a clara só louca num cenario lunar, espacial. o corpo antigo abandonado senil num figurino ao estilo da fatima lopes. há 15 anos aquilo funcionava hoje cheirou-me a adeuzinho.
e a mim só valeu nesse momento e o esquizofrenia de alguns momentos
12.12.09
11.12.09
banqueiro anarquista
quase 3 horas é obra. João miguel garcia fez uma coisa bonita que já o gonçalo amorim quis fazer no inicio do ano pela culturgest, um espetaculo divertido e interventivo. tirando o excesso de distrações tudo naquele palco é inteligente.
O anton e a senhora gorda são hilariantes
O anton e a senhora gorda são hilariantes
8.12.09
1.12.09
maratonas
a nova vida do senhor o´horten; capitalismo; tetro; ne change rien; moon; o dia da saia; julia and julie; morrer como um homem; os sorrisos do destino; o delator;Longe da terra queimada
28.11.09
27.11.09
agora que todos desistiram de ler este blog
vieram durante repetidos dias a este blog sem interesse algum e perceberam que nada mudava.desistiram. confesso que foi uma tentativa de suicidio ou apenas esquecimento, uma fuga à medição alheia mas voltei atrás e isto vale para muita coisa. às vezes não interessa que não se possa voltar atrás. uma vez é uma vez e acabou, finito, chapéu, azar, não houve mais oportunidades porque não se quis, não se tentou, achou-se que não valia a pena. e não há nada de mal com isso, desde que daqui a um mês ou dez anos quando se voltar a pensar no assunto não se fique a bater com a tola na parede de tão estúpido que se foi. escolher é escolher, e é assim que tem de ser.
bati com a mona e mesmo que tenha que roubar ao sono é aqui que tenho que voltar, faz parte mesmo que seja para desiludir os 2 únicos leitores.
Irra para os compromissos
bati com a mona e mesmo que tenha que roubar ao sono é aqui que tenho que voltar, faz parte mesmo que seja para desiludir os 2 únicos leitores.
Irra para os compromissos
16.11.09
Ladra
a confusão espelha-se facilmente de um momento para o outro. acorda-se com a simplicidade das coisas na ponta da língua e o ar da rua só propicia um bom estado de espírito. mas as coisas não são o que parecem e surgem-nos de muitas formas durante as horas que passam — será assim ou assado, possível ou impossível, o que tiver de ser ou outra coisa, o que foi ainda vale ou não não vale nada, um mero gesto ou um sinal, esta e aquela e aquela e outra e mais quantas, etc. a confusão interior que reina ao deitar leva a meditações tão pesadas que adormecer é uma busca de paz (já se sabe que de manhã será a mesma coisa, outra vez). adorava sentir-me arrebatado como dantes. adorava que fosse tudo uma mera questão de processos claros que levassem de forma certa a um fim, chapa cinco e está a andar. o problema é ter visto demasiados filmes e ainda estar muito com a cabeça neles, numa ficção que teima em não se mostrar real. há que descer à terra e deixar os deslumbramentos de lado. não sei se consigo ter certeza no coração. há que tentar.
*de alguem
*de alguem
23.10.09
Garcin,Inês, Estela
a tortura da ausencia, a identidade são os actos e o reflexo desses nos outros independente das razões íntimas destes, a porta está aberta e ninguem quer sair, dali. para onde? sem carrasco? medo? medo só se tem quando se tem esperança.
Somos a vida e essa é de morrer a rir.
"o inferno são os outros"
HUIS CLOS
Jean-Paul Sartre
Jorge Andrade; Silvia Filipe; Anabela Almeida
Somos a vida e essa é de morrer a rir.
"o inferno são os outros"
HUIS CLOS
Jean-Paul Sartre
Jorge Andrade; Silvia Filipe; Anabela Almeida
21.10.09
18.10.09
o Solista
um filme da cidade, que conta a cidade e a mostra com invento! um sem abrigo fisico e um sem abrigo emocional, musica e doenças mentais são os ingredientes de um filme simpatico,medio no seu genero, mas sem pedir especial comoção do espectador
do realizador de "Expiação" e de "Orgulho e Preconceito", a ver mas sem grande entusiasmo.
do realizador de "Expiação" e de "Orgulho e Preconceito", a ver mas sem grande entusiasmo.
15.10.09
enumerar
carminho,TXT,misantropo,coração independente,6ªfesta do Outono,welcome,cheri,Andando,os velhos
5.10.09
"coisas que se têm de dizer olhos nos olhos. descobrir a cobardia do cara-a-cara é uma surpresa que a humildade geracional atenua, mas esta não consegue disfarçar a sensação de partida (odeio despedidas, especialmente feitas em comboios) que fica sempre no fim, amargurada pelo facto de se ter guardado muito para dentro — houve um momento ali nas piadas de estação em que parecia que se ia soltar, em forma de poema directo e contínuo, mas ao fim e ao cabo puff, adeus, até à próxima, mais uma terrinha na janela. é tudo tão verdadeiro que dói, como aquele belo lenço no belo pescoço e esta porra de nostalgia que envolve e nos faz andar. enfim, acontece (não é?). segue-se viagem, um passinho mais perto. ninguém disse que ia ser "
2.10.09
nas tabuas e nas galerias
Portugueza - de fugir
EGO - dispensavel
Orelha de Deus
"incrivelmente tragido, subtil esta tragedia dos dias, do amor, do que se perde e como se resiste"
Contracções
"não será a nossa entidade empregadora domina a nossa vida emocional?"
Experimenta design
EGO - dispensavel
Orelha de Deus
"incrivelmente tragido, subtil esta tragedia dos dias, do amor, do que se perde e como se resiste"
Contracções
"não será a nossa entidade empregadora domina a nossa vida emocional?"
Experimenta design
24.9.09
cinco estrelas à Seraphine
Bonito, sensivel, apaixonado, de confiança, de crença, de arte, de talento, de instinto,de loucura, de simplicidade, de deslumbramento.
Um filme delicioso
Um filme delicioso
18.9.09
17.9.09
16.9.09
Seis Personagens à Procura de Autor
a realidade em frente à ficção/insuficiencia/ a personagem e o homem/ a imortalidade da personagem/
15.9.09
bueda cenas
em resumo:
Abraços Desfeitos
35 shots de Rum
sacanas sem lei
sinedoque, Nova York
Ponyo
Nunca é tarde demais para amar
nos Limites dos control
Inimigos Publicos
CCB+feijoeiro(pedro vale)
Menina Julia
Mito: fulano e sicrano
De Homem para Homem - Beatriz Batarda
Viver é Raso- companhia de actores - Elenco – Anaísa Raquel, Cláudia Semedo, Diogo Mesquita, João Ascenso, Sandra Roque, Tiago Fernandes, Valéria Carvalho
Todos - Martim Moniz
Motelx
Abraços Desfeitos
35 shots de Rum
sacanas sem lei
sinedoque, Nova York
Ponyo
Nunca é tarde demais para amar
nos Limites dos control
Inimigos Publicos
CCB+feijoeiro(pedro vale)
Menina Julia
Mito: fulano e sicrano
De Homem para Homem - Beatriz Batarda
Viver é Raso- companhia de actores - Elenco – Anaísa Raquel, Cláudia Semedo, Diogo Mesquita, João Ascenso, Sandra Roque, Tiago Fernandes, Valéria Carvalho
Todos - Martim Moniz
Motelx
14.9.09
12.9.09
menina Julia
"Um criado é um criado e uma puta é uma puta"
"Não é a falta que me fazes era o bem que me fazias"
João
"Não é a falta que me fazes era o bem que me fazias"
João
7.9.09
1.9.09
Arena + taking woodstock
deixa-me indignada e contente um rapaz de 25 anos ter um dom de contar estorias em movimento com esta sapiencia.
Deixa-me contente que cada plano com pouco mais que uma boa mise-en-scene conte tanto e conte bem.
Boas personagens, boa realização, uma estoria simples longe da anedota e longe do lirismo, equilibrado e completo é como se pode falar do Arena.
Taking Woodstock é so mais um filme do Ang Lee(Sensibilidade e bom senso, brokeback mountain, sedução e conspiração, tigre e o dragão). Bha
Deixa-me contente que cada plano com pouco mais que uma boa mise-en-scene conte tanto e conte bem.
Boas personagens, boa realização, uma estoria simples longe da anedota e longe do lirismo, equilibrado e completo é como se pode falar do Arena.
Taking Woodstock é so mais um filme do Ang Lee(Sensibilidade e bom senso, brokeback mountain, sedução e conspiração, tigre e o dragão). Bha
29.8.09
18.8.09
Os Limites do Controlo
cinema americano independente, rebelde e marginal VS a industria de cinema americano dos blockbusters
um manifesto indie, ao cinema como arte, à arte, cheio de referencias cinematograficas do godard ao lynch (os verdadeiros marginais), um filme com um solitario, um filme de viagem, um filme de estrelas que aparecem e desaparecem, um filme jarmusch!
no limts no control
um manifesto indie, ao cinema como arte, à arte, cheio de referencias cinematograficas do godard ao lynch (os verdadeiros marginais), um filme com um solitario, um filme de viagem, um filme de estrelas que aparecem e desaparecem, um filme jarmusch!
no limts no control
16.8.09
13.8.09
duplo amor
um rapaz que gostava de uma rapariga essa rapariga andava com um rapaz casado esse rapaz casado nao ficava sem ser casado ela decidiu acabar e ficar com o rapaz que gostava dela. no fim ele descasou-se ela ficou com ele o rapaz que gostava dela e com quem ia fugir ficou com a rapariga que gostava dele.
o amor é patetico
o amor é patetico
11.8.09
8.8.09
5.8.09
dvdteca a meio da semana
Roma de Fellini
O estado das coisas de win wenders
Sons do mar de Bigas Lunas
O estado das coisas de win wenders
Sons do mar de Bigas Lunas
2.8.09
Demo, um musical Teatro Praga
Ao princípio era a Índia. Mas num espectáculo do Teatro Praga nada é o que parece. E uma sugestão depressa passa a pretexto que, como sempre acontece, e este Demo não é excepção, será construído com desvelo e desmontado com fervor. Com uma diferença: Agora tem música.
O pretexto é uma história de amor, mais ou menos linear e mais ou menos compreensível, a espaços, muitos, armadilhada por referências que tanto incluem a Bulgária e a Islândia como um tanque de crocodilos, filmes de Fritz Lang, M. Night Shyamalan e Walt Disney, ou leituras de Alberto Moravia, Nicholas Goodrick-Clarke, Dante, G. K. Chesterton, Heiner Müller, Isaac Babel, ou o padre Manuel Bernardes e o Kamasutra. Não é tudo. Ainda há as personagens excêntricas. A saber: Savitri, uma donzela semi-mítica (Rita Só), um Touro (André E. Teodósio), uma socialite (Patrícia da Silva), um xamã cirurgião plástico (Carlos António), Ilse Koch, a enfermeira ou a cadela de Buchenwald, como se queira (Miguel Bonneville), o poeta (Pedro Penim) e o editor (Luís Madureira), uma personalidade televisiva (Cláudia Jardim), uma grávida (Joana Manuel) e assim sucessivamente, até serem uma trintena, incluindo ainda uma tradutora (Joana Barrios), uma puta e um aleijado, o próprio futuro e o oceano, mais a banda da casa, Masterminders (Kevin Blechdom, Christopher Fleeger e Andres Lõo), e a passagem cerimoniosa de Rão Kyao pelo palco.
Assim partiu a companhia, a “ler a Europa” e “o outro para nos vermos a nós próprios”, com o desejo de reflectir na plateia suas considerações e dúvidas, interessando os espectadores com bons números de malabarismo visual e retórico, no processo deixando rasto de ideias como quem espalha partes de um quebra-cabeças ao som da partitura de Blechdom, Fleeger e Lõo, que parece sempre um pouco desgarrada do “enredo” e ironicamente respeitadora dos cânones do teatro musical que a lógica plástica da peça supostamente deveria desmanchar e remontar. Daí um espectáculo agradável e movimentado.
Mas o que resta agora saber é se o Teatro Praga vai prosseguir a caminhada sobre estas mesmas pedras polidas e tornadas escorregadias pelo uso.
O pretexto é uma história de amor, mais ou menos linear e mais ou menos compreensível, a espaços, muitos, armadilhada por referências que tanto incluem a Bulgária e a Islândia como um tanque de crocodilos, filmes de Fritz Lang, M. Night Shyamalan e Walt Disney, ou leituras de Alberto Moravia, Nicholas Goodrick-Clarke, Dante, G. K. Chesterton, Heiner Müller, Isaac Babel, ou o padre Manuel Bernardes e o Kamasutra. Não é tudo. Ainda há as personagens excêntricas. A saber: Savitri, uma donzela semi-mítica (Rita Só), um Touro (André E. Teodósio), uma socialite (Patrícia da Silva), um xamã cirurgião plástico (Carlos António), Ilse Koch, a enfermeira ou a cadela de Buchenwald, como se queira (Miguel Bonneville), o poeta (Pedro Penim) e o editor (Luís Madureira), uma personalidade televisiva (Cláudia Jardim), uma grávida (Joana Manuel) e assim sucessivamente, até serem uma trintena, incluindo ainda uma tradutora (Joana Barrios), uma puta e um aleijado, o próprio futuro e o oceano, mais a banda da casa, Masterminders (Kevin Blechdom, Christopher Fleeger e Andres Lõo), e a passagem cerimoniosa de Rão Kyao pelo palco.
Assim partiu a companhia, a “ler a Europa” e “o outro para nos vermos a nós próprios”, com o desejo de reflectir na plateia suas considerações e dúvidas, interessando os espectadores com bons números de malabarismo visual e retórico, no processo deixando rasto de ideias como quem espalha partes de um quebra-cabeças ao som da partitura de Blechdom, Fleeger e Lõo, que parece sempre um pouco desgarrada do “enredo” e ironicamente respeitadora dos cânones do teatro musical que a lógica plástica da peça supostamente deveria desmanchar e remontar. Daí um espectáculo agradável e movimentado.
Mas o que resta agora saber é se o Teatro Praga vai prosseguir a caminhada sobre estas mesmas pedras polidas e tornadas escorregadias pelo uso.
30.7.09
muito barulho por nada
O Teatro Experimental de Cascais estreia hoje, às 20h30, no Parque Palmela, a peça Muito barulho por nada, comédia de William Shakespeare, percorrida por uma análise perspicaz do alcance e natureza da comédia isabelina, com as suas respostas rápidas, complicados jogos de palavras, ideias extravagantes, infindáveis alusões sexuais e algo a que só poderemos chamar uma forma de melancólica indiferença.
"Hero ama Cláudio, Cláudio ama Hero; Beatrice odeia Benedick e Benedick odeia Beatrice. Hero e Cláudio vão casar, e uma companhia amadora prepara uma representação ao mesmo tempo que as “Mães de Messina” patrulham as ruas da cidade controlando a moral e os bons costumes. Hero é difamada e Cláudio repudia-a no altar. Entretanto, Benedick e Beatrice revelam que o ódio que sentiam um pelo outro era, afinal, amor. Uma versão moderna desta divertida comédia de Shakespeare em que há “muito barulho por nada”.
Em cena até 11 de Agosto, diariamente, no mesmo horário, Muito barulho por nada constitui a prova de aptidão profissional dos alunos finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais e conta também com actores profissionais da companhia e encenação de Carlos Avilez.
"Hero ama Cláudio, Cláudio ama Hero; Beatrice odeia Benedick e Benedick odeia Beatrice. Hero e Cláudio vão casar, e uma companhia amadora prepara uma representação ao mesmo tempo que as “Mães de Messina” patrulham as ruas da cidade controlando a moral e os bons costumes. Hero é difamada e Cláudio repudia-a no altar. Entretanto, Benedick e Beatrice revelam que o ódio que sentiam um pelo outro era, afinal, amor. Uma versão moderna desta divertida comédia de Shakespeare em que há “muito barulho por nada”.
