras de arte originais.
Em 2006 cria o RAP (Robotic Action Painter) – este robot para além da produção de pinturas, decide por si próprio o momento em que a estas estão terminadas e assina.
Também em 2006 segue-se ISU (O robô que passa a figurar na colecção permanente do Museu de História Natural de Nova Iorque - e que para além da produção de pinturas, decide por si próprio o momento em que a estas estão terminadas e assina. Constrói também, em 2006, o ISU (O robô poeta) que constrói composições pictóricas, com letras, palavras e manchas de cor, muito ao estilo da Poesia Concreta e do Letrismo, donde retira o seu nome em homenagem a Isidore Isou criador deste movimento.
Leonel Moura e a ROBOT ARTe com a ISU, The Poet Robot e RAP [Robotic Action Painter] a espreitar em óbidos até 24 de Maio ou se não ficar a caminho no sitio www.leonelmoura.com!
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VIII)
... um 8 e 1/2 do teatro e improvisa-se TANTO TEATRO no Dona Maria II até 5 de Abril.
ESTA NOITE IMPROVISA-SE
Luigi Pirandello
Encenador: Jorge Silva Melo
Actor: Alexandra Viveiros, Alexandre Ferreira, Andreia Bento, António Simão, Cândido Ferreira, Carlos Marques, Cecília Henriques, Crista Alfaiate, Jéssica Anne, João Meireles, João Miguel Rodrigues, Joaquim Pedro, John Romão, Lia Gama, Luís Godinho, Pedro Carraca, Miguel Telmo, Pedro Lacerda, Pedro Luzindro, Ricardo Batista, Sara Belo, Sara Moura, Sílvia Filipe, Vânia Rodrigues, Victor Gonçalves
ESTA NOITE IMPROVISA-SE
Luigi Pirandello
Encenador: Jorge Silva Melo
Actor: Alexandra Viveiros, Alexandre Ferreira, Andreia Bento, António Simão, Cândido Ferreira, Carlos Marques, Cecília Henriques, Crista Alfaiate, Jéssica Anne, João Meireles, João Miguel Rodrigues, Joaquim Pedro, John Romão, Lia Gama, Luís Godinho, Pedro Carraca, Miguel Telmo, Pedro Lacerda, Pedro Luzindro, Ricardo Batista, Sara Belo, Sara Moura, Sílvia Filipe, Vânia Rodrigues, Victor Gonçalves
26.3.09
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(I)
A personagem faz um arco vai de um sitio a outro.*Christopher Moltisanti o mafioso que quer ser argumentista de cinema.THE SOPRANOS season 1
21.3.09
com o sol de Inverno nao tenho calor, por isso Xau
poemario assirio & alvim 2009 hoje diz Caeiro
"que triste não saber florir!
ter que por verso sobre verso,
como quem constroi um muro
e ver se esta bem
e tirar se não está!"
o ccb dizia Clarice Lispector
"Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém."
20.3.09
"Quais" da familia?
http://www.myspace.com/odesertobranco
Deserto branco... O encanto deve ser de familia!!
Como é que entrantes nesta canção?
Neste instrumento sou fraco mediano e por ti arrisco este solo de piano.
Deserto branco... O encanto deve ser de familia!!
Como é que entrantes nesta canção?
Neste instrumento sou fraco mediano e por ti arrisco este solo de piano.
19.3.09
A Mae
O romance Mãe é considerado um dos trabalhos mais importantes do escritor revolucionário russo Máximo Gorki. Escrito em 1907, quanto o autor encontrava-se refugiado em Staten Island com sua mulher, o romance começa descrevendo os hábitos e a vida das pessoas num típico bairro operário russo, para logo depois se dedicar à história de uma das famílias.
Logo nos primeiros capítulos do romance o chefe da família, Mikhail Vlassov morre, deixando Peláguea Nilovna viúva e o jovem Pavel órfão. Sua morte, no entanto, não causa grande comoção entre os familiares e nem mesmo entre os vizinhos e companheiros do bairro onde morava, uma vez que o velho tinha hábitos rudes e grotescos, principalmente com Peláguea e Pavel, com quem não falava há mais de dois anos. “(...) Mikhail Vlassov, serralheiro, cabeludo, sóbrio, que, com seus olhos pequenos, sob grossas sobrancelhas, olhava com desconfiança e escárnio. O melhor serralheiro da fábrica e o mais forte e temido do bairro operário, era grosseiro com seus superiores e, por isso, ganhava pouco; aos feriados sempre surrava alguém e todos o temiam e detestavam”.
Livre dos pesadelos da vida doméstica com seu marido, Peláguea Nilovna passa a observar melhor o comportamento de seu filho Pavel. Logo percebe que seus hábitos não são iguais aos dos outros jovens do bairro, que não freqüenta as festas nem consome álcool em demasia, mas mesmo assim permanece um grande tempo fora de casa. A mãe chega a formular diversas hipóteses para justificar a ausência constante do filho, porém descarta todas elas. Certo dia, após o jantar, Pavel encosta-se num canto e sob a luz do lampião começa a ler um livro, a mãe se aproxima dele em silêncio, e então o filho revela: “Estou lendo livros proibidos. São proibidos, porque dizem a verdade sobre nossas vidas de operários...”. Subitamente a mãe sente um aperto no coração e então Pavel explica-lhe pacientemente tudo o que já havia aprendido sobre a vida dos operários e diz-lhe que em breve alguns de seus amigos da cidade virão até a casa, para que se realize uma reunião.
