15.4.09

"Agrippina" de Händel, no São Carlos

Agrippina é um dramma per musica em três actos do compositor George Friedrich Händel e libreto do Cardeal Vincenzo Grimani.
Esta foi a segunda e última ópera escrita por Händel em Itália, tendo-se revelado um enorme sucesso dando ao jovem compositor reputação internacional.

Estreada em 1709 em Veneza, esta ópera conta a história de Agrippina, a mãe de Nero, e a queda do imperador romano Cláudio e da ascensão de seu filho como imperador.

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Agripina, A Ópera

Acto I
Agripina, mulher do imperador Cláudio, comunica a Nero, seu filho de um primeiro casamento,que o padrasto morreu no mar, e o seu próprio projecto de fazer com que ele lhe suceda no trono, aconselhando-o a ir distribuir ouro pelo povo de Roma de modo a obter o seu apoio.

Depois de ele partir chama os seus dois libertos Pallante e Narciso, cada um por sua vez. Ambos ignoram que o outro está apaixonado por ela, se bem que ela esteja a par dos afectos dos dois.

Promete o seu amor e a partilha do poder a ambos se Nero se tornar imperador, e eles partem para o Capitólio para apoiar as pretensões de Nero. Agripina chega para anunciar a morte de Cláudio e pede aos presentes que escolham um novo imperador.

Pallante, Narciso e a própria Agripina proclamam imediatamente o nome de Nero.
Agripina e Nero sentam-se no trono, mas o criado de Cláudio, Lesbo, vem anunciar que o seu amo foi salvo por Ottone, o comandante do exército, e que acabou de desembarcar em Anzio.

Ottone chega ele próprio e, para desânimo dos conspiradores, declara que em sinal de gratidão Cláudio lhe prometeu o trono, mas entretanto confidencia a Agripina que ama a bela romana Poppea mais do que o próprio trono.

Agripina sabe que Cláudio também ama Poppea, e mantém por isso a esperança de que os seus planos não terão sido totalmente destroçados.
Sozinha em sua casa, Poppea mira-se ao espelho, feliz por conseguir despertar o amor de Ottone, de Cláudio e de Nero. Lesbo vem anunciar-lhe a visita secreta de Cláudio para essa noite.

Agripina, que acabou de chegar e os ouviu escondida, após confirmar que Poppea ama realmente Otonne, informa-a que está disposto a cedê-la a Cláudio em troca da promessa do trono.
Agripina sugere a Poppea que esta castigue Ottone, dizendo a Cláudio que Ottone lhe tinha ordenado que ela recusasse as atenções de Cláudio e se entregasse a ele.

Quando Cláudio chega, Poppea segue exactamente o plano de Agripina, convencendo-o a retirar a Ottone a sucessão ao trono.
Cláudio tenta seduzir Poppea mas é obrigado a fugir pela chegada de Agripina, que protesta a sua amizade por Poppea e lhe pede que confie nela.

Acto II
Pallante e Narciso descobriram que Agripina os enganou aos dois e decidem aliar-se contra ela.
Chega Ottone, que continua mais interessado no amor de Poppea do que no trono, seguido de Cláudio conduzido numa quadriga triunfal.

A Germânia acabou de ser conquistada e todos os seus súbditos proclamam a sua glória. Cláudio reafirma o seu amor por Agripina, mas em aparte declara também a Pompeia o quanto a adora. Quando Otão se lhe dirige para reclamar a sua

prometida recompensa, Cláudio repele-o brutalmente, chamando-lhe traidor, e parte. Otão fica estupefacto e vira-se sucessivamente para todos os presentes, pedindo-lhes o seu apoio, mas todos o rejeitam, mergulhando-o no desespero.

Sozinha num jardim, Pompeia interroga-se se o seu apaixonado não estará na realidade inocente e, ao vê-lo aproximar-se, finge-se adormecida. Otão esconde-se e ouve Pompeia rememorar em voz alta aquilo que Agripina lhe tinha dito. Otão não se consegue dominar e revela a sua presença, protestando veementemente a sua inocência.

Pompeia apercebe-se de como Agripina a enganou e jura vingar-se, tecendo a sua própria intriga. Começa por aceitar o pedido que Cláudio, lhe faz, através de Lesbo, de que o receba nos seus aposentos, e convida igualmente Nero a encontrar-se ali com ela.