Em cena até 11 de Agosto, diariamente, no mesmo horário, Muito barulho por nada constitui a prova de aptidão profissional dos alunos finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais e conta também com actores profissionais da companhia e encenação de Carlos Avilez.
29.7.09
sumario
Lá no fundo- ACTORES Cheila Lima, Diogo Branco, Estêvão Antunes, Inês Pereira, Inês Soares e Maria Ana Filipe
27.7.09
Elegia
gênero poético que fala da tristeza dos amores interrompidos pela infidelidade ou pela morte.
26.7.09
arquivo
vou voltar a opinar e para re-inauguração deixo o mais lindo video-clip da historia dos video-clips
25.7.09
Bobby Sands vai morrer Thatcher assassina
"esquecemo-nos de dizer adeus.Eu tambem me esqueci pode dizer-se. De qualquer maneira, não tardo a vê-los. Parto amanhã...sim ainda fico mais um diazinho.Vou mudar radicalmente a minha maneira de viver"
animado e tal, sobre a despedida, a separação de quando ja estamos habituados e como estarmos habituados aquilo nos dá prazer, arrumar as tarecos e partir sem dizer adeus..
estamos profundamente sozinhos quando mandamos um mail ou uma mensagem para nos proprios para ver se as ligações estão boas.. todas as pessoas da sala já o tinham feito!
um dilema geracional ser individual, independente, autonomo, uno mas profundamente só...
eu e eu e eu e para lá de mim nada.
24.7.09
em resumo
bruno* rir rir, mas é sempre triste a homosexuaalidade ser redusida sempre a isto, superficial e promiscuo
coco avant chanel*porcaria
to trips* o final de tarde que se merece (às quintas no jardim do museu do chiado)
mais logo
DEMO teatro praga no S.Luiz ou Bobby Sands vai morrer Thatcher assassina» - Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos
coco avant chanel*porcaria
to trips* o final de tarde que se merece (às quintas no jardim do museu do chiado)
mais logo
DEMO teatro praga no S.Luiz ou Bobby Sands vai morrer Thatcher assassina» - Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos
23.7.09
Home
Pedro procura Inês
Para lá de toda a polemica que envolveu o espetaculo "pedro procura ines" num primeiro momento estranha-se tudo, a teia a escassos cm do chão a voz off que te pede apenas para desligar os telemoveis activa, ganha vida e o questiona do primeiro ao ultimo minuto o espectador de forma muito inteligente e divertida.
As personagens falam da memoria de nos marca, se nao existe uma maquina fotografica beijamos docemente um desconhecido e vamo-nos lembrar daquilo para sempre...
O espetaculo é original inventivo e de forma positiva dá corpo, torma personagem a voz off que pertence a todos os espetaculos e o proprio palco que ao som de nina simone dança.
Detesto que os meus pequenos odios de estimação me surpreendam da melhor maneira!
espreitem - pedro-procura-ines.blogspot.com - curtas do terraço
As personagens falam da memoria de nos marca, se nao existe uma maquina fotografica beijamos docemente um desconhecido e vamo-nos lembrar daquilo para sempre...
O espetaculo é original inventivo e de forma positiva dá corpo, torma personagem a voz off que pertence a todos os espetaculos e o proprio palco que ao som de nina simone dança.
Detesto que os meus pequenos odios de estimação me surpreendam da melhor maneira!
espreitem - pedro-procura-ines.blogspot.com - curtas do terraço
18.7.09
conferencia de imprensa
aos demais que vão lendo esta porcaria de blog peço desculpa por nas ultimas semanas não ter postado nada de jeito e nenhuma opinião valida...
à segunda:tenho preguiça e ambiciono o meu bronzeado à ciclista,à terça: não tenho posição nem paciencia no sofá, à quarta: estou nervosa porque tenho que escolher a roupa; à quinta:sou uma princesa fechada numa torre com as mãos algemadas, à sexta: chamo o fim de semana ...
um-dó-li-tá-cara-de-amendoá-contrações na culturgest ou pedro procura ines
à segunda:tenho preguiça e ambiciono o meu bronzeado à ciclista,à terça: não tenho posição nem paciencia no sofá, à quarta: estou nervosa porque tenho que escolher a roupa; à quinta:sou uma princesa fechada numa torre com as mãos algemadas, à sexta: chamo o fim de semana ...
um-dó-li-tá-cara-de-amendoá-contrações na culturgest ou pedro procura ines
11.7.09
prometemos cumprimos
Desde o ultimo postal:
sabado à noite não perdi o alain platel e pronto vai ser desta que me divorcio da dança contemporanea. O merito não está em criar momentos bonitos imagens cheias de potencia estetica. Será em fazer um espetaculo uno que tenha isso mas sem oscilaçoes em que não se encontrem finais a cada cinco minutos em que mesmo na monotonia a atenção do espectador esteja presa atada a ela porue tambem ela nos surpreende.
domingo a palmilhar KMs pela FIA, o classico.
segunda HOME muito a dizer .. que postarei mais a diante
terça world press photo & FAMA/FEIRA - Uma turma assombrosa! Parabens meninos actores do 2ºano
quarta lounge concerto filho único
quinta noites de bailado do programa FESTIVAL AO LARGO & antes MENINA ELSE integrado no festival de teatro de Almada
sexta Filme NOIR . a postar brevemente.
sabado MUDE - o novo museu da cidade é gratis e um espaço com uma filosofia que devia invadir a cidade.
sabado à noite não perdi o alain platel e pronto vai ser desta que me divorcio da dança contemporanea. O merito não está em criar momentos bonitos imagens cheias de potencia estetica. Será em fazer um espetaculo uno que tenha isso mas sem oscilaçoes em que não se encontrem finais a cada cinco minutos em que mesmo na monotonia a atenção do espectador esteja presa atada a ela porue tambem ela nos surpreende.
domingo a palmilhar KMs pela FIA, o classico.
segunda HOME muito a dizer .. que postarei mais a diante
terça world press photo & FAMA/FEIRA - Uma turma assombrosa! Parabens meninos actores do 2ºano
quarta lounge concerto filho único
quinta noites de bailado do programa FESTIVAL AO LARGO & antes MENINA ELSE integrado no festival de teatro de Almada
sexta Filme NOIR . a postar brevemente.
sabado MUDE - o novo museu da cidade é gratis e um espaço com uma filosofia que devia invadir a cidade.
3.7.09
planos
FIA 2009
out jazz 2009
quintas no museu (filho unico)
festival ao largo (s.carlos)
Filmes Malhas outras tralhas(8 de Julho)
Festival de Teatro de Almada
ccb alain platel
visita guida à instalação fotografica de Ines Abreu e Silva
wordl press photo (museu da cidade)
e uns exercicios na escola amarelo
out jazz 2009
quintas no museu (filho unico)
festival ao largo (s.carlos)
Filmes Malhas outras tralhas(8 de Julho)
Festival de Teatro de Almada
ccb alain platel
visita guida à instalação fotografica de Ines Abreu e Silva
wordl press photo (museu da cidade)
e uns exercicios na escola amarelo
1.7.09
A tempestade
de 30 a 2 de Julho no grande auditorio da ESTC..
INTERPRETAÇÃO Alexander David, Ana Gil, André Pardal, António Braga da Silva, Carolina Rocha, Gustavo Vargas, Ivo Barroso, Joana Campelo, João Duarte Costa, João Vicente, Maria Mascarenhas, Marta Abreu, Pedro Acabado, Raquel Cajão, Samuel Alves, Sara Vaz, Sofia Froes e Tiago de Almeida
INTERPRETAÇÃO Alexander David, Ana Gil, André Pardal, António Braga da Silva, Carolina Rocha, Gustavo Vargas, Ivo Barroso, Joana Campelo, João Duarte Costa, João Vicente, Maria Mascarenhas, Marta Abreu, Pedro Acabado, Raquel Cajão, Samuel Alves, Sara Vaz, Sofia Froes e Tiago de Almeida
30.6.09
Shotgun Stories
A estreia Jeff Nichols deixa-nos a conhecer três irmãos, baptizados com nomes desprovidos de qualquer pessoalidade. São eles Son (Filho), Boy (Rapaz) e Kid (Puto). Son (Michael Shannon) é o irmão mais velho e líder natural. É também o único que acredita estar destinado a algo melhor, embora a mulher, que o ama verdadeiramente, o tenha deixado devido à sua relação com o jogo - Son chama-lhe um sistema, com o qual há-de vencer o casino local, mas por enquanto limita-se a perder dinheiro. Os dois irmãos mais novos destacam-se pela notória falta de inteligência, mas acima de tudo por serem dois rednecks sem rumo, habituados a fazer pouco mais do que nada - um deles dorme numa tenda, o outro numa velha carrinha.
Neste primeiro momento lidamos com algum subtil, em que nos sentimos por vezes abandonados, largados a um certo humor.
Um pouco mais à frente percebemos que o assunto é sério, no enterro do pai percebemos que estes três irmãos foram abandonados quando eram crianças.
A cena é àimagem e semelhança deles, feia suja e protagonizada pelo Son.
Este acontecimento dá-nos o mote para o que se avizinha.
O ódio entre os dois grupos de irmãos era inevitável e crescente, o jogo de violencia catapulta mortes e na guerra há perdedores.
O elenco do filme é amador e há Michael Shannon, o louco estranhamente lúcido aqui o irmão e as suas costas crivadas de cicatrizes, a verdade é que não sentimos quem leva o lento e fastioso filme às costas.
Neste primeiro momento lidamos com algum subtil, em que nos sentimos por vezes abandonados, largados a um certo humor.
Um pouco mais à frente percebemos que o assunto é sério, no enterro do pai percebemos que estes três irmãos foram abandonados quando eram crianças.
A cena é àimagem e semelhança deles, feia suja e protagonizada pelo Son.
Este acontecimento dá-nos o mote para o que se avizinha.
O ódio entre os dois grupos de irmãos era inevitável e crescente, o jogo de violencia catapulta mortes e na guerra há perdedores.
O elenco do filme é amador e há Michael Shannon, o louco estranhamente lúcido aqui o irmão e as suas costas crivadas de cicatrizes, a verdade é que não sentimos quem leva o lento e fastioso filme às costas.
28.6.09
27.6.09
sabado
Passear na baixa de aipod a "ouVER" o João Coração. Comprar uns sapatos da marca com que estas vestida da cabeça aos pes, rotulo cliente na certa.
Não passas de um tradutor porque não tiveste coragem de ser um autor, no fim corres menos riscos e trabalhas com palavras o que vai dar ao mesmo.
A tua vida amorosa é cheia de mitos americanos "gajos que saem para comprar cigarros e nunca mais voltam".
Salva-te não adorares bezerros de ouro mas no fim esperas que uma só palavra te salve...
TERRA INTERIOR, não é por naturalmente gostar mais de homens mas é um núcleo bastante mais forte que o feminino...
Interpretação: Afonso Lagarto, Emanuel Arada, João de Brito, Luisa Kotsev, Maria Camões, Pedro Vieira, Rita Brito, Tomé Quirino
até 29 no Teatro MM
Não passas de um tradutor porque não tiveste coragem de ser um autor, no fim corres menos riscos e trabalhas com palavras o que vai dar ao mesmo.
A tua vida amorosa é cheia de mitos americanos "gajos que saem para comprar cigarros e nunca mais voltam".
Salva-te não adorares bezerros de ouro mas no fim esperas que uma só palavra te salve...
TERRA INTERIOR, não é por naturalmente gostar mais de homens mas é um núcleo bastante mais forte que o feminino...
Interpretação: Afonso Lagarto, Emanuel Arada, João de Brito, Luisa Kotsev, Maria Camões, Pedro Vieira, Rita Brito, Tomé Quirino
até 29 no Teatro MM
25.6.09
Porque na noite terrena sou mais fiel que um cão
aquelas coisas que elas tinham mesmo que contar
elas e as suas coisas mínimas
nós e elas frente a frente e a falta de coisas para dizer
o chegar demasiado tarde
demasiado cedo
tudo demasiado
aquela vez em que chegámos finalmente a tempo
e tu não estavas lá
os teus restos espalhados pelo chão da cozinha
oh, como te dilacerámos
Espectáculo em que a fragmentação se assume como marca desta procura do “a partir de” e do nós com isso, colocamos em cena a fragilidade de três pessoas na sua confrontação umas com as outras, consigo próprias, e com três poetisas que estão na génese de tudo, mas que não puderam, afinal, ficar.
Elizabeth Bishop, Marina Tsvietaieva, Margaret Atwood, numa combinação de uma prosa autobiográfica, por vezes terna, por vezes dolorosa, Elizabeth Bishop e Marina Tsvietaieva parecem, não obstante, dois continentes apostados em não se tocarem. Margaret Atwood rasga as palavras como quem rasga a carne, a pele, e toca-nos com uma poesia que é como uma faca, que sangra, que esbraceja, que se consome e nos consome na dor que transmite, e na lucidez. Tudo nestas autoras é espantoso, é teatral, é dramatúrgico.
A tres mulheres, ines, rosinda (hilariante) e a tania(brilhante)
elas e as suas coisas mínimas
nós e elas frente a frente e a falta de coisas para dizer
o chegar demasiado tarde
demasiado cedo
tudo demasiado
aquela vez em que chegámos finalmente a tempo
e tu não estavas lá
os teus restos espalhados pelo chão da cozinha
oh, como te dilacerámos
Espectáculo em que a fragmentação se assume como marca desta procura do “a partir de” e do nós com isso, colocamos em cena a fragilidade de três pessoas na sua confrontação umas com as outras, consigo próprias, e com três poetisas que estão na génese de tudo, mas que não puderam, afinal, ficar.
Elizabeth Bishop, Marina Tsvietaieva, Margaret Atwood, numa combinação de uma prosa autobiográfica, por vezes terna, por vezes dolorosa, Elizabeth Bishop e Marina Tsvietaieva parecem, não obstante, dois continentes apostados em não se tocarem. Margaret Atwood rasga as palavras como quem rasga a carne, a pele, e toca-nos com uma poesia que é como uma faca, que sangra, que esbraceja, que se consome e nos consome na dor que transmite, e na lucidez. Tudo nestas autoras é espantoso, é teatral, é dramatúrgico.
A tres mulheres, ines, rosinda (hilariante) e a tania(brilhante)
24.6.09
casamentos e infedilidades
A epoca é de ouro com decores e guarda-roupa muito bonitos.
Um argumento de bonecas russas, um casal o homem tem uma mulher e uma amante, acha que a mulher não resiste à dor da separação,mas tambem ela tem um amante e acha que ele nãp resisteria a uma separação.
A solução mais simples é matar a mulher e no dia em que o plano vai ser executada este descobre que a amante tem um amante(o seu melhor amigo).
No fim corre porque não quer perder tudo e tudo o empeçilha na tentativa de não perder tudo, por fim e por um tris salva a mulher.
Na verdade a paz é podre, o casamento é o seguro do não abandono e no final que remedio até somos felizes com o que temos e basta apenas decidirmos regozijar-nos com isso...
Chris Cooper, Annabel Kershaw, Pierce Brosnan, Patricia Clarkson, Rachel McAdams, Sheila Paterson
Realizadores
Ira Sachs
EUA/Canadá
Um argumento de bonecas russas, um casal o homem tem uma mulher e uma amante, acha que a mulher não resiste à dor da separação,mas tambem ela tem um amante e acha que ele nãp resisteria a uma separação.
A solução mais simples é matar a mulher e no dia em que o plano vai ser executada este descobre que a amante tem um amante(o seu melhor amigo).
No fim corre porque não quer perder tudo e tudo o empeçilha na tentativa de não perder tudo, por fim e por um tris salva a mulher.
Na verdade a paz é podre, o casamento é o seguro do não abandono e no final que remedio até somos felizes com o que temos e basta apenas decidirmos regozijar-nos com isso...