A partir daí, passam a ser realizadas reuniões constantes na casa de Pavel, que no início causam grande temor a mãe, que com o passar do tempo acalma-se e passa a sentir uma grande simpatia pelos companheiros de seu filho. O grupo organizado por Pavel passa a atuar nas fábricas do bairro, são distribuídos panfletos e chegam até mesmo a organizar uma greve. Tudo isso, numa época em que a repressão do governo czarista era enorme. Por essas ocasiões, Pavel chegou a ser preso, porém não demorou muito a ser solto novamente. Durante o tempo de retenção de seu filho, Nilovna passou a cooperar mais ativamente com o grupo de jovens que se organizava no bairro, tendo inclusive, disfarçada de vendedora de comida, infiltrado diversas edições de panfletos nas fábricas, passando com muita esperteza e facilidade pela vigilância dos guardas e patrões.
Às vésperas da manifestação do 1º de Maio de 1902 na Rússia, um acontecimento real retratado no livro, a mãe já havia adquirido uma compreensão sobre a importância da atividade do filho, chegando a ajudar nos preparativos para a manifestação no bairro, que contou com panfletos e cartazes, e também uma boa organização para escapar da vigilância da polícia czarista. “Os manifestos, conclamando os operários a festejar o Primeiro de Maio, eram pregados nos muros e paredes todas as noites; apareciam, até, na porta da delegacia, e eram encontrados, diariamente, na fábrica. Todas as manhãs, policiais, enfurecidos, percorriam o bairro, arrancando e raspando os cartazes roxos das paredes, mas, à hora do almoço, eles voltavam a voar pelas ruas, caindo aos pés dos transeuntes”.
A manifestação do Primeiro de Maio foi um sucesso no bairro, reunindo uma multidão de operários, sob o comando do grupo de Pavel, que foi um dos líderes que mais se destacou. Nesse momento, o grupo se identifica pela primeira vez no livro como integrante do Partido Operário Social Democrata Russo.
Com o avanço da passeata, em determinada rua do bairro ela se encontra com um batalhão de policiais, mas não deixa de avançar. Aos poucos a multidão começa a se dispersar, mas os líderes da manifestação seguem em frente até entrar em choque com a polícia. Resulta do confronto a prisão de Pavel e todos os seus companheiros, incluindo o ucraniano Andrei, que há algum tempo estava morando em sua casa e havia adquirido uma grande amizade com a mãe. À prisão seguiu-se um ato de protesto em que Nilovna tomou parte principal discursando não apenas em favor de seu filho, mas demonstrando já um conhecimento da causa a que ele servia.
Temerosos de que houvessem retaliações à mãe de Pavel, que encontrava-se sozinha em casa depois de sua prisão, seus companheiros do partido levaram Paláguea para morar na cidade, pois a polícia já havia invadido e revistado sua casa em duas ocasiões anteriores e desta vez ela mesma poderia ser levada presa.
A partir daí então, a mãe foi morar na casa de um militante chamado Nicolai, passando a trabalhar cada vez mais pelo partido, sendo responsável principalmente pelo transporte de jornais, panfletos e manifestos, principalmente para os camponeses, tornando-se com o passar do tempo, uma verdadeira militante.
A obra retrata com fidelidade a agitação social em que a Rússia estava submersa no começo do século, o inicio do movimento político no bairro operário, de uma forma que apenas um profundo conhecedor da cultura, dos falares, das gírias e costumes do povo russo, como Gorki, poderia realizar, fazendo despertar um profundo entusiasmo através da história da vida de Pelaguéa Nilovna, a Mãe.
**
Num mundo de incertezas, esta é uma tentativa de apresentar provocações/soluções outras que nos façam questionar este caminho único e difuso que, evidentemente, não nos serve.
GESTÃO DE POTENCIAL "geração dos 500 euros"
Encenação Gonçalo Amorim
Músico João Paulo Esteves da Silva
Com Bruno Bravo, Carla Galvão, Carla Maciel, Carloto Cotta, David Pereira Bastos, Mónica Garnel, Paula Diogo, Pedro Carmo, Raquel Castro e Romeu Costa
Logo nos primeiros capítulos do romance o chefe da família, Mikhail Vlassov morre, deixando Peláguea Nilovna viúva e o jovem Pavel órfão. Sua morte, no entanto, não causa grande comoção entre os familiares e nem mesmo entre os vizinhos e companheiros do bairro onde morava, uma vez que o velho tinha hábitos rudes e grotescos, principalmente com Peláguea e Pavel, com quem não falava há mais de dois anos. “(...) Mikhail Vlassov, serralheiro, cabeludo, sóbrio, que, com seus olhos pequenos, sob grossas sobrancelhas, olhava com desconfiança e escárnio. O melhor serralheiro da fábrica e o mais forte e temido do bairro operário, era grosseiro com seus superiores e, por isso, ganhava pouco; aos feriados sempre surrava alguém e todos o temiam e detestavam”.
Livre dos pesadelos da vida doméstica com seu marido, Peláguea Nilovna passa a observar melhor o comportamento de seu filho Pavel. Logo percebe que seus hábitos não são iguais aos dos outros jovens do bairro, que não freqüenta as festas nem consome álcool em demasia, mas mesmo assim permanece um grande tempo fora de casa. A mãe chega a formular diversas hipóteses para justificar a ausência constante do filho, porém descarta todas elas. Certo dia, após o jantar, Pavel encosta-se num canto e sob a luz do lampião começa a ler um livro, a mãe se aproxima dele em silêncio, e então o filho revela: “Estou lendo livros proibidos. São proibidos, porque dizem a verdade sobre nossas vidas de operários...”. Subitamente a mãe sente um aperto no coração e então Pavel explica-lhe pacientemente tudo o que já havia aprendido sobre a vida dos operários e diz-lhe que em breve alguns de seus amigos da cidade virão até a casa, para que se realize uma reunião.