Entretanto, Agripina diz a Cláudio que Otão continua ainda a aspirar ao trono, e irá decerto conspirar para o conseguir, aconselhando-o a proclamar Nero como seu sucessor. Cláudio aceita, ansioso que está de rever Pompeia.

Acto III
Pompeia pede a Otão que se esconda por detrás de um cortinado nos seus aposentos e que se mantenha em silêncio o que quer que seja que ouça. Chega Nero, a quem Pompeia diz que Agripina irá chegar, convencendo-o a esconder-se também.

Cláudio entra, mas Pompeia queixa-se de que ele não a ama realmente. Cláudio lembra-lhe que puniu Otão por causa dela, mas Pompeia diz-lhe que ele a ouviu mal: não foi Otão mas sim Nero quem a insultou. Para o provar diz a Nero que apareça.

Ao vê-lo, Cláudio ordena-lhe que parta e não mais ouse comparecer
diante dele. Pompeia desembaraça-se então de Cláudio dizendo-lhe que não lhe poderá conceder o seu amor enquanto Agripina continuar a demonstrar tanta ira para com ela. Pompeia faz com que Otão saia do seu esconderijo e ambos juram eterno amor um ao outro.

Nero conta a sua mãe como acabou de cair em desgraça e pede-lhe que o proteja, afirmando renunciar ao amor em troca da ambição política. Entretanto, Palas e Narciso contam a Cláudio a conspiração para colocar Nero no trono, de modo que quando Agripina insiste com Cláudio que ele nomeie Nero como seu sucessor, aquele acusa-a de lhe ter tentado roubar o trono.

Ela reconhece tê-lo feito somente para evitar intrigas entre o povo e o Senado e que a sua intenção era a de salvaguardar o trono para o próprio Cláudio. Consegue convencê-lo, dizendo-lhe além disso que abandone Pompeia, uma vez que esta é amante de Otão, mas Cláudio contradi-la, informando-a, que de facto, Pompeia é amante de Nero.

Quando Pompeia, Otão e Nero chegam, Cláudio acusa Nero de se ter escondido nos aposentos de Pompeia e anuncia que, no fim de contas, será Otão quem lhe irá suceder no trono e que Nero se casará com Pompeia.
Mas como esta solução não agrada a ninguém, Cláudio, desejoso de pôr um ponto final em todos os conflitos, acaba por entregar Pompeia a Otão e por declarar Nero seu sucessor. Por fim, invoca a deusa Juno (Giunone) para abençoar o Império e os noivos.
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No contexto desta ópera, o São Carlos recupera a tradição setecentista do intermezzo -uma pequena representação operática de carácter cómico habitualmente introduzida no meio de uma ópera séria.

“O Velório de Cláudio ou A Representação Bufa de Personagens Históricas” é, assim,uma estreia absoluta de uma encomenda feita pelo TNSC ao compositor Nuno Côrte-Real com libreto de José Luis Peixoto e que será apresentada, por razões artísticas, no início do espectáculo.

Desta feita é Nuno Côrte-Real quem partilhará com o público uma perspectiva pessoal sobre a obra de Händel, dando assim seguimento ao projecto “Breves Palavras pelos Compositores de Hoje” a decorrer trinta minutos antes de cada récita no Salão Nobre do Teatro.

Muito divertida e a não perder a

17, 21, 24, 30 de Abril às 20h00
19 e 26 de Abril de 2009 às 16h00
Direcção Musical: Nicholas Kok
Encenação: Michael Hampe
Cenografia e Figurinos: Hank Irwin Kittel segundo o conceito de Mauro Pagano
Desenho de Luz: Hans Toelstede
Com a participação da:
Orquestra Sinfónica Portuguesa
INTÉRPRETES
• Agrippina - Alexandra Coku
• Claudio - Reinhard Dorn
• Nerone - Musa Nkuna
• Ottone - Andrew Watts
• Pallante – Luís Rodrigues
• Poppea - Chelsey Schill
• Narciso - Manuel Brás da Costa
• Lesbo - Jorge Martins
• Pretorianos - Mário Silva / Costa Campos

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