Chris Cooper, Annabel Kershaw, Pierce Brosnan, Patricia Clarkson, Rachel McAdams, Sheila Paterson
Realizadores
Ira Sachs
EUA/Canadá
23.6.09
Poemario 2009
Não coincide o tempo com a vida
tão tarde o aprendemos
Fora dele vivida conhecemos
antes de nela entrarmos a saída
Num retrocesso intemporal vivemos
intemporal decerto é a nossa vida
Gastão Cruz
Vais-se gastando a idade e cresce o dano
Perde-se-me um remedio que inda tinha
Se por experiencia se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Luis de Camões
tão tarde o aprendemos
Fora dele vivida conhecemos
antes de nela entrarmos a saída
Num retrocesso intemporal vivemos
intemporal decerto é a nossa vida
Gastão Cruz
Vais-se gastando a idade e cresce o dano
Perde-se-me um remedio que inda tinha
Se por experiencia se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Luis de Camões
22.6.09
doutor estranho amor
"reproduzir-se-iam prodiugiosamente, tendo pouco mais que fazer. Na razão de dez mulheres para cada homem.
Esse nucleo de sobreviventes não se sentiria tão amargurado a pouco de desejar a morte e nao quer continuar a viver?Não, quando entrarem na mina toda a gente ainda estará viva, não haverá recordações chocantes, apenas a sensação de nostalgia e um espirito de curiosidade pela aventura que os espera. Falou na razao de dez mulheres para um homem. Iremos abandonar as relaçoes sexuais monogamicas?infelizmente terá de fazer-se esse sacrificio pela raça. Dado que o homem tera de fazer um serviço prodigioso, a mulher tera que ser selecionada pela suas caracteristicas sexuais as quais terão de ser de natureza altamente estimulante "
Esse nucleo de sobreviventes não se sentiria tão amargurado a pouco de desejar a morte e nao quer continuar a viver?Não, quando entrarem na mina toda a gente ainda estará viva, não haverá recordações chocantes, apenas a sensação de nostalgia e um espirito de curiosidade pela aventura que os espera. Falou na razao de dez mulheres para um homem. Iremos abandonar as relaçoes sexuais monogamicas?infelizmente terá de fazer-se esse sacrificio pela raça. Dado que o homem tera de fazer um serviço prodigioso, a mulher tera que ser selecionada pela suas caracteristicas sexuais as quais terão de ser de natureza altamente estimulante "
21.6.09
genova
"De que cor é o carro que passa do outro lado da estrada? adivinha de olhos fechados"
Mãe e filhas divertidas num momento muito bonito de cinema.
Morte da mãe, nada está bem, fuga, genova, casa nova, vida nova, sem mortes,sem memorias(só Mary as assume), aparentemente juntos na verdade cada um por si, a tentar sovreviver, fechados nos seus dramas, com distraçoes, amizades, vidas de fingir, ilusoes, caminhos pantanosos, forças centrifugas, à deriva agarrados a um pau... Vai ruir a estrutura, até que o elo mais fraco em perseguição do delirio falante da mãe (ponto fraco do filme) provoca mais um acidente que deixa todos a salvo.
Mãe e filhas divertidas num momento muito bonito de cinema.
Morte da mãe, nada está bem, fuga, genova, casa nova, vida nova, sem mortes,sem memorias(só Mary as assume), aparentemente juntos na verdade cada um por si, a tentar sovreviver, fechados nos seus dramas, com distraçoes, amizades, vidas de fingir, ilusoes, caminhos pantanosos, forças centrifugas, à deriva agarrados a um pau... Vai ruir a estrutura, até que o elo mais fraco em perseguição do delirio falante da mãe (ponto fraco do filme) provoca mais um acidente que deixa todos a salvo.
19.6.09
Pimponeta
SONIA no teatro MM... dias das historias (im)provaveis
João Coração no maxime? ou o deserto branco no Santiago?
João Coração no maxime? ou o deserto branco no Santiago?
17.6.09
o silenciador
Filmes policiais dos anos 50, futuro, pouca luz, diálogos curtos, muito artifício, chapéus, cigarros e pistolas.
Somos o que queremos?queremos ser o que somos? Morte aos adjectivos.
Aventura: Como é que 3 pessoas se sentam num único sofá?
Romance:a linguagem que inventamos para nos escondermos é capaz de seduzir alguem?
Comédia:é feliz quem consegue chegar ao fim com uma pergunta?
Há casamentos e amor, lapis nº2 e video-vigilancia.
Os herois são seguros e secretos.
Somos o que queremos?queremos ser o que somos? Morte aos adjectivos.
Aventura: Como é que 3 pessoas se sentam num único sofá?
Romance:a linguagem que inventamos para nos escondermos é capaz de seduzir alguem?
Comédia:é feliz quem consegue chegar ao fim com uma pergunta?
Há casamentos e amor, lapis nº2 e video-vigilancia.
Os herois são seguros e secretos.
16.6.09
s.jorge 22 h
15.6.09
14.6.09
Pointe to point
O 6º Encontro de Dança Ásia Europa realiza-se em Lisboa entre 12 e 27 de Junho no Museu do Oriente.
13.6.09
Crucificado
s igrejas não chegam para dar vazão às nossas rezas. Sairemos para a rua num cortejo, atearemos a noite com a melodia intempestiva da nossa prece popular, folclórica e pagã. Não é uma escavadora persistente que há-de abrir a nossa cova nem a santíssima trindade política que nos roubará esta loucura.
Chegou finalmente o dia? Queremos cortar caminhos e amarras e rotinas.
Queremos errar, porque o nosso verbo é o verbo ir. Queremos fugir a fingir que somos livres dessa cruz que carregamos. Mas prisioneiros somos nós todos ó crucificados, prisioneiros do silêncio como gatos e ratos.
a partir de Memórias de Uma Tia Tonta e outros textos de NATÁLIA CORREIA
Dramaturgia e Encenação MIGUEL MOREIRA e JOÃO BRITES
Composição Musical JORGE SALGUEIRO
Espaço Cénico RUI FRANCISCO
Apoio à Oralidade TERESA LIMA
Figurinos e Adereços CLARA BENTO
Desenho de Luz JOÃO CACHULO
Sonoplastia e Desenho de Som RUI BENTES
Vídeo SOFIA PIMENTÃO
Interpretação ADELAIDE JOÃO, GUILHERME NORONHA/MIGUEL MOREIRA, PAULA SÓ,
SÍLVIA ALMEIDA (Assistente Estagiária da Escola Superior de Teatro e Cinema) e FILIPE
LUZ (Assistente Estagiário da Escola Profissional das Artes da Madeira) Músicos ANA SOFIA
MACEDO, FERNANDO PERNAS/SÉRGIO OLIVEIRA, JACINTO SANTOS e JOSÉ
CARINHAS
Chegou finalmente o dia? Queremos cortar caminhos e amarras e rotinas.
Queremos errar, porque o nosso verbo é o verbo ir. Queremos fugir a fingir que somos livres dessa cruz que carregamos. Mas prisioneiros somos nós todos ó crucificados, prisioneiros do silêncio como gatos e ratos.
a partir de Memórias de Uma Tia Tonta e outros textos de NATÁLIA CORREIA
Dramaturgia e Encenação MIGUEL MOREIRA e JOÃO BRITES
Composição Musical JORGE SALGUEIRO
Espaço Cénico RUI FRANCISCO
Apoio à Oralidade TERESA LIMA
Figurinos e Adereços CLARA BENTO
Desenho de Luz JOÃO CACHULO
Sonoplastia e Desenho de Som RUI BENTES
Vídeo SOFIA PIMENTÃO
Interpretação ADELAIDE JOÃO, GUILHERME NORONHA/MIGUEL MOREIRA, PAULA SÓ,
SÍLVIA ALMEIDA (Assistente Estagiária da Escola Superior de Teatro e Cinema) e FILIPE
LUZ (Assistente Estagiário da Escola Profissional das Artes da Madeira) Músicos ANA SOFIA
MACEDO, FERNANDO PERNAS/SÉRGIO OLIVEIRA, JACINTO SANTOS e JOSÉ
CARINHAS
11.6.09
10.6.09
33x3
Abbas Kiarostami, Aki Kaurismaki, Amos Gitai, Andrei Konchalovsky, Atom Egoyan, Bille August, Chen Kaige, Claude Lelouch, David Cronenberg, David Lynch, Elia Suleiman, Gus Van Sant, Hou Hsiao-Hsien, Jane Campion, Jean-Pierre Dardenne, Ken Loach, Lars Von Trier (libertador), Luc Dardenne, Manoel de Oliveira, Nanni Moretti(optimo), Olivier Assayas, Raoul Ruiz, Raymond Depardon, Roman Polanski, Takeshi Kitano, Theo Angelopoulos(muito bom), Tsai Ming-Liang, Walter Salles(divertido), Wim Wenders, Wong Kar-Wai(o melhor), Youssef Chahine, Zhang Yimou e Inarritu(muito bom) claro CADA UM O SEU CINEMA
Realizardo por ocasião dos 60 anos do Festival de Cannes, o festival de cinema mais importante do mundo, reúne o modo como 33 cineastas de 25 países olham o cinema e as salas de cinema, lugar de comunhão dos cinéfilos do mundo inteiro. Objecto cinematográfico imperdível, autêntico compêndio do estado do mundo do cinema e das singularidade de cada cineasta.
8.6.09
Tyson
Mike Tyson o mais jovem campeão de pesoa pesados do mundo, venceu os 15 combates que disputou em seu ano de estréia no circuito profissional, foi preso e esteve envolvido em inumeros escandalos que tentou ultrapassar e voltar aos tempos de glória .
O filme é simples: o diretor James Toback alugou uma casa em Hollywood, pegou duas câmeras, sentou Tyson num sofá e registrou o que ele tinha pra dizer.
O ex-campeao aparece a "nu", sozinho em planos apertados ondea famila e amigos ilustram apenas acontecimentos.
Não há quem o ilibe,não há redentores, não há advogado, apenas juiz, ele próprio e o espectador.
A tecnica não é a força mas a precisão e a velocidade dos movimentos e acima de tudo um mentor que ensine a confiança e construa o caracter e a disciplina...
O filme é simples: o diretor James Toback alugou uma casa em Hollywood, pegou duas câmeras, sentou Tyson num sofá e registrou o que ele tinha pra dizer.
O ex-campeao aparece a "nu", sozinho em planos apertados ondea famila e amigos ilustram apenas acontecimentos.
Não há quem o ilibe,não há redentores, não há advogado, apenas juiz, ele próprio e o espectador.
A tecnica não é a força mas a precisão e a velocidade dos movimentos e acima de tudo um mentor que ensine a confiança e construa o caracter e a disciplina...
6.6.09
Marionetas Tradicionais de Taiwan
A tradição do teatro de marionetas de luva de Taiwan chega através do mestre Chen Xihuang e invade o Museu da Marioneta, em Lisboa, de 5 a 7 de Junho.
Aos 79 anos, Chen Xihuang é o marionetista mais célebre de Tawain.
Chega a Portugal para mostrar a versatilidade desta técnica.
Uma jovem senhora, palhaços e vilões, um velho homem a fumar um cachimbo verdadeiro são algumas das personagens deste espectáculo.
Destaque ainda para as cenas de luta entre as marionetas de luva.
Aos 79 anos, Chen Xihuang é o marionetista mais célebre de Tawain.
Chega a Portugal para mostrar a versatilidade desta técnica.
Uma jovem senhora, palhaços e vilões, um velho homem a fumar um cachimbo verdadeiro são algumas das personagens deste espectáculo.
Destaque ainda para as cenas de luta entre as marionetas de luva.
3.6.09
Hedda Gabler
tradução de José Paulo Esteves da Silva
dramaturgia de Miguel Castro Caldas
Hedda Gabler(Sandra Faleiro), uma mulher fria, egoísta e manipuladora que se vê obrigada a casar depois da morte do pai e que está presa ao seu casamento e às convenções sociais mas que, ao mesmo tempo, se encontra à margem delas, não se encaixa.
Desde a estreia, em 1891 em Munique, a obra-prima de Ibsen teve numerosas encenações, protagonizadas por actrizes como Ingrid Bergman, Isabelle Huppert, Maggie Smith, Annette Bening, Judy Davis, Emmanuelle Seigner e Cate Blanchett, entre outras.
Ibsen apelidado de pai do teatro moderno, criador do chamado "teatro de idéias", sua obra se caracteriza pelo estudo psicológico dos personagens (em especial os femininos), pela crítica à burguesia e ao capitalismo e pelo encontro do indivíduo com a sociedade.
Bruno Bravo resolveu encená-la no âmbito de uma 'trilogia' dedicada a personagens femininas da dramaturgia universal, iniciada em Fevereiro deste ano com 'Lindos Dias', de Samuel Beckett, e que terminará em Setembro com 'Menina Júlia', de August Strindberg.
Completam o elenco os actores Anabela Brígida, Bruno Simões, David Almeida(o pior actor), Gonçalo Amorim, Inês Pereira e Raquel Dias, que se movem num cenário concebido por Stephane Alberto, vestidos com figurinos de Ana Teresa Castelo.
Depois de oscilar entre um imaginário de teatro antigo e um registo mais próximo do «realismo televisivo» nas primeiras leituras, o encenador explica que o trabalho que fizeram «foi no sentido de encontrar o teatro. A grande questão era: como é que o teatro pode resolver este texto?», frisou.
'Hedda Gabler', uma co-produção Primeiros Sintomas e Galeria Zé dos Bois, estará em cena no espaço Negócio, na rua do Século, até 6 de Junho, de quarta-feira a sábado, sempre às 21h30.
dramaturgia de Miguel Castro Caldas
Hedda Gabler(Sandra Faleiro), uma mulher fria, egoísta e manipuladora que se vê obrigada a casar depois da morte do pai e que está presa ao seu casamento e às convenções sociais mas que, ao mesmo tempo, se encontra à margem delas, não se encaixa.
Desde a estreia, em 1891 em Munique, a obra-prima de Ibsen teve numerosas encenações, protagonizadas por actrizes como Ingrid Bergman, Isabelle Huppert, Maggie Smith, Annette Bening, Judy Davis, Emmanuelle Seigner e Cate Blanchett, entre outras.
Ibsen apelidado de pai do teatro moderno, criador do chamado "teatro de idéias", sua obra se caracteriza pelo estudo psicológico dos personagens (em especial os femininos), pela crítica à burguesia e ao capitalismo e pelo encontro do indivíduo com a sociedade.
Bruno Bravo resolveu encená-la no âmbito de uma 'trilogia' dedicada a personagens femininas da dramaturgia universal, iniciada em Fevereiro deste ano com 'Lindos Dias', de Samuel Beckett, e que terminará em Setembro com 'Menina Júlia', de August Strindberg.
Completam o elenco os actores Anabela Brígida, Bruno Simões, David Almeida(o pior actor), Gonçalo Amorim, Inês Pereira e Raquel Dias, que se movem num cenário concebido por Stephane Alberto, vestidos com figurinos de Ana Teresa Castelo.
Depois de oscilar entre um imaginário de teatro antigo e um registo mais próximo do «realismo televisivo» nas primeiras leituras, o encenador explica que o trabalho que fizeram «foi no sentido de encontrar o teatro. A grande questão era: como é que o teatro pode resolver este texto?», frisou.
'Hedda Gabler', uma co-produção Primeiros Sintomas e Galeria Zé dos Bois, estará em cena no espaço Negócio, na rua do Século, até 6 de Junho, de quarta-feira a sábado, sempre às 21h30.
1.6.09
30.5.09
Ciclo Soundtracks-Music Box
O histórico Homem da Câmara de Filmar, 1929, de Dziga Vertov o reflexo da realidade a inspiração da montagem, ritmo e novas plasticas, uma nova linguagem cinematográfica musicado pelo talento dos guitarristas Nuno Rebelo, Tó Trips, Alexandre Soares e Flak,
Sabado a exuberância foi de Pedro Almodóvar, o da movida madrilena dos anos 1980, o de flamencos e tangos, o das canções densamente orquestradas da música espanhola das décadas de 1960 e 1970.