A partir daí, passam a ser realizadas reuniões constantes na casa de Pavel, que no início causam grande temor a mãe, que com o passar do tempo acalma-se e passa a sentir uma grande simpatia pelos companheiros de seu filho. O grupo organizado por Pavel passa a atuar nas fábricas do bairro, são distribuídos panfletos e chegam até mesmo a organizar uma greve. Tudo isso, numa época em que a repressão do governo czarista era enorme. Por essas ocasiões, Pavel chegou a ser preso, porém não demorou muito a ser solto novamente. Durante o tempo de retenção de seu filho, Nilovna passou a cooperar mais ativamente com o grupo de jovens que se organizava no bairro, tendo inclusive, disfarçada de vendedora de comida, infiltrado diversas edições de panfletos nas fábricas, passando com muita esperteza e facilidade pela vigilância dos guardas e patrões.
Às vésperas da manifestação do 1º de Maio de 1902 na Rússia, um acontecimento real retratado no livro, a mãe já havia adquirido uma compreensão sobre a importância da atividade do filho, chegando a ajudar nos preparativos para a manifestação no bairro, que contou com panfletos e cartazes, e também uma boa organização para escapar da vigilância da polícia czarista. “Os manifestos, conclamando os operários a festejar o Primeiro de Maio, eram pregados nos muros e paredes todas as noites; apareciam, até, na porta da delegacia, e eram encontrados, diariamente, na fábrica. Todas as manhãs, policiais, enfurecidos, percorriam o bairro, arrancando e raspando os cartazes roxos das paredes, mas, à hora do almoço, eles voltavam a voar pelas ruas, caindo aos pés dos transeuntes”.
A manifestação do Primeiro de Maio foi um sucesso no bairro, reunindo uma multidão de operários, sob o comando do grupo de Pavel, que foi um dos líderes que mais se destacou. Nesse momento, o grupo se identifica pela primeira vez no livro como integrante do Partido Operário Social Democrata Russo.
Com o avanço da passeata, em determinada rua do bairro ela se encontra com um batalhão de policiais, mas não deixa de avançar. Aos poucos a multidão começa a se dispersar, mas os líderes da manifestação seguem em frente até entrar em choque com a polícia. Resulta do confronto a prisão de Pavel e todos os seus companheiros, incluindo o ucraniano Andrei, que há algum tempo estava morando em sua casa e havia adquirido uma grande amizade com a mãe. À prisão seguiu-se um ato de protesto em que Nilovna tomou parte principal discursando não apenas em favor de seu filho, mas demonstrando já um conhecimento da causa a que ele servia.
Temerosos de que houvessem retaliações à mãe de Pavel, que encontrava-se sozinha em casa depois de sua prisão, seus companheiros do partido levaram Paláguea para morar na cidade, pois a polícia já havia invadido e revistado sua casa em duas ocasiões anteriores e desta vez ela mesma poderia ser levada presa.
A partir daí então, a mãe foi morar na casa de um militante chamado Nicolai, passando a trabalhar cada vez mais pelo partido, sendo responsável principalmente pelo transporte de jornais, panfletos e manifestos, principalmente para os camponeses, tornando-se com o passar do tempo, uma verdadeira militante.
A obra retrata com fidelidade a agitação social em que a Rússia estava submersa no começo do século, o inicio do movimento político no bairro operário, de uma forma que apenas um profundo conhecedor da cultura, dos falares, das gírias e costumes do povo russo, como Gorki, poderia realizar, fazendo despertar um profundo entusiasmo através da história da vida de Pelaguéa Nilovna, a Mãe.
**
Num mundo de incertezas, esta é uma tentativa de apresentar provocações/soluções outras que nos façam questionar este caminho único e difuso que, evidentemente, não nos serve.
GESTÃO DE POTENCIAL "geração dos 500 euros"
Encenação Gonçalo Amorim
Músico João Paulo Esteves da Silva
Com Bruno Bravo, Carla Galvão, Carla Maciel, Carloto Cotta, David Pereira Bastos, Mónica Garnel, Paula Diogo, Pedro Carmo, Raquel Castro e Romeu Costa
Tempos de Verao
Sem conflito, sem tensão. Relata factos de forma morna e espera-se sempre qualquer coisa que afinal nao está lá! Será que é agora que Fedriric defende aqquilo em que acredita e vai discutir? Será que a jarra vai dispultar um equivoco?
O argumento respira de elipse em elipse que estão lá subtilmente poupando-nos ao dramalhão. Haja mestria para criar a linha narrativa!
O realizador Olivier Assayas "justifica" a derrocada do filme depois das cenas iniciais da festa familiar comemorativa do 75º aniversario da mãe, pelo facto deste filme ser uma encomenda - como "O Voo do Balão Vermelho", de Hou Hsiao-Hsien, num lote de projectos co-financiados pelo museu de Orsay por ocasião do seu 20º aniversário.
18.3.09
Variações Enigmáticas
A partir de Eric-Emmanuel Schmitt, o Teatro da Comuna apresenta uma história em que dois homens se defrontam. Um é Prémio Nobel da Literatura e recorda a sua paixão por uma mulher; o outro é um jornalista que arranjou um pretexto para se encontrar com o escritor. Perguntas e respostas em cena na Comuna, em Lisboa
Ficha Técnica:
Tradução: Carlos Paulo
Cenografia: José Capela
Desenho de Luz: João Mota
Figurinos: Carlos Paulo
Elenco: Carlos Paulo e Álvaro Correia
Assistente encenação: Hugo Franco
Guarda Roupa: Mestra Aurélia Braz
Equipa Técnica: Renato Godinho e Mário Correia
Fotografia: Susana Paiva
Cartaz: Suzana Paiva/r2com.pt
Assiatência Geral: Cremilde Paulo, Madalena Rocha, Alexandre Lopes, Leonor Gama, Assunção Dias e Eduardina Sousa
Gabinete de Produção: Rosário Silva e Carlos Berna
Ficha Técnica:
Tradução: Carlos Paulo
Cenografia: José Capela
Desenho de Luz: João Mota
Figurinos: Carlos Paulo
Elenco: Carlos Paulo e Álvaro Correia
Assistente encenação: Hugo Franco
Guarda Roupa: Mestra Aurélia Braz
Equipa Técnica: Renato Godinho e Mário Correia
Fotografia: Susana Paiva
Cartaz: Suzana Paiva/r2com.pt
Assiatência Geral: Cremilde Paulo, Madalena Rocha, Alexandre Lopes, Leonor Gama, Assunção Dias e Eduardina Sousa
Gabinete de Produção: Rosário Silva e Carlos Berna
17.3.09
16.3.09
ficar na História
15.3.09
Monstra 2009
Tenho a mania que vou a todas e lá estava eu na Monstra 2009 - Festival de Animação de Lisboa, nas sessões só para vencedores e são eles:
Grande prémio - "$9.99", da realizadora israelita Tatia Rosenthal, utiliza a técnica de figuras de plasticina e moldáveis, é um filme sobre o sentido da vida e baseia-se em contos do escritor israelita Etgar Keret.