Equipados a rigor a noite os Tacones Lejanos, foi protagonizada pelos Rádio Macau Filipe Valentim e Alexandre Cortez, o duo Ela Não É Francesa Ele Não É Espanhol (Inês Jacques e Eduardo Raon), a actriz Carla Bolito ou Luanda Cozzeti, dos Couple Coffee.
Falhei a blaxploitation ...
Sabado a exuberância foi de Pedro Almodóvar, o da movida madrilena dos anos 1980, o de flamencos e tangos, o das canções densamente orquestradas da música espanhola das décadas de 1960 e 1970.
Equipados a rigor a noite os Tacones Lejanos, foi protagonizada pelos Rádio Macau Filipe Valentim e Alexandre Cortez, o duo Ela Não É Francesa Ele Não É Espanhol (Inês Jacques e Eduardo Raon), a actriz Carla Bolito ou Luanda Cozzeti, dos Couple Coffee.
Falhei a blaxploitation ...
29.5.09
teatro camoes
Isolda estreia em Lisboa no Teatro Camões
Coreografia Olga Roriz
Música Richard Wagner, Tristão e Isolda (Prelúdio e Morte)
Desenho de Luz Orlando Worm
Figurinos Vera Castro
Nova Criação estreia absoluta
Coreografia Rui Lopes Graça
Música Philip Glass
Cenários e Figurinos Vera Castro
Desenho de Luz Jorge Ribeiro
Fauno estreia absoluta
Coreografia Vasco Wellenkamp
Música Claude Debussy, Pre?lude a? l'apre?s-midi d'un faune
Strokes Through the Tail estreia na CNB
Coreografia Marguerite Donlon
Música Wolfgang Amadeus Mozart, Sinfonia Nº 40 em Sol Menor
Figurinos Branimira Ivanova
Desenho de Luz Marguerite Donlon
4 coreografos 4 generos: uma Isolda por Olga Roriz com mulheres, meninas sem o porte roliço mas com o peso estetico da Paula Rego, um Fauno chato, um Strokes Through the Tail divertido mas repetitivo e um Rui lopes Graça absolutamente tocante na expressao da relação a dois...
Coreografia Olga Roriz
Música Richard Wagner, Tristão e Isolda (Prelúdio e Morte)
Desenho de Luz Orlando Worm
Figurinos Vera Castro
Nova Criação estreia absoluta
Coreografia Rui Lopes Graça
Música Philip Glass
Cenários e Figurinos Vera Castro
Desenho de Luz Jorge Ribeiro
Fauno estreia absoluta
Coreografia Vasco Wellenkamp
Música Claude Debussy, Pre?lude a? l'apre?s-midi d'un faune
Strokes Through the Tail estreia na CNB
Coreografia Marguerite Donlon
Música Wolfgang Amadeus Mozart, Sinfonia Nº 40 em Sol Menor
Figurinos Branimira Ivanova
Desenho de Luz Marguerite Donlon
4 coreografos 4 generos: uma Isolda por Olga Roriz com mulheres, meninas sem o porte roliço mas com o peso estetico da Paula Rego, um Fauno chato, um Strokes Through the Tail divertido mas repetitivo e um Rui lopes Graça absolutamente tocante na expressao da relação a dois...
28.5.09
Don Giovanni - Wolfgang Amadeus Mozart
"Encomendada a Mozart depois do sucesso da ópera Le nozze di Figaro (1786), Il dissoluto punito, ossia il Don Giovanni foi igualmente muito bem recebida, sobretudo em Praga, aquando da estreia. A ópera foi composta em apenas quatro meses, entre Junho e Outubro de 1787, com alterações e acrescentos a ocorrerem até ao momento da sua estreia. Apesar destas condicionantes, de certa forma vulgares no trabalho do jovem compositor, Don Giovanni rapidamente se tornou numa das mais importantes obras de Mozart e do repertório operático em geral. Ainda durante a vida do compositor esta ópera conheceu diversas encenações, adaptações e traduções, apesar da sua invulgar dificuldade de execução.
Apoiando-se em diversos textos já existentes, Da Ponte elaborou grande parte do libreto de forma inteiramente original. A história baseia-se na lenda de Don Juan, um libertino sedutor que se satisfaz conquistando inúmeras mulheres e travando duelos com os seus comprometidos e que acaba morto, num desvio surreal da acção, pela estátua mortuária de uma das suas próprias vítimas. Esta narração ficcional, cuja origem remonta ao século XIV, serviu de base, ao longo dos séculos e até aos nossos dias, a inúmeras adaptações literárias, teatrais e operáticas. A conjugação de elementos dramáticos com elementos burlescos - o assassinato do comendador, no primeiro acto, e a morte de Don Giovanni, no final do segundo, intercalados pelas divertidas aventuras de Don Giovanni e do seu criado, Leporello, com as donzelas seduzidas - conferem a esta ópera um carácter ambíguo entre o cómico (opera buffa) e o dramático (opera seria) tendo recebido do próprio libretista o subtítulo de dramma giocoso."
30. Maio, 1. 3. 5. 9. 12. Junho às 20:00h
7. 14. Junho 2009 às 16:00h
Direcção musical Johannes Stert
Encenação Maria Emília Correia
Cenografia e Figurinos António Lagarto
Desenho de Luz Pedro Martins
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Intérpretes : Don Giovanni Nicola Ulivieri; Leporello Kevin Short; Donna Anna Carla Caramujo; Comendador Andreas Hörl; Don Ottavio Musa Nkuna; Donna Elvira Katharina von Bülow; Zerlina Chelsey Schill;Masetto Leandro Fischetti
Uma opera musicalmente bela, cheia de inspiração cinematografica(morte em veneza, asas do desejo), cujo sentido encerra a ideio de que o mal que fazes não será esquecido. PARABENS MARIA EMILIA, ao Antonio Lagarto, ao Nicola e ao corpo de figuração!!!
Apoiando-se em diversos textos já existentes, Da Ponte elaborou grande parte do libreto de forma inteiramente original. A história baseia-se na lenda de Don Juan, um libertino sedutor que se satisfaz conquistando inúmeras mulheres e travando duelos com os seus comprometidos e que acaba morto, num desvio surreal da acção, pela estátua mortuária de uma das suas próprias vítimas. Esta narração ficcional, cuja origem remonta ao século XIV, serviu de base, ao longo dos séculos e até aos nossos dias, a inúmeras adaptações literárias, teatrais e operáticas. A conjugação de elementos dramáticos com elementos burlescos - o assassinato do comendador, no primeiro acto, e a morte de Don Giovanni, no final do segundo, intercalados pelas divertidas aventuras de Don Giovanni e do seu criado, Leporello, com as donzelas seduzidas - conferem a esta ópera um carácter ambíguo entre o cómico (opera buffa) e o dramático (opera seria) tendo recebido do próprio libretista o subtítulo de dramma giocoso."
30. Maio, 1. 3. 5. 9. 12. Junho às 20:00h
7. 14. Junho 2009 às 16:00h
Direcção musical Johannes Stert
Encenação Maria Emília Correia
Cenografia e Figurinos António Lagarto
Desenho de Luz Pedro Martins
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Intérpretes : Don Giovanni Nicola Ulivieri; Leporello Kevin Short; Donna Anna Carla Caramujo; Comendador Andreas Hörl; Don Ottavio Musa Nkuna; Donna Elvira Katharina von Bülow; Zerlina Chelsey Schill;Masetto Leandro Fischetti
Uma opera musicalmente bela, cheia de inspiração cinematografica(morte em veneza, asas do desejo), cujo sentido encerra a ideio de que o mal que fazes não será esquecido. PARABENS MARIA EMILIA, ao Antonio Lagarto, ao Nicola e ao corpo de figuração!!!
26.5.09
carminho
25.5.09
conto de natal
realizador:Arnaud Desplechin
Elenco: Catherine Deneuve, Jean-Paul Roussillon, Anne Consigny, Mathieu Amalric, Melvil Poupaud, Hippolyte Girardot, Emmanuelle Devos, Chiara Mastroianni, Laurent Capelluto, Emile Berling, Thomas Obled, Clément Obled, Françoise Bertin, Samir Guesmi, Azize Kabouche
Elenco: Catherine Deneuve, Jean-Paul Roussillon, Anne Consigny, Mathieu Amalric, Melvil Poupaud, Hippolyte Girardot, Emmanuelle Devos, Chiara Mastroianni, Laurent Capelluto, Emile Berling, Thomas Obled, Clément Obled, Françoise Bertin, Samir Guesmi, Azize Kabouche
21.5.09
miss July
a virtude nunca isenta de vicio, a submissao a que nos larga a sedução que anula do poder economico, politico e social, tudo é relativo, o cimo e o baixo, a dependencia e o dominio, a força e a fraqueza somos pouco mais que animais, homens e mulheres q lutam pelo poder, que conscientes da verdade e da mentira se ludibriam.
Somos contradições abismais, cegos pelas nossas obsessões embarcamos em quase tudo, vale tudo, o meio pouco importa o fim justifica.
20.5.09
nao ha duas sem tres
singularidades de uma rapariga loira
personagens cegas que não se movimentam no cinema de forma teatral mas sim o anti natural...o que o dinheiro compra e o que o dinheiro nao compra!
o limite do amor
Durante a II Guerra Mundial, o poeta britânico Dylan Thomas (Matthew Rhys), já casado com Caitlin (Sienna Miller), reencontra a grande paixão da sua vida, Vera (Keira Knightley). Os dois voltam a envolver-se e, apesar disso, Caitlin e Vera acabarão por tornar-se amigas, criando um arriscado e difícil triângulo amoroso vivido em cenários do submundo boémio de uma Londres sob o espectro da guerra. Nem mesmo o casamento de Vera com um militar, William (Cillian Murphy), põe fim ao idílio. Mas vai complicá-lo, e os ciúmes e traumas de William poderão pôr todos em risco...
la caja
Numa pequena aldeia de pescadores nas Ilhas Canárias, Don Lúcio, um homem odiado por todos, morre inesperadamente. No minúsculo apartamento que dividia com a sua mulher, não há espaço para fazer o funeral. E Isabel, uma vizinha, acaba por ficar com o corpo do morto em sua casa. Enquanto a viúva tenta esquecer, os vizinhos passam pelo o velório para ajustar contas com o morto.
a ganhar terreno mas fica a faltar D.MARIA, 4 panos, atentados e falal...
personagens cegas que não se movimentam no cinema de forma teatral mas sim o anti natural...o que o dinheiro compra e o que o dinheiro nao compra!
o limite do amor
Durante a II Guerra Mundial, o poeta britânico Dylan Thomas (Matthew Rhys), já casado com Caitlin (Sienna Miller), reencontra a grande paixão da sua vida, Vera (Keira Knightley). Os dois voltam a envolver-se e, apesar disso, Caitlin e Vera acabarão por tornar-se amigas, criando um arriscado e difícil triângulo amoroso vivido em cenários do submundo boémio de uma Londres sob o espectro da guerra. Nem mesmo o casamento de Vera com um militar, William (Cillian Murphy), põe fim ao idílio. Mas vai complicá-lo, e os ciúmes e traumas de William poderão pôr todos em risco...
la caja
Numa pequena aldeia de pescadores nas Ilhas Canárias, Don Lúcio, um homem odiado por todos, morre inesperadamente. No minúsculo apartamento que dividia com a sua mulher, não há espaço para fazer o funeral. E Isabel, uma vizinha, acaba por ficar com o corpo do morto em sua casa. Enquanto a viúva tenta esquecer, os vizinhos passam pelo o velório para ajustar contas com o morto.
a ganhar terreno mas fica a faltar D.MARIA, 4 panos, atentados e falal...
17.5.09
3ªsemana de gravaçao
nao há tempo para os mesmos lanches na esplanada ao sol, para finais de tarde entre o MM e baixa com um amigo, para cinemas e teatros à noite, para saber tudo o que se passa na cidade, para ter a agenda cultural em dia, para conhecer todas as coleçoes primavera/verão 2009 e para desejar muito os sapatos de uma montra... nao há tempo e eu quero-o
Lisboa - portimão- castings - jantar com amigos- bairro à quarta fora de horas -FATAL(grupo tecnico, encenador: Gustavo Vicente)- sabado de amigos entre as 4h-7h- e trabalho trabalho trabalho...
espero melhoras com star trek, la caja,singularidades de uma rapariga loira, atentados na nova, Fatal, FIMFA, D.Maria, culturgest 4 panos, Say it With Flowers de Antonio Pires, andrew bird e etc...
11.5.09
workaholic, quando o mundo acaba
sexta HERZOG no indie
Sessão: Heroi Independente - Herzog
Herz aus Glas
La Soufrière - Warten auf eine unausweichliche Katastrophe
sabado DJ TONY
domingo BALLAST no indie (se isto é o premiado bendita as horas que não gastei no Indie)
Segunda AS OBRAS COMPLETAS DE WILLIAM SHAKESPEARE EM 97 MINUTOS
Interpretação: João Carracedo, Manuel Mendes, Simão Rubim
Terça AMOR DE PERDIÇÃO
Quarta A BIBLICA: TODA A PALAVRA DE DEUS
Interpretação: Pedro Luzindro, Pedro Saavedra, Ricardo Cruz
Quinta ILHAS DISTANTES
ELENCO: Cleia Almeida, Frederico Barata, Hugo Bettencourt, Paulo B.
sexta FALAR VERDADE A MENTIR Almeida Garret
com: Ana Sofia Santos, Catarina Aidos, Gonçalo Cosmelli, Gonçalo Lello, Paulo Martins e Manuel Sá Pessoa, interpretação.
sábado doc_europa TRIAL OF A CHILD DENIED
Helena tinha apenas 19 anos. Durante o trabalho de parto do seu filho, deramlhe
um documento para assinar. Só mais tarde percebeu que tinha autorizado a
sua própria esterilização. Não é um caso único na Europa Central, onde a
esterilização forçada a mulheres ciganas é regularmente denunciada.
domingo doc_europa HEARING BOY
Karen é surda, mas dá à luz uma criança que ouve. A relação com o filho
obriga-a a enfrentar uma realidade que sempre preferiu ignorar: o mundo dos
ouvintes. “Hearing Boy” é realizado pela irmã de Karen e revela-nos a
intimidade de um mundo quase impenetrável
AS VAMPIRASS LESBICAS DE SODOMA
elenco: João Carracedo, João Marta, Manuel Mendes e Pedro Luzindro.
salvam-se os actores da companhia teatral do chiado, o Tomas Alves (o melhor actor da sua geração), o transversal DJ TONY e o DOC EUROPA.
Talvez quando voltar a dispor do meu tempo encontre maqis encantos à Arte e ela haja sobre mim!
Sessão: Heroi Independente - Herzog
Herz aus Glas
La Soufrière - Warten auf eine unausweichliche Katastrophe
sabado DJ TONY
domingo BALLAST no indie (se isto é o premiado bendita as horas que não gastei no Indie)
Segunda AS OBRAS COMPLETAS DE WILLIAM SHAKESPEARE EM 97 MINUTOS
Interpretação: João Carracedo, Manuel Mendes, Simão Rubim
Terça AMOR DE PERDIÇÃO
Quarta A BIBLICA: TODA A PALAVRA DE DEUS
Interpretação: Pedro Luzindro, Pedro Saavedra, Ricardo Cruz
Quinta ILHAS DISTANTES
ELENCO: Cleia Almeida, Frederico Barata, Hugo Bettencourt, Paulo B.
sexta FALAR VERDADE A MENTIR Almeida Garret
com: Ana Sofia Santos, Catarina Aidos, Gonçalo Cosmelli, Gonçalo Lello, Paulo Martins e Manuel Sá Pessoa, interpretação.
sábado doc_europa TRIAL OF A CHILD DENIED
Helena tinha apenas 19 anos. Durante o trabalho de parto do seu filho, deramlhe
um documento para assinar. Só mais tarde percebeu que tinha autorizado a
sua própria esterilização. Não é um caso único na Europa Central, onde a
esterilização forçada a mulheres ciganas é regularmente denunciada.
domingo doc_europa HEARING BOY
Karen é surda, mas dá à luz uma criança que ouve. A relação com o filho
obriga-a a enfrentar uma realidade que sempre preferiu ignorar: o mundo dos
ouvintes. “Hearing Boy” é realizado pela irmã de Karen e revela-nos a
intimidade de um mundo quase impenetrável
AS VAMPIRASS LESBICAS DE SODOMA
elenco: João Carracedo, João Marta, Manuel Mendes e Pedro Luzindro.
salvam-se os actores da companhia teatral do chiado, o Tomas Alves (o melhor actor da sua geração), o transversal DJ TONY e o DOC EUROPA.