O melhor filme apresentado a concurso - "Idiots and Angels", do realizador norte-americano Bill Plympton, já distinguido este ano no Fantasporto,
A melhor banda sonora para Serge Besset que compôs para "Mia et le Migou", de Jacques-Rémy Girerd,
melhor filme para a infância - "Max & Co", dos irmãos Sam e Fred Guillaume, o prémio especial do júri para o filme biografico "Sita Sings the Blues, da realizadora norte-americana Nina Paley,
Os filmes de escola premiados são "DJ Remédios", filme indiano de U. Sharma, D. Imchen, D. Murkherjee, e "Smolik", de Cristiano Mourato.
Grande prémio - "$9.99", da realizadora israelita Tatia Rosenthal, utiliza a técnica de figuras de plasticina e moldáveis, é um filme sobre o sentido da vida e baseia-se em contos do escritor israelita Etgar Keret.
O melhor filme apresentado a concurso - "Idiots and Angels", do realizador norte-americano Bill Plympton, já distinguido este ano no Fantasporto,
A melhor banda sonora para Serge Besset que compôs para "Mia et le Migou", de Jacques-Rémy Girerd,
melhor filme para a infância - "Max & Co", dos irmãos Sam e Fred Guillaume, o prémio especial do júri para o filme biografico "Sita Sings the Blues, da realizadora norte-americana Nina Paley,
Os filmes de escola premiados são "DJ Remédios", filme indiano de U. Sharma, D. Imchen, D. Murkherjee, e "Smolik", de Cristiano Mourato.
14.3.09
As Tears Go By (Wong Kar Wai 1988)
O irmão nao queria admitir que a vida dele estava errada, um ex amor que era tão antigo que entretanto deixou de fumar, então ele resolveu sair atras dela para lhe dizer que tinha achado aquele copo.
O primeiro filme de Wong Kar Wai e aquele que me faltava ver.
13.3.09
12.3.09
www.lejournaldelamaison.com.pt
um colectivo de curiosos activos que se interessam por fazer e falar de fotografia.
A espreitar de três em três semanas...
A espreitar de três em três semanas...
11.3.09
10.3.09
9.3.09
8.3.09
7.3.09
Lá Fora
6.3.09
4.3.09
Viva o Rock
O rock morreu. Viva o rock!
Já lhe vaticinaram o fim mais do que uma vez e até já o cantaram. Mas sempre que uma voz diz que o rock morreu, outras dez se levantam para a contrapor. Foi assim no princípio deste milénio, com os Strokes e os White Stripes a encabeçarem a última vaga rock que atingiu a indústria internacional.
Oficialmente, o rock nasceu em 1954, quando Elvis Presley gravou “That’s Alright Mama” nos míticos Sun Studios. No entanto, desde o meio da década anterior que o rock já vinha emergindo da subcultura afro-americana, do piano-boogie de Little Richards às big-bands de Glenn Miller. No entanto, todos conhecem o Rei Elvis como o pai do rock’n’roll.
Em Portugal, é Rui Veloso o convencionalmente apelidado pai do rock português, devido ao seu álbum de 1980, “Ar de Rock”, que iniciou o boom do novo rock nacional que pontuou no nosso país durante essa década. Contudo, se atentarmos bem na expressão “novo rock português”, conclui-se implicitamente que houve um “velho rock português”. Quando foi isso? E quem foram os principais intervenientes? Talvez esteja lançada uma pista forte quando ouvimos José Cid afirmar que é ele a mãe do rock português.
Os Nuggets portugueses
Em 1972, o director da Elektra Records, Jac Holzman, compilou no mesmo álbum o que de melhor se fez na música rock norte-americana dos finais dos anos 60. O resultado foi a colecção “Nuggets” (de seu título completo “Nuggets: Original Artyfacts From the First Psychedelic Era”), um dos documentos essenciais da história rock e, inclusive, eleito pela Rolling Stone como um dos 200 discos essenciais de todo o sempre.
Esta compilação percursora influenciou uma série de outras, mais ou menos semelhantes, como a série “Peblees”, a “Rubbles”, ou a “Back From The Graves”, que, por sua vez, influenciaram a evolução natural do rock (alguém mencionou o punk?). Agora, chegou a altura da versão nacional – “Portuguese Nuggets”, uma compilação dupla que reúne o que de melhor se fez em Portugal nos anos 60, na área do rock’n’roll, da surf-music e do ye-ye.
O rock português dos anos 60 ou o rock em Portugal nos anos 60?
Significa então isto que, ao contrário do que muita gente pensa, já havia uma forte tradição rock em Portugal nos anos 60. E que tipo de rock era esse?