Talvez quando voltar a dispor do meu tempo encontre maqis encantos à Arte e ela haja sobre mim!
29.4.09
26.4.09
CHE o argentino
um filme deslexio que fala de causas sem o fulgor de revoluçao mas com boas prestaçoes. Fica para a proxima o filme politico que nos questiona.
24.4.09
19.4.09
Madame Bovary
Mas ela, a sua vida era fria como um sotão com a lucarna voltada para o norte, e o tédio, qual aranha silenciosa, tecia-lhe à sombra a sua teia em todos os cantos do coração.
18.4.09
ALMOÇO DE 15 DE AGOSTO
um homem de meia-idade, Gianni ( um eterno peter pan) continua a viver com a mãe que lhe trata de tudo o que precisa.
os problemas inerentes de quem se recusa crescer existem e entalam-no num improvisado lar de idosas na sua propria casa (corrijo a da mãe).
A velhice é feia, senil, debil, infantil, rabugenta mas o pior dela é a solidao e quando depois de uma vida se reencontra a propria vida e se comemora é bonito e queremos ficar ali ainda na vida porque afinal isto ainda é a vida, mais fragil mas a vida... e a pessoas de meia idade mais velos do que aquelas quatro hilariantes velhotas
De Gianni Di Gregorio ITÀLIA; 2008
mais logo
ARTE DO CRIME no Chiado
*Em A Arte do Crime, peça que estreou em 1981, Richard Harris constrói uma intriga policial excepcionalmente tensa e enigmática, em torno de três protagonistas: um Inspector-Chefe da Polícia, uma escritora de séries e peças policiais para a televisão, e o misterioso homem que os atrai a casa dele sem que se perceba com que intenção o faz.
A companhia teatral do chiado trabalha o teatro popular como entretenimento e caminho para a cultura, fá-lo bem tal como os actores, mas é uma questão de genero...
Interpretação: Emanuel Arada, Simão Rubim, Vanessa Agapito
Encenação: Juvenal Garcês*
E
LISBOA CAPITAL REPUBLICA POPULAR com Camane, Dead Combo,Jose Mario Branco no music box
os problemas inerentes de quem se recusa crescer existem e entalam-no num improvisado lar de idosas na sua propria casa (corrijo a da mãe).
A velhice é feia, senil, debil, infantil, rabugenta mas o pior dela é a solidao e quando depois de uma vida se reencontra a propria vida e se comemora é bonito e queremos ficar ali ainda na vida porque afinal isto ainda é a vida, mais fragil mas a vida... e a pessoas de meia idade mais velos do que aquelas quatro hilariantes velhotas
De Gianni Di Gregorio ITÀLIA; 2008
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ARTE DO CRIME no Chiado
*Em A Arte do Crime, peça que estreou em 1981, Richard Harris constrói uma intriga policial excepcionalmente tensa e enigmática, em torno de três protagonistas: um Inspector-Chefe da Polícia, uma escritora de séries e peças policiais para a televisão, e o misterioso homem que os atrai a casa dele sem que se perceba com que intenção o faz.
A companhia teatral do chiado trabalha o teatro popular como entretenimento e caminho para a cultura, fá-lo bem tal como os actores, mas é uma questão de genero...
Interpretação: Emanuel Arada, Simão Rubim, Vanessa Agapito
Encenação: Juvenal Garcês*
E
LISBOA CAPITAL REPUBLICA POPULAR com Camane, Dead Combo,Jose Mario Branco no music box
17.4.09
Once and for all we are gonna tell you who we are so shut up and listen (de Alexander Devriendt)
A formula é a repetição com nuances, uma banda sonora cheia de pica e o sangue na guelra de quando somos ingenuamente jovens e só o somos uma vez na vida. Este é o sitio onde nao podemos mais voltar, foi o que senti naqueles 60 minutos e foi incrivel e irrepetivel, saí de lá com os meus 14 anos a ferver!
... a sensação do Festival de Edimburgo do ano passado ainda pela culturgest.
... a sensação do Festival de Edimburgo do ano passado ainda pela culturgest.
15.4.09
"Agrippina" de Händel, no São Carlos
Agrippina é um dramma per musica em três actos do compositor George Friedrich Händel e libreto do Cardeal Vincenzo Grimani.
Esta foi a segunda e última ópera escrita por Händel em Itália, tendo-se revelado um enorme sucesso dando ao jovem compositor reputação internacional.
Estreada em 1709 em Veneza, esta ópera conta a história de Agrippina, a mãe de Nero, e a queda do imperador romano Cláudio e da ascensão de seu filho como imperador.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Agripina, A Ópera
Acto I
Agripina, mulher do imperador Cláudio, comunica a Nero, seu filho de um primeiro casamento,que o padrasto morreu no mar, e o seu próprio projecto de fazer com que ele lhe suceda no trono, aconselhando-o a ir distribuir ouro pelo povo de Roma de modo a obter o seu apoio.
Depois de ele partir chama os seus dois libertos Pallante e Narciso, cada um por sua vez. Ambos ignoram que o outro está apaixonado por ela, se bem que ela esteja a par dos afectos dos dois.
Promete o seu amor e a partilha do poder a ambos se Nero se tornar imperador, e eles partem para o Capitólio para apoiar as pretensões de Nero. Agripina chega para anunciar a morte de Cláudio e pede aos presentes que escolham um novo imperador.
Pallante, Narciso e a própria Agripina proclamam imediatamente o nome de Nero.
Agripina e Nero sentam-se no trono, mas o criado de Cláudio, Lesbo, vem anunciar que o seu amo foi salvo por Ottone, o comandante do exército, e que acabou de desembarcar em Anzio.
Ottone chega ele próprio e, para desânimo dos conspiradores, declara que em sinal de gratidão Cláudio lhe prometeu o trono, mas entretanto confidencia a Agripina que ama a bela romana Poppea mais do que o próprio trono.
Agripina sabe que Cláudio também ama Poppea, e mantém por isso a esperança de que os seus planos não terão sido totalmente destroçados.
Sozinha em sua casa, Poppea mira-se ao espelho, feliz por conseguir despertar o amor de Ottone, de Cláudio e de Nero. Lesbo vem anunciar-lhe a visita secreta de Cláudio para essa noite.
Agripina, que acabou de chegar e os ouviu escondida, após confirmar que Poppea ama realmente Otonne, informa-a que está disposto a cedê-la a Cláudio em troca da promessa do trono.
Agripina sugere a Poppea que esta castigue Ottone, dizendo a Cláudio que Ottone lhe tinha ordenado que ela recusasse as atenções de Cláudio e se entregasse a ele.
Quando Cláudio chega, Poppea segue exactamente o plano de Agripina, convencendo-o a retirar a Ottone a sucessão ao trono.
Cláudio tenta seduzir Poppea mas é obrigado a fugir pela chegada de Agripina, que protesta a sua amizade por Poppea e lhe pede que confie nela.
Acto II
Pallante e Narciso descobriram que Agripina os enganou aos dois e decidem aliar-se contra ela.
Chega Ottone, que continua mais interessado no amor de Poppea do que no trono, seguido de Cláudio conduzido numa quadriga triunfal.
A Germânia acabou de ser conquistada e todos os seus súbditos proclamam a sua glória. Cláudio reafirma o seu amor por Agripina, mas em aparte declara também a Pompeia o quanto a adora. Quando Otão se lhe dirige para reclamar a sua
prometida recompensa, Cláudio repele-o brutalmente, chamando-lhe traidor, e parte. Otão fica estupefacto e vira-se sucessivamente para todos os presentes, pedindo-lhes o seu apoio, mas todos o rejeitam, mergulhando-o no desespero.
Sozinha num jardim, Pompeia interroga-se se o seu apaixonado não estará na realidade inocente e, ao vê-lo aproximar-se, finge-se adormecida. Otão esconde-se e ouve Pompeia rememorar em voz alta aquilo que Agripina lhe tinha dito. Otão não se consegue dominar e revela a sua presença, protestando veementemente a sua inocência.
Pompeia apercebe-se de como Agripina a enganou e jura vingar-se, tecendo a sua própria intriga. Começa por aceitar o pedido que Cláudio, lhe faz, através de Lesbo, de que o receba nos seus aposentos, e convida igualmente Nero a encontrar-se ali com ela.
Entretanto, Agripina diz a Cláudio que Otão continua ainda a aspirar ao trono, e irá decerto conspirar para o conseguir, aconselhando-o a proclamar Nero como seu sucessor. Cláudio aceita, ansioso que está de rever Pompeia.
Acto III
Pompeia pede a Otão que se esconda por detrás de um cortinado nos seus aposentos e que se mantenha em silêncio o que quer que seja que ouça. Chega Nero, a quem Pompeia diz que Agripina irá chegar, convencendo-o a esconder-se também.
Cláudio entra, mas Pompeia queixa-se de que ele não a ama realmente. Cláudio lembra-lhe que puniu Otão por causa dela, mas Pompeia diz-lhe que ele a ouviu mal: não foi Otão mas sim Nero quem a insultou. Para o provar diz a Nero que apareça.
Ao vê-lo, Cláudio ordena-lhe que parta e não mais ouse comparecer
diante dele. Pompeia desembaraça-se então de Cláudio dizendo-lhe que não lhe poderá conceder o seu amor enquanto Agripina continuar a demonstrar tanta ira para com ela. Pompeia faz com que Otão saia do seu esconderijo e ambos juram eterno amor um ao outro.
Nero conta a sua mãe como acabou de cair em desgraça e pede-lhe que o proteja, afirmando renunciar ao amor em troca da ambição política. Entretanto, Palas e Narciso contam a Cláudio a conspiração para colocar Nero no trono, de modo que quando Agripina insiste com Cláudio que ele nomeie Nero como seu sucessor, aquele acusa-a de lhe ter tentado roubar o trono.
Ela reconhece tê-lo feito somente para evitar intrigas entre o povo e o Senado e que a sua intenção era a de salvaguardar o trono para o próprio Cláudio. Consegue convencê-lo, dizendo-lhe além disso que abandone Pompeia, uma vez que esta é amante de Otão, mas Cláudio contradi-la, informando-a, que de facto, Pompeia é amante de Nero.
Quando Pompeia, Otão e Nero chegam, Cláudio acusa Nero de se ter escondido nos aposentos de Pompeia e anuncia que, no fim de contas, será Otão quem lhe irá suceder no trono e que Nero se casará com Pompeia.
Mas como esta solução não agrada a ninguém, Cláudio, desejoso de pôr um ponto final em todos os conflitos, acaba por entregar Pompeia a Otão e por declarar Nero seu sucessor. Por fim, invoca a deusa Juno (Giunone) para abençoar o Império e os noivos.
___________________________________________________________________________________
No contexto desta ópera, o São Carlos recupera a tradição setecentista do intermezzo -uma pequena representação operática de carácter cómico habitualmente introduzida no meio de uma ópera séria.
“O Velório de Cláudio ou A Representação Bufa de Personagens Históricas” é, assim,uma estreia absoluta de uma encomenda feita pelo TNSC ao compositor Nuno Côrte-Real com libreto de José Luis Peixoto e que será apresentada, por razões artísticas, no início do espectáculo.
Desta feita é Nuno Côrte-Real quem partilhará com o público uma perspectiva pessoal sobre a obra de Händel, dando assim seguimento ao projecto “Breves Palavras pelos Compositores de Hoje” a decorrer trinta minutos antes de cada récita no Salão Nobre do Teatro.
Muito divertida e a não perder a
17, 21, 24, 30 de Abril às 20h00
19 e 26 de Abril de 2009 às 16h00
Direcção Musical: Nicholas Kok
Encenação: Michael Hampe
Cenografia e Figurinos: Hank Irwin Kittel segundo o conceito de Mauro Pagano
Desenho de Luz: Hans Toelstede
Com a participação da:
Orquestra Sinfónica Portuguesa
INTÉRPRETES
• Agrippina - Alexandra Coku
• Claudio - Reinhard Dorn
• Nerone - Musa Nkuna
• Ottone - Andrew Watts
• Pallante – Luís Rodrigues
• Poppea - Chelsey Schill
• Narciso - Manuel Brás da Costa
• Lesbo - Jorge Martins
• Pretorianos - Mário Silva / Costa Campos
Esta foi a segunda e última ópera escrita por Händel em Itália, tendo-se revelado um enorme sucesso dando ao jovem compositor reputação internacional.
Estreada em 1709 em Veneza, esta ópera conta a história de Agrippina, a mãe de Nero, e a queda do imperador romano Cláudio e da ascensão de seu filho como imperador.
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Agripina, A Ópera
Acto I
Agripina, mulher do imperador Cláudio, comunica a Nero, seu filho de um primeiro casamento,que o padrasto morreu no mar, e o seu próprio projecto de fazer com que ele lhe suceda no trono, aconselhando-o a ir distribuir ouro pelo povo de Roma de modo a obter o seu apoio.
Depois de ele partir chama os seus dois libertos Pallante e Narciso, cada um por sua vez. Ambos ignoram que o outro está apaixonado por ela, se bem que ela esteja a par dos afectos dos dois.
Promete o seu amor e a partilha do poder a ambos se Nero se tornar imperador, e eles partem para o Capitólio para apoiar as pretensões de Nero. Agripina chega para anunciar a morte de Cláudio e pede aos presentes que escolham um novo imperador.
Pallante, Narciso e a própria Agripina proclamam imediatamente o nome de Nero.
Agripina e Nero sentam-se no trono, mas o criado de Cláudio, Lesbo, vem anunciar que o seu amo foi salvo por Ottone, o comandante do exército, e que acabou de desembarcar em Anzio.
Ottone chega ele próprio e, para desânimo dos conspiradores, declara que em sinal de gratidão Cláudio lhe prometeu o trono, mas entretanto confidencia a Agripina que ama a bela romana Poppea mais do que o próprio trono.
Agripina sabe que Cláudio também ama Poppea, e mantém por isso a esperança de que os seus planos não terão sido totalmente destroçados.
Sozinha em sua casa, Poppea mira-se ao espelho, feliz por conseguir despertar o amor de Ottone, de Cláudio e de Nero. Lesbo vem anunciar-lhe a visita secreta de Cláudio para essa noite.
Agripina, que acabou de chegar e os ouviu escondida, após confirmar que Poppea ama realmente Otonne, informa-a que está disposto a cedê-la a Cláudio em troca da promessa do trono.
Agripina sugere a Poppea que esta castigue Ottone, dizendo a Cláudio que Ottone lhe tinha ordenado que ela recusasse as atenções de Cláudio e se entregasse a ele.
Quando Cláudio chega, Poppea segue exactamente o plano de Agripina, convencendo-o a retirar a Ottone a sucessão ao trono.
Cláudio tenta seduzir Poppea mas é obrigado a fugir pela chegada de Agripina, que protesta a sua amizade por Poppea e lhe pede que confie nela.
Acto II
Pallante e Narciso descobriram que Agripina os enganou aos dois e decidem aliar-se contra ela.