É GG Alin (nome fictício), um dos responsáveis por esse projecto inovador que poderá (deverá) tornar-se num dos documentos fundamentais da música nacional – o “Portuguese Nuggets” –, que nos dá essa resposta. Tal como um pouco por toda o Ocidente, também em Portugal se vivia a euforia do r&b branco, a cultura mod e a british invasion. Por isso, “o rock português era quase uma cópia do que se fazia lá fora, com a excepção de que não tinha a força ou a produção dos outros”. Além disso, “em Portugal, para as bandas tocarem ao vivo, tinha de ser em bailes. E por isso tinha-se de fazer covers de músicas tradicionais, mas em versões surf, por exemplo”. Era o caso do Conjunto Mistério ou Os Tártaros, que aparecem na colectânea a interpretarem versões surf dos temas populares «Alecrim» e «Rosa Arredonda A Saia», respectivamente.
Seria então o rock português dos anos 60 ou o rock em Portugal nos anos 60? GG Alin prefere “a segunda, sem dúvida, porque não há nada que o distinga do de lá de fora, excepto o que já referi”.
Havia então uma tentativa de reinterpretar os ídolos de então – «Roll Over Beethoven» pelos Kings, ou «Fire», pelos Pop Five Music Incorporated, são alguns dos covers que podemos recuperar no “Portuguese Nuggets”. No entanto, o panorama rock nacional também gerou “algumas propostas muito inovadoras”, como nos recorda Arístedes Duarte, coleccionador afincado e responsável pelo blogue Rock Em Portugal e pelo livro “Memórias do Rock Português”. E ele cita os exemplos intemporais do Quarteto 1111 e da Filarmónica Fraude. Posto isto, a frase de que o José Cid é a mãe do rock português faz mais sentido.
O pai do rock português
Rui Veloso é ou não o pai do rock português? “Esse é o maior mito criado no rock português.” – responde Arístedes Duarte – “O Rui Veloso, com todo o seu mérito, que ninguém lhe retira, não pode ser o pai do rock português. Eu próprio vi muitos concertos de rock português, antes de aparecer o Rui Veloso. Se alguém se pode considerar o pai, esse é o José Cid”. Com efeito, ainda antes do Quarteto 1111, José Cid era um dos membros dos Babies, uma banda de versões de Chuck Berry a Fats Domino e um dos primeiros conjuntos rock nacionais.
GG Alin, por sua vez, prefere referir “três pessoas fundamentais no rock dos anos 50: Victor Gomes, Joaquim Costa, e Zeca do Rock”.
Victor Gomes foi, quiçá, o mais carismático ícone do rock’n’roll português. Depois de ter ganho fama e glória em Angola, Victor Gomes veio para Portugal em 1963, onde se juntou aos Gatos Negros, colectivo da Trafaria, que durante cerca de dois anos cantou o rock de raízes americanas na língua de Camões.
Os Gatos Negros foram um fugaz caso de sucesso inusitado, ao chegarem ao ponto de encherem a Praça do Saldanha, numa altura em que qualquer ajuntamento com mais de cinco pessoas era estritamente proibido. A imagem rebelde de Victor Gomes arrebatava os corações femininos e os rapazes queriam ser como ele – uma espécie de James Dean português. Mais tarde experimentaria também o cinema, com “A Canção Da Saudade”.
A Joaquim Costa, carinhosamente apelidado como o Elvis de Campolide, é normalmente atribuído o primeiro disco rock em Portugal. Foi em 1959 e foi uma tiragem limitada a… duas(!) unidades. Joaquim Costa diz que “Bill Haley mudou a sua vida” e apostou tudo na música. E durante vários anos “foi o maior”, mesmo sem nunca ter aprendido inglês.
Os mais velhos são capazes de se lembrarem ainda da sua última actuação – foi no “Passeio dos Alegres”, famoso programa televisivo apresentado por Júlio Isidro, por onde desfilaram alguns dos maiores nomes da música portuguesa.
Por fim, José das Dores, vulgo Zeca do Rock, o primeiro roqueiro português a vingar no estrangeiro. A viver no Brasil, Zeca do Rock foi o primeiro a gravar um disco rock naquele país. E logo um disco duplo, em, 1961, muito antes dos Beatles – considerados os percursores dos álbuns duplos. É nesse disco que surge pela primeira vez «Sansão Foi Enganado», que segundo Arístedes Duarte, “foi o autor do primeiro ‘yeah’ gritado por um português num disco”. A sua carreira apenas pecou por curta, uma vez que foi interrompida pelo incorporamento militar.
Então se são estes os pais do rock português, porquê o mito Rui Veloso? Principalmente, por falta de um património tangível que não deixasse a memória desvanecer-se. GG Alin explica-nos que a principal razão é também “porque nunca se levou a cultura juvenil a sério”. Para isso basta atentarmos à quantidade de discos de fado que são editados, em comparação com o número de discos rock. E depois também nunca houveram muitos álbuns gravados, por “razões económicas. Não havia dinheiro para comprar instrumentos, não havia investimento das editoras e, logo, não haviam muitos discos”. E depois, claro, havia a censura.
“A juventude pode ser alegre sem ser irreverente” – o Estado Novo e o rock
Nos anos 60, podia-se ler num cartaz afixado no Teatro Monumental, local onde haviam concursos de ye-ye, a seguinte frase “A juventude pode ser alegre sem ser irreverente”. Era o sinal óbvio das privações que a música sofria naquela altura em Portugal.
Politicamente, vivia-se uma situação complicada. A censura atacava fortemente o conteúdo das letras, transformando o conteúdo das canções rock em algo ingenuamente inocente. As dificuldades económicas eram cada vez maiores e depois veio a guerra colonial, que obrigou os jovens a partirem. Por isso, a partir dos anos 60, a música de intervenção ganhou predominância no panorama musical nacional.