Chega Ottone, que continua mais interessado no amor de Poppea do que no trono, seguido de Cláudio conduzido numa quadriga triunfal.
A Germânia acabou de ser conquistada e todos os seus súbditos proclamam a sua glória. Cláudio reafirma o seu amor por Agripina, mas em aparte declara também a Pompeia o quanto a adora. Quando Otão se lhe dirige para reclamar a sua
prometida recompensa, Cláudio repele-o brutalmente, chamando-lhe traidor, e parte. Otão fica estupefacto e vira-se sucessivamente para todos os presentes, pedindo-lhes o seu apoio, mas todos o rejeitam, mergulhando-o no desespero.
Sozinha num jardim, Pompeia interroga-se se o seu apaixonado não estará na realidade inocente e, ao vê-lo aproximar-se, finge-se adormecida. Otão esconde-se e ouve Pompeia rememorar em voz alta aquilo que Agripina lhe tinha dito. Otão não se consegue dominar e revela a sua presença, protestando veementemente a sua inocência.
Pompeia apercebe-se de como Agripina a enganou e jura vingar-se, tecendo a sua própria intriga. Começa por aceitar o pedido que Cláudio, lhe faz, através de Lesbo, de que o receba nos seus aposentos, e convida igualmente Nero a encontrar-se ali com ela.
Entretanto, Agripina diz a Cláudio que Otão continua ainda a aspirar ao trono, e irá decerto conspirar para o conseguir, aconselhando-o a proclamar Nero como seu sucessor. Cláudio aceita, ansioso que está de rever Pompeia.
Acto III
Pompeia pede a Otão que se esconda por detrás de um cortinado nos seus aposentos e que se mantenha em silêncio o que quer que seja que ouça. Chega Nero, a quem Pompeia diz que Agripina irá chegar, convencendo-o a esconder-se também.
Cláudio entra, mas Pompeia queixa-se de que ele não a ama realmente. Cláudio lembra-lhe que puniu Otão por causa dela, mas Pompeia diz-lhe que ele a ouviu mal: não foi Otão mas sim Nero quem a insultou. Para o provar diz a Nero que apareça.
Ao vê-lo, Cláudio ordena-lhe que parta e não mais ouse comparecer
diante dele. Pompeia desembaraça-se então de Cláudio dizendo-lhe que não lhe poderá conceder o seu amor enquanto Agripina continuar a demonstrar tanta ira para com ela. Pompeia faz com que Otão saia do seu esconderijo e ambos juram eterno amor um ao outro.
Nero conta a sua mãe como acabou de cair em desgraça e pede-lhe que o proteja, afirmando renunciar ao amor em troca da ambição política. Entretanto, Palas e Narciso contam a Cláudio a conspiração para colocar Nero no trono, de modo que quando Agripina insiste com Cláudio que ele nomeie Nero como seu sucessor, aquele acusa-a de lhe ter tentado roubar o trono.
Ela reconhece tê-lo feito somente para evitar intrigas entre o povo e o Senado e que a sua intenção era a de salvaguardar o trono para o próprio Cláudio. Consegue convencê-lo, dizendo-lhe além disso que abandone Pompeia, uma vez que esta é amante de Otão, mas Cláudio contradi-la, informando-a, que de facto, Pompeia é amante de Nero.
Quando Pompeia, Otão e Nero chegam, Cláudio acusa Nero de se ter escondido nos aposentos de Pompeia e anuncia que, no fim de contas, será Otão quem lhe irá suceder no trono e que Nero se casará com Pompeia.
Mas como esta solução não agrada a ninguém, Cláudio, desejoso de pôr um ponto final em todos os conflitos, acaba por entregar Pompeia a Otão e por declarar Nero seu sucessor. Por fim, invoca a deusa Juno (Giunone) para abençoar o Império e os noivos.
___________________________________________________________________________________
No contexto desta ópera, o São Carlos recupera a tradição setecentista do intermezzo -uma pequena representação operática de carácter cómico habitualmente introduzida no meio de uma ópera séria.
“O Velório de Cláudio ou A Representação Bufa de Personagens Históricas” é, assim,uma estreia absoluta de uma encomenda feita pelo TNSC ao compositor Nuno Côrte-Real com libreto de José Luis Peixoto e que será apresentada, por razões artísticas, no início do espectáculo.
Desta feita é Nuno Côrte-Real quem partilhará com o público uma perspectiva pessoal sobre a obra de Händel, dando assim seguimento ao projecto “Breves Palavras pelos Compositores de Hoje” a decorrer trinta minutos antes de cada récita no Salão Nobre do Teatro.
Muito divertida e a não perder a
17, 21, 24, 30 de Abril às 20h00
19 e 26 de Abril de 2009 às 16h00
Direcção Musical: Nicholas Kok
Encenação: Michael Hampe
Cenografia e Figurinos: Hank Irwin Kittel segundo o conceito de Mauro Pagano
Desenho de Luz: Hans Toelstede
Com a participação da:
Orquestra Sinfónica Portuguesa
INTÉRPRETES
• Agrippina - Alexandra Coku
• Claudio - Reinhard Dorn
• Nerone - Musa Nkuna
• Ottone - Andrew Watts
• Pallante – Luís Rodrigues
• Poppea - Chelsey Schill
• Narciso - Manuel Brás da Costa
• Lesbo - Jorge Martins
• Pretorianos - Mário Silva / Costa Campos
12.4.09
11.4.09
lar doce lar
a chuva molha a minha roupa
os carros não param de gritar
convidando-me para morrer
eu procuro não olhar
desse eu brilho à minha estrela
não teria de me esconder
mas a chuva nas minhas mãos lembra-me que vou morrer
meu amor está perto
vejo-o correndo para mim
só que eu não sou certo
vejo-me correndo para o fim
vem morar na tua casa
a pobre nunca te viu ficar
chegas sempre com um dos pés pronto para não entrar
meu amor está perto
vejo-o correndo para mim
só que eu não sou certo
vejo-me correndo para o fim
Manel Cruz/Foge Foge Bandido - Meu Amor Está Perto
10.4.09
paixao de JC
"ter quem nos abra a porta é bom. ter quem nos deixa ver o que faz é melhor. nada se consegue dizer sobre ter quem nos deixa, na partida, levar um pouco de si, um pedaço para estimar, bastando um simples olhar para reavivar toda uma alegria, uma força que volta e meia julga-se não existir. uma espécie de memória mas andante, em crescendo, no fluir desordeiro e imprevisível das coisas diárias. acho que poder ter isso é sinal de felicidade."
a pequena bomba relogio que guardo só para mim, vida sem vida mas sem arranhões, prefiro a paz dos anjos do que um JC arrasado pelo delirio da paixão. as noites de novos fados continuam até sabado no santiago alquimista
a pequena bomba relogio que guardo só para mim, vida sem vida mas sem arranhões, prefiro a paz dos anjos do que um JC arrasado pelo delirio da paixão. as noites de novos fados continuam até sabado no santiago alquimista
9.4.09
8.4.09
Go Go Tales (2007)
Comédia/Drama
Itália/EUA, 2007
a comedia/drama realizado por Abel Ferrara com Willem Dafoe enche o olho de planos bem conseguidos, onde stripper são filmadas de forma muito sensual, e apesar de partir de uma premissa interessante tem um argumento novelesco sem subtileza, sem entrlinhas, tudo explicito, imediato, superficial sem drama e interesse! enfim uma pena
7.4.09
6.4.09
5.4.09
a morte e uma flor
"10 segundos e 6 centésimos é o recorde nacional dos 100 metros, detido muito tempo por António Sarsfield, pai da artista Graça Sarsfield"
O mundo glorifica a velocidade, mais do que a força e a resistência(os três eixos da excelência performativa).Temos que ser rápidos. Não há tempo a perder, a corrida de velocidade transformou-se, neste sentido, na metáfora do mundo contemporâneo.
Exposição: 21 de Março a 3 de Maio de 2009
Terça a Domingo, das 10h à 01h.
Museu da Electricidade
4.4.09
premio EDP Novos Artistas 2009
O trabalho de Gabriel Abrantes que é corajoso!!
Nove artistas foram escolhidos das cerca de 450 candidaturas e exp�em agora os seus trabalhos no Museu da Electricidade até 10 de Maio
O Pr�mio EDP Novos Artistas regressa a Lisboa. Nesta 8.� edi��ção os artistas escolhidos s�o nove: Ant�nio Bolota, Bruno Cidra, Gabriel Abrantes, Gonçalo Sena, Hernâ�ni Gil, Margarida Paiva, Mauro Cerqueira, S�ónia Almeida e Nuno Rodrigues de Sousa.
O vencedor desta edi��ção receberá� como pré�mio 10.500 euros.
Os galardoados anteriores incluem: Joana Vasconcelos (2000), Leonor Antunes (2001), Vasco Ara�újo (2002), Carlos Bunga (2003), Pedro Paiva e Jo�ão Maria Gusm�ão (2004), Jo�ão Leonardo (2005) e Andr�é Rom�ão (2007).
O meu prémio EDP vai para Hernâ�ni Gil que explora a televisão sob a visão da repetição da mesma imagem que infinitamente se completa e constroi mais televisão. Não é esta a formula da televisão contemporânea?
3.4.09
Gustavia
2.4.09
a tempestade
Para quem faz do teatro a sua vida A Tempestade é a peça que finalmente faz a ponte entre a vida e o nosso ofício. E daí a atracção que ela sobre todos nós exerce mas talvez daí também o mal-estar que se sente em tantas afirmações de actores e encenadores que a abordaram. Menos em Strehler, que de todos os modernos será quem mais feliz terá sido no trabalho da sua encenação. Mas Strehler, que era o mais sensual de todos os homens de teatro, alimentava-se da vida, de cada um dos seus detalhes ou de cada uma das suas concretas sensações, para fazer teatro e não fazia teatro para entender a vida, que tão elegantemente parecia nunca lhe ter posto grandes problemas. Talvez por isso fosse um tão genial criador de espectáculos. Peter Brook, que, depois de deixar a Inglaterra e se fixar nas Bouffes du Nord de Paris, parece ter encontrado um espécie de ovo de Colombo, esqueceu os problemas com que se deve ter debatido na sua primeira encenação da peça, a julgar pelas afirmações do seu primeiro Próspero, Sir John Gielgud, e pelas suas próprias palavras, e na encenação que fez em França deve ter fugido com o rabo à seringa resolvendo tudo com uma eventual crença numa magia tomada em sentido literal e no recurso à inocência que, não sei se um tanto paternalistamente encontrou, ou fingiu encontrar, em actores não europeus ou na estranheza física de David Bennent para Caliban. É curioso ver como Gielgud, que a representou várias vezes e fez de Próspero o papel da sua vida, confessa nunca ter conseguido decidir-se sobre a interpretação do final da peça. E como outro genial actor inglês de mais recente geração, o também Sir e tão simpático Ian Mckellen se sentiu falhar quando a representou, e chega a afirmar que nunca foi seu desejo em fim de vida fazer de Próspero e preferiu o Lear.
Eu sempre temi tanto a peça, que esperei muitos anos até me decidir a fazer de Próspero e encenar A Tempestade, mas desde sempre senti a mesma atracção. E as dificuldades que encontrei são as de todos os meus colegas e, tanto como outros encenadores e actores, talvez chegue à conclusão de que falhei. Mas pouco importa isso a quem, mais do que conseguir criar espectáculos, procura no teatro uma maneira de decidir a vida. E ao contrário do que dantes pensava, sei agora que a peça fala pouco do teatro. O que faz sim, é servir-se dele para falar sobre o nosso viver. E “nosso” quer dizer aqui a Civilização Europeia de tradição Cristã, habituada a viver “moralmente” e a pensar simbolicamente, ou a pensar por metáforas, como sempre se fez com a leitura da Bíblia. E quem para mim pôs o dedo na ferida foi o poeta W.H.Auden quando, numa das suas muitas reflexões sobre o maior dramaturgo de todos os tempos, disse que, n’A Tempestade, Shakespeare, mais do que uma peça de teatro, conseguiu finalmente escrever um mito. Já sobre o Hamlet eu insistia há muito tempo que de tanta coisa a peça falava, que qualquer encenação “interpretativa” limitaria a sua leitura. Sempre pensei isso das peças de Shakespeare, mas onde isso é de facto inegável é n’A Tempestade, que, tanto quanto qualquer imagem de Vénus, ou de Cristo, ou mesmo de Fausto ou Don Juan, qualquer forma que se lhe dê nunca poderá ser a definitiva.
O “mágico” Próspero, a figura central da peça, e que Pirandello cita no Cotrone d’Os Gigantes da Montanha, é de facto “encenador”, mas a sua “encenação” não é “teatro”, é uma invenção de situações pela manipulação de um conjunto de figuras demasiado esquemáticas para não serem simbólicas. É de facto isso que se faz sempre no teatro. A peça é construída à imagem do teatro, mas o tema da peça não é essa “invenção” nem essa “manipulação”, aliás, permanentemente ironizada no próprio texto e na invenção de um “factotum” não humano, de fantasia, um Ariel que é espírito do ar para conseguir dar “boa forma” ao que os homens não podem fazer. Essa “encenação”, ou essa “invenção”, como o teatro, esse, o pode fazer, é certo, é um processo para pôr em equação o assunto que sempre nos atormentará como seres racionais: a responsabilidade individual. Ou posto de outro modo, a luta da consciência com o inconsciente, ou a luta do Homem com a Natureza, ou mesmo a luta entre o bem e o mal. Ou, indo mais longe ainda, a luta do Homem com Deus. Problemas que tudo têm a ver com Civilização ou Educação. E também disso fala Auden quando diz que n’A Tempestade, tanto como n’A Flauta Mágica de Mozart, se trata de Educação. E nessa “manipulação”, como na Educação, cabem todos os temas vitais para o Homem Civilizado: o poder, o amor, a amizade, os sonhos, a fome, o trabalho, a exploração do Homem pelo Homem, a justiça, a própria língua, ou seja, as palavras, os nomes que damos às coisas, e a morte, ou seja, a efemeridade da vida, por aí adiante, e até a própria Arte em forma de teatro, é verdade. E até lá está também a Música, mas como um caso diferente, porque, como sabem todos os que já têm algum viver, essa é aquela arte onde têm repouso os tormentos da Razão, a que não fabrica sentido e tanto pode nascer da Natureza, como acontece com os ruídos que Caliban ouvia na ilha, como dos instrumentos que o Homem inventou para a imitar com artifícios. (“Que uma ária solene, o melhor remédio/ Para uma mente perturbada, te cure o cérebro, / Que agora, inútil, te ferve no crânio.”).
O que mais genial encontro n’ A Tempestade é a habilidade com que se torna impossível descobrir se Próspero é o autor da peça (como redutoramente decidiu Greenaway no seu, para meu gosto, detestável e pomposo filme, Prospero’s Books), ou se a peça é sobre Próspero como metáfora de filósofo ou, por outras palavras, como metáfora do Ser pensante do mundo Ocidental. Talvez porque Próspero só pode ser as duas coisas ao mesmo tempo e não só uma delas, dado que todo o Ser pensante, quando pensa (e alguma vez o pode deixar de fazer?), “encena”, ou inventa a realidade no momento em que a está a pensar. E nenhum ser pensante da nossa Civilização sabe pensar sem dicotomias, sem se libertar da noção de bem e de mal. E quem a isto escapa abdica da sua verdadeira natureza de ser racional, o que vai dar, no fundo, como em toda a obra de Shakespeare, à noção de responsabilidade. Quando Próspero no seu tão comentado Epílogo pede ao público que o liberte do feitiço da ilha, creio que mais não faz que pedir o seu impossível “Requiem”, tão impossível quanto o demonstra a prisão a nova dicotomia a que, nesse momento, mais uma vez a sua razão o sujeita: dar prazer (e receber), ou acreditar em Deus.