Só quando a ditadura caiu é que as águas voltaram a agitar-se. Estava-se no início dos anos 80 e rebentava o novo rock nacional, com Rui Veloso a dar o pontapé de saída. Vivia-se uma época de liberdade, uma nova invasão cultural britânica (e desta vez americana) e uma vontade de se fazer e experimentar coisas novas. GG Alin lembra ainda “uma coisa importante, que foi o aparecimento de editoras mais pequenas e depois das edições de autor, algo que era impossível antes”. Por isso, o rock nacional cresceu e deu importantes frutos: os Taxi, os GNR, os UHF… Tudo projectos que hoje são recordados como o nascimento da música pop-rock contemporânea.
Quer isto dizer que entre o final da década de 60 e o início da de 80, não houve rock em Portugal? “Isso é mais outro mito” responde Arístedes Duarte “Durante os anos 70 o rock português continuou a existir e com grandes grupos. Lembro só os Ananga-Ranga, Tantra, Aqui D’El Rock, Arte & Ofício, Go Graal Blues Band, etc. Os próprios UHF e os Xutos começaram nos anos 70. E mais, os anos 70 foram a época em que quem frequentava os concertos gostava mesmo de música, ao contrário de hoje, em que a mediatização do fenómeno transformou tudo em mainstream. A seguir ao 25 de Abril houve um afrouxamento do rock português, mas mesmo no PREC ele existiu. Aliás, foi em pleno PREC que os Genesis actuaram em Portugal, o que demonstra que ninguém esqueceu o rock”.
É a história do rock português que está muito mal contada, concorda Arístedes Duarte. Talvez aqui neste ponto o seu livro, “Memórias do Rock Português”, possa vir a ser um contributo importante para repor algumas verdades.
Acorda! – O presente e o futuro
Actualmente, o rock está bem de saúde e recomenda-se. É certo que a Internet e o advento do mp3 veio alargar a projecção das bandas e o aumento de informação junto do público, mas nunca a situação foi tão favorável às bandas como hoje em dia.
Existe uma oferta e uma procura em proporções semelhantes, mas sobretudo existem condições como nunca houve: vários sítios para tocar, de média e grandes dimensões, apesar da maioria deles se situarem nas grandes cidades, como Lisboa e o Porto; a existência de uma imprensa imparcial e abrangente, principalmente na Internet; o cada vez maior número de concertos a acontecer no nosso país, inclusive dos grandes nomes internacionais; e, principalmente, o interessa das editoras, sobretudo das independentes.
A prova deste movimento é a recém-lançada colectânea “Acorda! – Nova Música Portuguesa em MP3”, um disco que reúne 60(!) dos mais interessantes projectos nacionais da actualidade. A selecção foi feita por Henrique Amaro, em colaboração com a Cobra Discos e o patrocínio da Creative, e tem a distribuição assegurada pela Compact Records. O disco tem ainda a particularidade de os temas serem gravados em formato mp3. Um sinal dos tempos…
Por isso, a música rock vive um período fértil e promissor no nosso país, depois de nos anos 90 a história se ter limitado a alguns projectos, como os Tédio Boys ou as Les Baton Rouge, que apesar de terem alcançado a internacionalização, não conseguiram vingar no mercado interno (e que, actualmente, com a abrangência de informação, são vistos como uma espécie de lendas do passado recente do rock português).
Influenciado pelas tendências internacionais, o rock português tem-se desenvolvido em todas as direcções e o caso recente do sucesso internacional dos Wraygunn é a prova de que o rock está, como nunca, no caminho certo. E é por isso que colectâneas como a “Portuguese Nuggets” ou a “Acorda!” fazem todo o sentido numa altura como esta – porque não devemos engolir, sem antes mastigar.
BY RDB
Já lhe vaticinaram o fim mais do que uma vez e até já o cantaram. Mas sempre que uma voz diz que o rock morreu, outras dez se levantam para a contrapor. Foi assim no princípio deste milénio, com os Strokes e os White Stripes a encabeçarem a última vaga rock que atingiu a indústria internacional.
Oficialmente, o rock nasceu em 1954, quando Elvis Presley gravou “That’s Alright Mama” nos míticos Sun Studios. No entanto, desde o meio da década anterior que o rock já vinha emergindo da subcultura afro-americana, do piano-boogie de Little Richards às big-bands de Glenn Miller. No entanto, todos conhecem o Rei Elvis como o pai do rock’n’roll.
Em Portugal, é Rui Veloso o convencionalmente apelidado pai do rock português, devido ao seu álbum de 1980, “Ar de Rock”, que iniciou o boom do novo rock nacional que pontuou no nosso país durante essa década. Contudo, se atentarmos bem na expressão “novo rock português”, conclui-se implicitamente que houve um “velho rock português”. Quando foi isso? E quem foram os principais intervenientes? Talvez esteja lançada uma pista forte quando ouvimos José Cid afirmar que é ele a mãe do rock português.
Os Nuggets portugueses
Em 1972, o director da Elektra Records, Jac Holzman, compilou no mesmo álbum o que de melhor se fez na música rock norte-americana dos finais dos anos 60. O resultado foi a colecção “Nuggets” (de seu título completo “Nuggets: Original Artyfacts From the First Psychedelic Era”), um dos documentos essenciais da história rock e, inclusive, eleito pela Rolling Stone como um dos 200 discos essenciais de todo o sempre.
Esta compilação percursora influenciou uma série de outras, mais ou menos semelhantes, como a série “Peblees”, a “Rubbles”, ou a “Back From The Graves”, que, por sua vez, influenciaram a evolução natural do rock (alguém mencionou o punk?). Agora, chegou a altura da versão nacional – “Portuguese Nuggets”, uma compilação dupla que reúne o que de melhor se fez em Portugal nos anos 60, na área do rock’n’roll, da surf-music e do ye-ye.
O rock português dos anos 60 ou o rock em Portugal nos anos 60?
Significa então isto que, ao contrário do que muita gente pensa, já havia uma forte tradição rock em Portugal nos anos 60. E que tipo de rock era esse?