Nesta encenação d’A Tempestade creio ter caído no erro que sempre quis evitar: o de escolher uma “interpretação”que sei que é redutora. Mas sem isso, e sem fazer batota, inventando uma inocência que não tenho para mascarar de conto infantil a mais complexa peça de teatro que conheço, como dar corpo a figuras e situações que são tão pouco concretas como o mito que Auden, e com razão, diz que Shakespeare conseguiu inventar?
Grande parte da crítica diz que Shakespeare falava de si próprio quando escreveu a peça e que ela é como um seu testamento ou balanço final. Tudo nos empurra para aí. Quem minimamente conhece a sua obra tem a noção de a cada passo dar com uma auto-citação e quase se convence de que a peça é uma antologia de cenas típicas do conjunto da sua obra. A cada passo nos lembramos de muitas das suas personagens e de situações das outras peças. Mas Próspero nunca pode ser uma figuração do próprio Shakespeare. Se não é difícil crer que a tempestade foi criada por ele para trazer os seus inimigos para a ilha, em nenhum momento se pode duvidar de que a história da usurpação do trono de Milão não foi decidida por ele, e facilmente se aceita que foi mesmo o acaso quem trouxe àquelas paragens os seus inimigos. Tenho a agora a noção clara de que Próspero é uma das personagens da peça e não o seu autor e que o seu livro, de que tanto fala e no fim decide afogar, não pode ser o texto da própria peça. Mas que Próspero também não será o simples mago de quem se conta a história, e que o seu livro, como às vezes se pretende, não será o livro das receitas para bruxedos e artes mágicas que o não vemos nunca fazer. O livro que sempre Próspero lerá, aposto eu que tem de ser entendido como uma metáfora de todo o conhecimento e da ética que a História acumulou.
Só que a história da usurpação do poder também é uma evidente citação de tantas outras histórias de usurpação do poder de outras peças de Shakespeare e é verdade que Próspero era artista. Diz de si próprio que era “sem par nas artes nobres” e que se dedicava a ciências ocultas. Mas para qualquer ser racional é difícil crer nestas suas “magias” mais que como metáfora de outros artifícios como os dos criadores de ficções. Ele próprio, quando pede a Ariel uma “festiva exibição da sua arte”, ou seja, uma representação, se refere à sua magia como “artifícios”. E em dois passos estamos outra vez na tentação de sobrepor o próprio Shakespeare, ou pelo menos “o artista”, à personagem de Próspero. E outra coisa que para aí nos empurra é que a peça pressupõe a história da usurpação do poder, já passada, e começa só a partir do momento em que Próspero começa a “encenar”, com a cena do naufrágio. Tudo aquilo a que se assiste na peça é a consequência dos seus artifícios, ou seja, é a hipótese de comportamentos humanos (o do próprio Próspero sobretudo) que a “invenção” daquela situação permite. Não creio que possa haver dúvida de que a peça é a construção de uma ficção que inclui como personagem o próprio Próspero e a história do seu passado com as suas personagens, coisas que ele próprio não inventou. Mas a peça começa só no momento em que uma realidade, já ela inventada, é manipulada e encenada por uma personagem, esse mesmo Próspero, ajudada por seres de fantasia. E se pensarmos por metáforas como me é impossível não fazer, a peça transforma-se na história de uma “encenação”.
Bem sei que essa “encenação” não é um “teatro” (só a festiva exibição armada para a festa do casamento de Fernando e Miranda o é) e que é tão só um processo de pensar. Mas o teatro que sempre fizemos não é também isso?
Toda a peça me lembra inevitavelmente outra peça mais moderna, O Público de Garcia Lorca, já feita por nós em 1989, em que havia um “Próspero” que era um Director de Teatro cujo inconsciente criava figurações do seu passado ou transformações de pedaços do seu passado. E ainda que Próspero se apresente n’ A Tempestade como mago e não como encenador, a associação com a personagem de O Público que eu próprio, como Director de Companhia, interpretava, tornou-se inevitável. Foi assim que a sobreposição da imagem do Director de Teatro com a figura de Próspero abusivamente se tornou na base de todo este espectáculo. A ilha em que tudo se passa passou a ser a própria sala do nosso teatro e quem dá ordem de marcha a toda a função é o mesmo Director de O Público que aqui se apropria das palavras iniciais do Capitão ao Mestre d’ A Tempestade (CAPITÃO Mestre! MESTRE Aqui, capitão! Que mandais? CAPITÃO Ouve, fala aos marinheiros. Depressa, manobrai, ou vamos encalhar. Lestos! Lestos!) para, sentado na mesma cadeira e vestido da mesma maneira, bastantes anos de ofício mais tarde, refazer a cena inicial de O Público (CRIADO Senhor. DIRECTOR Que é? CRIADO Está aí o público. DIRECTOR Que entre.). Nos dois casos se abrem as portas dessa ilha metafórica ao público. Só que desta feita não são as personagens da sua vida inconsciente que lhe entram pela casa dentro, como acontecia no Lorca. É ele que, preso na sua lucidez, como mestre manda actuar as personagens da sua vida, dando-lhes forma de metáfora.
E o próprio tratamento cenográfico da sala e todo o guarda-roupa se tornou, à imagem das cenas da peça em relação às outras peças de Shakespeare, na memória de outros espectáculos da Companhia e sobretudo de outras peças de Shakespeare: as 3 portas do teatro isabelino e do Ricardo III, a escadaria de Muito Barulho por Nada, os armários e as pedras de Cimbelino, o avançado sobre a plateia de Tito Andrónico, o duplo palco de Anatomia Tito, algum guarda-roupa do Conto de Inverno, para não falar nas várias coroas, e em muitos outros objectos, ou no fragmento de chão e nos fatos negros do Dom Carlos e no raio de Júpiter que, em cena semelhante à do “teatro dentro do teatro” desta peça, Gil Vicente segurava em Um Auto de Gil Vicente de Garrett. De Os Gigantes da Montanha, o outro espectáculo do díptico a que chamámos “ A Caverna do Mágico”, também ficou a parede negra enfeitando a noite de estrelinhas e a semelhança dos espíritos sem cara que transportam o falso banquete com os fantoches da outra peça. E os ajudantes de cena, vestidos com os mesmos fatos-macacos negros que, desde que fizemos O Público, copiámos de A Barraca, a companhia universitária de Lorca. E se falássemos dos actores desta tempestade ou dos que a fizeram e nem sequer aparecem em cena, encontraríamos nos actores deste espectáculo ou nos seus bastidores muitos dos seres que há tanto tempo dão vida à nossa ilha.
Ariel é a outra personagem que, além de Próspero, é indispensável à construção deste complexo artifício. É o “espírito”, seu criado, ou escravo, a quem afectivamente chama “meu” e a quem aplica mil adjectivos (“formoso, delicado, sagaz, manhoso, doce, precioso, industrioso”), e chega a chamar “maligno”. Há outros espíritos companheiros de Ariel a que quase não demos forma nesta encenação, mas eles apenas o prolongam. Ele e os seus “acólitos menores” são a única personagem irreal da peça” e lembram-nos inevitavelmente o Puck e os outros duendes do Sonho de uma Noite de Verão. É também difícil entender a sua existência ao lado de Próspero a não ser simbolicamente. É Ariel que lhe faz os teatros e é ele quem afinal executa todas as “magias” de Próspero. Só Próspero o vê porque ele é metade de Próspero, é o seu “engenho”, a sua “fantasia”. É leve como o ar, voa, atravessa céu e terra, brinca, canta. A outra metade de Próspero é sisuda e moralista, é o Próspero educador, que tira a liberdade à sua outra metade, Ariel, obrigando-o a pôr-se ao serviço da sua acção moralizadora. Esse Ariel que se tinha furtado (ou não gostasse ele de brincar) ao serviço do Mal na pessoa da bruxa Sicorax, (que o Mal não brinca nem deixa brincar). Durante doze anos, longe do mundo do poder, Próspero pode ter-se divertido com as suas “magias” e ter sido feliz. Próspero podia ter-se tornado tão lúdico como Ariel. Mas Próspero tinha sido Duque e quis ajustar contas com o Mundo. Quando o acaso lhe trouxe o Mundo de novo, o ressentimento tornou a coisa séria. E quando nesse ajuste de contas desiste do castigo a favor do perdão, para não ser como um Deus e ser um homem, já é tarde demais. Próspero já se enganou, perdeu a vida, mandou quem mais amava para o Mundo, a sua filha, e deu-lhe em herança o seu poder. Percebe que a perdeu porque vê que ela, como os outros poderosos, se perderá. Mais que recompensar o Rei ou castigar o seu irmão António, que nunca deixará de ser político e, por certo, campeão de “xadrês”, a imagem final dos jovens a jogar xadrês como quem brinca com o poder, aproveita a Próspero. E apostava que foi Ariel quem a mostrou. Mas Ariel enganou-se, não conquistou o seu mestre, perdeu-o também. Próspero a partir daí torna-se santo e triste, e renuncia definitivamente ao Ducado mas já não tem espaço para Ariel. Dele se despede Próspero quando renuncia à sua Arte. E poderíamos dizer que A Tempestade é a luta entre Próspero e Ariel, ou o diálogo de Próspero consigo próprio, onde quem vence é o desespero.
Cheguei a pensar que a outra personagem que marca profundamente a peça, Caliban, era o oposto de Ariel. Hoje vejo que não. Caliban não é um ser de “fantasia” como Ariel, é um ser humano, tanto como Próspero, a sua filha, ou os náufragos. É o homem que neste micro-cosmos, Próspero, o ser racional, não sabe conhecer porque, seja branco, negro ou amarelo ou pele-vermelha, ele é um selvagem e não sabe distinguir o bem do mal. Próspero quis amar Caliban mas Caliban foi destruído por Próspero quando lhe vedou o sexo e o pôs a falar a falar em verso. E também aqui uma leitura de primeiro grau não satisfaz. Ainda que seja um homem, Caliban não deixa de ser simbólico, afinal como tudo na peça, e é a parte da vida que a Civilização não conhece ou não consegue dominar. Próspero, no seu desencanto final consigo próprio enquanto ser Civilizado, depois de perceber que nem só de “virtude”, “a mais subida acção”, vive o homem, acolhe-o de novo na sua gruta com esses cómicos que, por pecarem, ou não terem instrução. Ou serem pobres, não são aceites no Mundo. Mas Próspero já não vai a tempo de o viver, talvez tenha apenas percebido que a vida não se pode arrumar nem dividir e pode ser maior que aquilo que a nossa Civilização a deixa ser.
Dir-se-ia que Shakespeare, nesta talvez última peça, saltou para o ar como o Ariel de Strehler era capaz de fazer, e lá de cima viu o Mundo, que tão bem tinha posto no palco em toda a sua obra. Viu os humildes e os poderosos, viu os espertalhões e os ingénuos, os maus e os bons, os cínicos e os generosos, a todos entendeu e apesar da lucidez com que os sabe olhar, até se enternece com o único “bom coração”, Gonçalo, a quem entrega o discurso do primeiro falso fim da peça, aquele que corresponde ao fim convencional das comédias e da reposição da ordem. (Oh, alegrai-vos mais que a simples alegria,/ E gravai isto a ouro em colunas eternas!/ Numa viagem, encontrou Claribela/ Em Tunes seu marido; e encontrou/Uma esposa Fernando, seu irmão,/ Quando estava dado por perdido;/Próspero, nesta pobre ilha,/ Encontrou o seu ducado, e todos nós/ A nós nos encontrámos, quando de nós/Cada um estava perdido.) Se não deixasse partir Ariel, Shakespeare seria igual a Deus e tudo veria do Céu. Mas no sofrimento que a sua lucidez lhe traz e que se lhe descobre na ironia do verdadeiro final, que é o Epílogo, Próspero, ou Shakespeare, sabe-se lá, revela que de uma coisa ele nunca abdicará: de continuar a ser um ser humano. O seu “içar as velas” do discurso final é com certeza morrer.
Penso que esta peça é tudo isto sem deixar de ser o seu primeiro nível de leitura. Como os mitos. Mas foi em inúmeros níveis de leitura que todo o espectáculo acabou por ser trabalhado. E não sei se aí não nos perdemos. Mas peça mais abstracta não há. Na sua última peça, Shakespeare, ao contrário do que quase sempre fez, põe a sua capacidade infalível para pôr em cena homens de carne e osso, ao serviço de uma abstracta construção mental.
Para além de termos tentado que cada cena, ou pelo menos cada um dos vários evidentes grupos de personagens, correspondendo ao que acontece com os diferentes tipos de escrita de Shakespeare, tivesse um estilo de representação diferente, todo o espectáculo nos exigiu uma permanente ironia cénica que não sei se teremos conseguido. Como se representa a vários níveis ao mesmo tempo sem perder o risco de nos perdermos? Creio que é a própria peça que exige o salto permanente entre a hipótese de uma interpretação simbólica de conteúdo filosófico e a de uma mera “fantasia cénica” e que, falhando uma ou outra, tudo se arrisca a perder todo o sentido. Quem diz o Epílogo? Próspero ou o actor que o interpreta? E não é isso a ironia? Nunca dar a certeza do sentido do que se está dizendo? Dizer uma coisa para dizer o seu contrário? E não é a ironia o mais subido e divertido passatempo de quem pensa e quer por à prova a capacidade de pensar dos seus pares, desesperadamente tentando fugir à solidão, e inventar cumplicidades?
Receio que o espectáculo acabe por falar mais de nós que daquilo que o texto fala. Não era isso que eu queria. Queria que estes artifícios tão pessoais a que recorremos nos ajudassem a, com o texto de Shakespeare, falar com o público (“Que entre!” na Ilha) sobre o ressentimento, a justiça e a compaixão como as velhas soluções para a nossa responsabilidade humana, para o nosso viver com os outros. E, claro, sobre a liberdade a que aspiramos na prisão em que nos encerra a razão, esbracejando no mar da nossa memória cultural. Afinal um espectáculo sobre a Consciência.
O que a mim mais me interessa é o trajecto mental de Próspero no “jogo” que ele próprio inventou. Como se enganou quando sobrepôs ao amor pela sua filha a inicial necessidade de um ajuste de contas com a sociedade dominada pelas lutas pelo poder, e assim a deixou perder no velho mundo. Como percebeu que o perdão era a outra face da velha moeda da culpa. Como não soube ainda encontrar a poção mágica para o equilíbrio entre natureza e civilização. Nem pensar sem partir em dois a realidade. Como é desesperada a impotência do seu discurso final, antes de voltar à solidão.
Ainda não desistimos da alegria e acreditamos que um dia será possível representar este mito como coisa já fechada. Com a simplicidade que, (Brook tem nisso razão), deve ser a única maneira de lhe dar forma. Como se acreditássemos em “magias”. Sem o fazermos por ignorância e sem que isso pareça uma história para crianças mas seja uma história que dá forma á História da nossa Civilização. Quando o Mundo tiver mudado. Por enquanto a Tempestade ainda fala de nós.