É GG Alin (nome fictício), um dos responsáveis por esse projecto inovador que poderá (deverá) tornar-se num dos documentos fundamentais da música nacional – o “Portuguese Nuggets” –, que nos dá essa resposta. Tal como um pouco por toda o Ocidente, também em Portugal se vivia a euforia do r&b branco, a cultura mod e a british invasion. Por isso, “o rock português era quase uma cópia do que se fazia lá fora, com a excepção de que não tinha a força ou a produção dos outros”. Além disso, “em Portugal, para as bandas tocarem ao vivo, tinha de ser em bailes. E por isso tinha-se de fazer covers de músicas tradicionais, mas em versões surf, por exemplo”. Era o caso do Conjunto Mistério ou Os Tártaros, que aparecem na colectânea a interpretarem versões surf dos temas populares «Alecrim» e «Rosa Arredonda A Saia», respectivamente.
Seria então o rock português dos anos 60 ou o rock em Portugal nos anos 60? GG Alin prefere “a segunda, sem dúvida, porque não há nada que o distinga do de lá de fora, excepto o que já referi”.
Havia então uma tentativa de reinterpretar os ídolos de então – «Roll Over Beethoven» pelos Kings, ou «Fire», pelos Pop Five Music Incorporated, são alguns dos covers que podemos recuperar no “Portuguese Nuggets”. No entanto, o panorama rock nacional também gerou “algumas propostas muito inovadoras”, como nos recorda Arístedes Duarte, coleccionador afincado e responsável pelo blogue Rock Em Portugal e pelo livro “Memórias do Rock Português”. E ele cita os exemplos intemporais do Quarteto 1111 e da Filarmónica Fraude. Posto isto, a frase de que o José Cid é a mãe do rock português faz mais sentido.
O pai do rock português
Rui Veloso é ou não o pai do rock português? “Esse é o maior mito criado no rock português.” – responde Arístedes Duarte – “O Rui Veloso, com todo o seu mérito, que ninguém lhe retira, não pode ser o pai do rock português. Eu próprio vi muitos concertos de rock português, antes de aparecer o Rui Veloso. Se alguém se pode considerar o pai, esse é o José Cid”. Com efeito, ainda antes do Quarteto 1111, José Cid era um dos membros dos Babies, uma banda de versões de Chuck Berry a Fats Domino e um dos primeiros conjuntos rock nacionais.
GG Alin, por sua vez, prefere referir “três pessoas fundamentais no rock dos anos 50: Victor Gomes, Joaquim Costa, e Zeca do Rock”.
Victor Gomes foi, quiçá, o mais carismático ícone do rock’n’roll português. Depois de ter ganho fama e glória em Angola, Victor Gomes veio para Portugal em 1963, onde se juntou aos Gatos Negros, colectivo da Trafaria, que durante cerca de dois anos cantou o rock de raízes americanas na língua de Camões.
Os Gatos Negros foram um fugaz caso de sucesso inusitado, ao chegarem ao ponto de encherem a Praça do Saldanha, numa altura em que qualquer ajuntamento com mais de cinco pessoas era estritamente proibido. A imagem rebelde de Victor Gomes arrebatava os corações femininos e os rapazes queriam ser como ele – uma espécie de James Dean português. Mais tarde experimentaria também o cinema, com “A Canção Da Saudade”.
A Joaquim Costa, carinhosamente apelidado como o Elvis de Campolide, é normalmente atribuído o primeiro disco rock em Portugal. Foi em 1959 e foi uma tiragem limitada a… duas(!) unidades. Joaquim Costa diz que “Bill Haley mudou a sua vida” e apostou tudo na música. E durante vários anos “foi o maior”, mesmo sem nunca ter aprendido inglês.
Os mais velhos são capazes de se lembrarem ainda da sua última actuação – foi no “Passeio dos Alegres”, famoso programa televisivo apresentado por Júlio Isidro, por onde desfilaram alguns dos maiores nomes da música portuguesa.
Por fim, José das Dores, vulgo Zeca do Rock, o primeiro roqueiro português a vingar no estrangeiro. A viver no Brasil, Zeca do Rock foi o primeiro a gravar um disco rock naquele país. E logo um disco duplo, em, 1961, muito antes dos Beatles – considerados os percursores dos álbuns duplos. É nesse disco que surge pela primeira vez «Sansão Foi Enganado», que segundo Arístedes Duarte, “foi o autor do primeiro ‘yeah’ gritado por um português num disco”. A sua carreira apenas pecou por curta, uma vez que foi interrompida pelo incorporamento militar.
Então se são estes os pais do rock português, porquê o mito Rui Veloso? Principalmente, por falta de um património tangível que não deixasse a memória desvanecer-se. GG Alin explica-nos que a principal razão é também “porque nunca se levou a cultura juvenil a sério”. Para isso basta atentarmos à quantidade de discos de fado que são editados, em comparação com o número de discos rock. E depois também nunca houveram muitos álbuns gravados, por “razões económicas. Não havia dinheiro para comprar instrumentos, não havia investimento das editoras e, logo, não haviam muitos discos”. E depois, claro, havia a censura.
“A juventude pode ser alegre sem ser irreverente” – o Estado Novo e o rock
Nos anos 60, podia-se ler num cartaz afixado no Teatro Monumental, local onde haviam concursos de ye-ye, a seguinte frase “A juventude pode ser alegre sem ser irreverente”. Era o sinal óbvio das privações que a música sofria naquela altura em Portugal.
Politicamente, vivia-se uma situação complicada. A censura atacava fortemente o conteúdo das letras, transformando o conteúdo das canções rock em algo ingenuamente inocente. As dificuldades económicas eram cada vez maiores e depois veio a guerra colonial, que obrigou os jovens a partirem. Por isso, a partir dos anos 60, a música de intervenção ganhou predominância no panorama musical nacional.
Só quando a ditadura caiu é que as águas voltaram a agitar-se. Estava-se no início dos anos 80 e rebentava o novo rock nacional, com Rui Veloso a dar o pontapé de saída. Vivia-se uma época de liberdade, uma nova invasão cultural britânica (e desta vez americana) e uma vontade de se fazer e experimentar coisas novas. GG Alin lembra ainda “uma coisa importante, que foi o aparecimento de editoras mais pequenas e depois das edições de autor, algo que era impossível antes”. Por isso, o rock nacional cresceu e deu importantes frutos: os Taxi, os GNR, os UHF… Tudo projectos que hoje são recordados como o nascimento da música pop-rock contemporânea.
Quer isto dizer que entre o final da década de 60 e o início da de 80, não houve rock em Portugal? “Isso é mais outro mito” responde Arístedes Duarte “Durante os anos 70 o rock português continuou a existir e com grandes grupos. Lembro só os Ananga-Ranga, Tantra, Aqui D’El Rock, Arte & Ofício, Go Graal Blues Band, etc. Os próprios UHF e os Xutos começaram nos anos 70. E mais, os anos 70 foram a época em que quem frequentava os concertos gostava mesmo de música, ao contrário de hoje, em que a mediatização do fenómeno transformou tudo em mainstream. A seguir ao 25 de Abril houve um afrouxamento do rock português, mas mesmo no PREC ele existiu. Aliás, foi em pleno PREC que os Genesis actuaram em Portugal, o que demonstra que ninguém esqueceu o rock”.
É a história do rock português que está muito mal contada, concorda Arístedes Duarte. Talvez aqui neste ponto o seu livro, “Memórias do Rock Português”, possa vir a ser um contributo importante para repor algumas verdades.
Acorda! – O presente e o futuro
Actualmente, o rock está bem de saúde e recomenda-se. É certo que a Internet e o advento do mp3 veio alargar a projecção das bandas e o aumento de informação junto do público, mas nunca a situação foi tão favorável às bandas como hoje em dia.
Existe uma oferta e uma procura em proporções semelhantes, mas sobretudo existem condições como nunca houve: vários sítios para tocar, de média e grandes dimensões, apesar da maioria deles se situarem nas grandes cidades, como Lisboa e o Porto; a existência de uma imprensa imparcial e abrangente, principalmente na Internet; o cada vez maior número de concertos a acontecer no nosso país, inclusive dos grandes nomes internacionais; e, principalmente, o interessa das editoras, sobretudo das independentes.
A prova deste movimento é a recém-lançada colectânea “Acorda! – Nova Música Portuguesa em MP3”, um disco que reúne 60(!) dos mais interessantes projectos nacionais da actualidade. A selecção foi feita por Henrique Amaro, em colaboração com a Cobra Discos e o patrocínio da Creative, e tem a distribuição assegurada pela Compact Records. O disco tem ainda a particularidade de os temas serem gravados em formato mp3. Um sinal dos tempos…
Por isso, a música rock vive um período fértil e promissor no nosso país, depois de nos anos 90 a história se ter limitado a alguns projectos, como os Tédio Boys ou as Les Baton Rouge, que apesar de terem alcançado a internacionalização, não conseguiram vingar no mercado interno (e que, actualmente, com a abrangência de informação, são vistos como uma espécie de lendas do passado recente do rock português).
Influenciado pelas tendências internacionais, o rock português tem-se desenvolvido em todas as direcções e o caso recente do sucesso internacional dos Wraygunn é a prova de que o rock está, como nunca, no caminho certo. E é por isso que colectâneas como a “Portuguese Nuggets” ou a “Acorda!” fazem todo o sentido numa altura como esta – porque não devemos engolir, sem antes mastigar.
BY RDB
3.3.09
best of poesia de Fevereiro
Boca de roma perfeita
Quando a abres pra comer
Que feitiço é que me espreita
Quando ris só me ver?
Fernando Pessoa
BRASILEIRA
o vento não varria folhas
o vento não varria os frutos
o vento nao varria as flores...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas...
o vento não varria as luzes
o vento não varria as musicas
o vento nao varria os aromas...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, e canticos...
o vento não varria os sonhos
o vento não varria as amizades
o vento nao varria as mulheres...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De afectos e mulheres...
o vento não varria os meses
e não varria os teus sorrisos...
o vento nao varria tudo!
e a minha vida não ficava
cada vez mais cheia
de tudo.
Mario Cesariny
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado a essas vagas luzes que
anunciam a alegria
e às vezes são alguem, um anjo, o caos e no
meio do caos
o jovem doce tempo das tuas mãos.
És tu,
coração secreto à deriva pelos dias, o senhor do
meu canto.
Por ti cheguei e parto.
A minha casa é onde estás.
José Agostinho Baptista
Quando a abres pra comer
Que feitiço é que me espreita
Quando ris só me ver?
Fernando Pessoa
BRASILEIRA
o vento não varria folhas
o vento não varria os frutos
o vento nao varria as flores...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas...
o vento não varria as luzes
o vento não varria as musicas
o vento nao varria os aromas...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, e canticos...
o vento não varria os sonhos
o vento não varria as amizades
o vento nao varria as mulheres...
E a minha vida não ficava
Cada vez mais cheia
De afectos e mulheres...
o vento não varria os meses
e não varria os teus sorrisos...
o vento nao varria tudo!
e a minha vida não ficava
cada vez mais cheia
de tudo.
Mario Cesariny
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado a essas vagas luzes que
anunciam a alegria
e às vezes são alguem, um anjo, o caos e no
meio do caos
o jovem doce tempo das tuas mãos.
És tu,
coração secreto à deriva pelos dias, o senhor do
meu canto.
Por ti cheguei e parto.
A minha casa é onde estás.
José Agostinho Baptista
1.3.09
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