Luis Miguel Cintra
EM PALCO
ALONSO, Rei de Nápoles José Manuel Mendes
SEBASTIÃO, seu irmão Ricardo Aibéo
PRÓSPERO, o legítimo Duque de Milão Luis Miguel Cintra,
ANTÓNIO, seu irmão, o Duque usurpador de Milão António Fonseca
FERNANDO, filho do Rei de Nápoles Vítor d’Andrade
GONÇALO, um velho e honrado conselheiro Luís Lima Barreto
ADRIANO, fidalgo Tiago Matias
FRANCISCO, fidalgo Pedro Lamas
CALIBAN, um escravo selvagem e deformado Nuno Lopes
TRÍNCULO, um bobo Duarte Guimarães
ESTÊVÃO, um despenseiro bêbedo João Pedro Vaz
O MESTRE de um navio Paulo Moura Lopes
MIRANDA, filha de Próspero Sofia Marques
ARIEL, um espírito do ar Dinis Gomes
IRIS, espírito Rita Durão
CERES, Ariel disfarçado Dinis Gomes
JUNO, espírito Márcia Breia
NINFA do Mar, Ariel transformado Rita Durão
HARPIA, Ariel transformado Márcia Breia
ESPÍRITOS Paulo Moura Lopes e Manuel Romano
Cravo Marcos Magalhães ou José Carlos Araújo
Lisboa: Teatro do Bairro Alto. 12/03 a 26/04/2009
Eu sempre temi tanto a peça, que esperei muitos anos até me decidir a fazer de Próspero e encenar A Tempestade, mas desde sempre senti a mesma atracção. E as dificuldades que encontrei são as de todos os meus colegas e, tanto como outros encenadores e actores, talvez chegue à conclusão de que falhei. Mas pouco importa isso a quem, mais do que conseguir criar espectáculos, procura no teatro uma maneira de decidir a vida. E ao contrário do que dantes pensava, sei agora que a peça fala pouco do teatro. O que faz sim, é servir-se dele para falar sobre o nosso viver. E “nosso” quer dizer aqui a Civilização Europeia de tradição Cristã, habituada a viver “moralmente” e a pensar simbolicamente, ou a pensar por metáforas, como sempre se fez com a leitura da Bíblia. E quem para mim pôs o dedo na ferida foi o poeta W.H.Auden quando, numa das suas muitas reflexões sobre o maior dramaturgo de todos os tempos, disse que, n’A Tempestade, Shakespeare, mais do que uma peça de teatro, conseguiu finalmente escrever um mito. Já sobre o Hamlet eu insistia há muito tempo que de tanta coisa a peça falava, que qualquer encenação “interpretativa” limitaria a sua leitura. Sempre pensei isso das peças de Shakespeare, mas onde isso é de facto inegável é n’A Tempestade, que, tanto quanto qualquer imagem de Vénus, ou de Cristo, ou mesmo de Fausto ou Don Juan, qualquer forma que se lhe dê nunca poderá ser a definitiva.
O “mágico” Próspero, a figura central da peça, e que Pirandello cita no Cotrone d’Os Gigantes da Montanha, é de facto “encenador”, mas a sua “encenação” não é “teatro”, é uma invenção de situações pela manipulação de um conjunto de figuras demasiado esquemáticas para não serem simbólicas. É de facto isso que se faz sempre no teatro. A peça é construída à imagem do teatro, mas o tema da peça não é essa “invenção” nem essa “manipulação”, aliás, permanentemente ironizada no próprio texto e na invenção de um “factotum” não humano, de fantasia, um Ariel que é espírito do ar para conseguir dar “boa forma” ao que os homens não podem fazer. Essa “encenação”, ou essa “invenção”, como o teatro, esse, o pode fazer, é certo, é um processo para pôr em equação o assunto que sempre nos atormentará como seres racionais: a responsabilidade individual. Ou posto de outro modo, a luta da consciência com o inconsciente, ou a luta do Homem com a Natureza, ou mesmo a luta entre o bem e o mal. Ou, indo mais longe ainda, a luta do Homem com Deus. Problemas que tudo têm a ver com Civilização ou Educação. E também disso fala Auden quando diz que n’A Tempestade, tanto como n’A Flauta Mágica de Mozart, se trata de Educação. E nessa “manipulação”, como na Educação, cabem todos os temas vitais para o Homem Civilizado: o poder, o amor, a amizade, os sonhos, a fome, o trabalho, a exploração do Homem pelo Homem, a justiça, a própria língua, ou seja, as palavras, os nomes que damos às coisas, e a morte, ou seja, a efemeridade da vida, por aí adiante, e até a própria Arte em forma de teatro, é verdade. E até lá está também a Música, mas como um caso diferente, porque, como sabem todos os que já têm algum viver, essa é aquela arte onde têm repouso os tormentos da Razão, a que não fabrica sentido e tanto pode nascer da Natureza, como acontece com os ruídos que Caliban ouvia na ilha, como dos instrumentos que o Homem inventou para a imitar com artifícios. (“Que uma ária solene, o melhor remédio/ Para uma mente perturbada, te cure o cérebro, / Que agora, inútil, te ferve no crânio.”).
O que mais genial encontro n’ A Tempestade é a habilidade com que se torna impossível descobrir se Próspero é o autor da peça (como redutoramente decidiu Greenaway no seu, para meu gosto, detestável e pomposo filme, Prospero’s Books), ou se a peça é sobre Próspero como metáfora de filósofo ou, por outras palavras, como metáfora do Ser pensante do mundo Ocidental. Talvez porque Próspero só pode ser as duas coisas ao mesmo tempo e não só uma delas, dado que todo o Ser pensante, quando pensa (e alguma vez o pode deixar de fazer?), “encena”, ou inventa a realidade no momento em que a está a pensar. E nenhum ser pensante da nossa Civilização sabe pensar sem dicotomias, sem se libertar da noção de bem e de mal. E quem a isto escapa abdica da sua verdadeira natureza de ser racional, o que vai dar, no fundo, como em toda a obra de Shakespeare, à noção de responsabilidade. Quando Próspero no seu tão comentado Epílogo pede ao público que o liberte do feitiço da ilha, creio que mais não faz que pedir o seu impossível “Requiem”, tão impossível quanto o demonstra a prisão a nova dicotomia a que, nesse momento, mais uma vez a sua razão o sujeita: dar prazer (e receber), ou acreditar em Deus.
Nesta encenação d’A Tempestade creio ter caído no erro que sempre quis evitar: o de escolher uma “interpretação”que sei que é redutora. Mas sem isso, e sem fazer batota, inventando uma inocência que não tenho para mascarar de conto infantil a mais complexa peça de teatro que conheço, como dar corpo a figuras e situações que são tão pouco concretas como o mito que Auden, e com razão, diz que Shakespeare conseguiu inventar?
Grande parte da crítica diz que Shakespeare falava de si próprio quando escreveu a peça e que ela é como um seu testamento ou balanço final. Tudo nos empurra para aí. Quem minimamente conhece a sua obra tem a noção de a cada passo dar com uma auto-citação e quase se convence de que a peça é uma antologia de cenas típicas do conjunto da sua obra. A cada passo nos lembramos de muitas das suas personagens e de situações das outras peças. Mas Próspero nunca pode ser uma figuração do próprio Shakespeare. Se não é difícil crer que a tempestade foi criada por ele para trazer os seus inimigos para a ilha, em nenhum momento se pode duvidar de que a história da usurpação do trono de Milão não foi decidida por ele, e facilmente se aceita que foi mesmo o acaso quem trouxe àquelas paragens os seus inimigos. Tenho a agora a noção clara de que Próspero é uma das personagens da peça e não o seu autor e que o seu livro, de que tanto fala e no fim decide afogar, não pode ser o texto da própria peça. Mas que Próspero também não será o simples mago de quem se conta a história, e que o seu livro, como às vezes se pretende, não será o livro das receitas para bruxedos e artes mágicas que o não vemos nunca fazer. O livro que sempre Próspero lerá, aposto eu que tem de ser entendido como uma metáfora de todo o conhecimento e da ética que a História acumulou.
Só que a história da usurpação do poder também é uma evidente citação de tantas outras histórias de usurpação do poder de outras peças de Shakespeare e é verdade que Próspero era artista. Diz de si próprio que era “sem par nas artes nobres” e que se dedicava a ciências ocultas. Mas para qualquer ser racional é difícil crer nestas suas “magias” mais que como metáfora de outros artifícios como os dos criadores de ficções. Ele próprio, quando pede a Ariel uma “festiva exibição da sua arte”, ou seja, uma representação, se refere à sua magia como “artifícios”. E em dois passos estamos outra vez na tentação de sobrepor o próprio Shakespeare, ou pelo menos “o artista”, à personagem de Próspero. E outra coisa que para aí nos empurra é que a peça pressupõe a história da usurpação do poder, já passada, e começa só a partir do momento em que Próspero começa a “encenar”, com a cena do naufrágio. Tudo aquilo a que se assiste na peça é a consequência dos seus artifícios, ou seja, é a hipótese de comportamentos humanos (o do próprio Próspero sobretudo) que a “invenção” daquela situação permite. Não creio que possa haver dúvida de que a peça é a construção de uma ficção que inclui como personagem o próprio Próspero e a história do seu passado com as suas personagens, coisas que ele próprio não inventou. Mas a peça começa só no momento em que uma realidade, já ela inventada, é manipulada e encenada por uma personagem, esse mesmo Próspero, ajudada por seres de fantasia. E se pensarmos por metáforas como me é impossível não fazer, a peça transforma-se na história de uma “encenação”.
Bem sei que essa “encenação” não é um “teatro” (só a festiva exibição armada para a festa do casamento de Fernando e Miranda o é) e que é tão só um processo de pensar. Mas o teatro que sempre fizemos não é também isso?
Toda a peça me lembra inevitavelmente outra peça mais moderna, O Público de Garcia Lorca, já feita por nós em 1989, em que havia um “Próspero” que era um Director de Teatro cujo inconsciente criava figurações do seu passado ou transformações de pedaços do seu passado. E ainda que Próspero se apresente n’ A Tempestade como mago e não como encenador, a associação com a personagem de O Público que eu próprio, como Director de Companhia, interpretava, tornou-se inevitável. Foi assim que a sobreposição da imagem do Director de Teatro com a figura de Próspero abusivamente se tornou na base de todo este espectáculo. A ilha em que tudo se passa passou a ser a própria sala do nosso teatro e quem dá ordem de marcha a toda a função é o mesmo Director de O Público que aqui se apropria das palavras iniciais do Capitão ao Mestre d’ A Tempestade (CAPITÃO Mestre! MESTRE Aqui, capitão! Que mandais? CAPITÃO Ouve, fala aos marinheiros. Depressa, manobrai, ou vamos encalhar. Lestos! Lestos!) para, sentado na mesma cadeira e vestido da mesma maneira, bastantes anos de ofício mais tarde, refazer a cena inicial de O Público (CRIADO Senhor. DIRECTOR Que é? CRIADO Está aí o público. DIRECTOR Que entre.). Nos dois casos se abrem as portas dessa ilha metafórica ao público. Só que desta feita não são as personagens da sua vida inconsciente que lhe entram pela casa dentro, como acontecia no Lorca. É ele que, preso na sua lucidez, como mestre manda actuar as personagens da sua vida, dando-lhes forma de metáfora.
E o próprio tratamento cenográfico da sala e todo o guarda-roupa se tornou, à imagem das cenas da peça em relação às outras peças de Shakespeare, na memória de outros espectáculos da Companhia e sobretudo de outras peças de Shakespeare: as 3 portas do teatro isabelino e do Ricardo III, a escadaria de Muito Barulho por Nada, os armários e as pedras de Cimbelino, o avançado sobre a plateia de Tito Andrónico, o duplo palco de Anatomia Tito, algum guarda-roupa do Conto de Inverno, para não falar nas várias coroas, e em muitos outros objectos, ou no fragmento de chão e nos fatos negros do Dom Carlos e no raio de Júpiter que, em cena semelhante à do “teatro dentro do teatro” desta peça, Gil Vicente segurava em Um Auto de Gil Vicente de Garrett. De Os Gigantes da Montanha, o outro espectáculo do díptico a que chamámos “ A Caverna do Mágico”, também ficou a parede negra enfeitando a noite de estrelinhas e a semelhança dos espíritos sem cara que transportam o falso banquete com os fantoches da outra peça. E os ajudantes de cena, vestidos com os mesmos fatos-macacos negros que, desde que fizemos O Público, copiámos de A Barraca, a companhia universitária de Lorca. E se falássemos dos actores desta tempestade ou dos que a fizeram e nem sequer aparecem em cena, encontraríamos nos actores deste espectáculo ou nos seus bastidores muitos dos seres que há tanto tempo dão vida à nossa ilha.
Ariel é a outra personagem que, além de Próspero, é indispensável à construção deste complexo artifício. É o “espírito”, seu criado, ou escravo, a quem afectivamente chama “meu” e a quem aplica mil adjectivos (“formoso, delicado, sagaz, manhoso, doce, precioso, industrioso”), e chega a chamar “maligno”. Há outros espíritos companheiros de Ariel a que quase não demos forma nesta encenação, mas eles apenas o prolongam. Ele e os seus “acólitos menores” são a única personagem irreal da peça” e lembram-nos inevitavelmente o Puck e os outros duendes do Sonho de uma Noite de Verão. É também difícil entender a sua existência ao lado de Próspero a não ser simbolicamente. É Ariel que lhe faz os teatros e é ele quem afinal executa todas as “magias” de Próspero. Só Próspero o vê porque ele é metade de Próspero, é o seu “engenho”, a sua “fantasia”. É leve como o ar, voa, atravessa céu e terra, brinca, canta. A outra metade de Próspero é sisuda e moralista, é o Próspero educador, que tira a liberdade à sua outra metade, Ariel, obrigando-o a pôr-se ao serviço da sua acção moralizadora. Esse Ariel que se tinha furtado (ou não gostasse ele de brincar) ao serviço do Mal na pessoa da bruxa Sicorax, (que o Mal não brinca nem deixa brincar). Durante doze anos, longe do mundo do poder, Próspero pode ter-se divertido com as suas “magias” e ter sido feliz. Próspero podia ter-se tornado tão lúdico como Ariel. Mas Próspero tinha sido Duque e quis ajustar contas com o Mundo. Quando o acaso lhe trouxe o Mundo de novo, o ressentimento tornou a coisa séria. E quando nesse ajuste de contas desiste do castigo a favor do perdão, para não ser como um Deus e ser um homem, já é tarde demais. Próspero já se enganou, perdeu a vida, mandou quem mais amava para o Mundo, a sua filha, e deu-lhe em herança o seu poder. Percebe que a perdeu porque vê que ela, como os outros poderosos, se perderá. Mais que recompensar o Rei ou castigar o seu irmão António, que nunca deixará de ser político e, por certo, campeão de “xadrês”, a imagem final dos jovens a jogar xadrês como quem brinca com o poder, aproveita a Próspero. E apostava que foi Ariel quem a mostrou. Mas Ariel enganou-se, não conquistou o seu mestre, perdeu-o também. Próspero a partir daí torna-se santo e triste, e renuncia definitivamente ao Ducado mas já não tem espaço para Ariel. Dele se despede Próspero quando renuncia à sua Arte. E poderíamos dizer que A Tempestade é a luta entre Próspero e Ariel, ou o diálogo de Próspero consigo próprio, onde quem vence é o desespero.
Cheguei a pensar que a outra personagem que marca profundamente a peça, Caliban, era o oposto de Ariel. Hoje vejo que não. Caliban não é um ser de “fantasia” como Ariel, é um ser humano, tanto como Próspero, a sua filha, ou os náufragos. É o homem que neste micro-cosmos, Próspero, o ser racional, não sabe conhecer porque, seja branco, negro ou amarelo ou pele-vermelha, ele é um selvagem e não sabe distinguir o bem do mal. Próspero quis amar Caliban mas Caliban foi destruído por Próspero quando lhe vedou o sexo e o pôs a falar a falar em verso. E também aqui uma leitura de primeiro grau não satisfaz. Ainda que seja um homem, Caliban não deixa de ser simbólico, afinal como tudo na peça, e é a parte da vida que a Civilização não conhece ou não consegue dominar. Próspero, no seu desencanto final consigo próprio enquanto ser Civilizado, depois de perceber que nem só de “virtude”, “a mais subida acção”, vive o homem, acolhe-o de novo na sua gruta com esses cómicos que, por pecarem, ou não terem instrução. Ou serem pobres, não são aceites no Mundo. Mas Próspero já não vai a tempo de o viver, talvez tenha apenas percebido que a vida não se pode arrumar nem dividir e pode ser maior que aquilo que a nossa Civilização a deixa ser.
Dir-se-ia que Shakespeare, nesta talvez última peça, saltou para o ar como o Ariel de Strehler era capaz de fazer, e lá de cima viu o Mundo, que tão bem tinha posto no palco em toda a sua obra. Viu os humildes e os poderosos, viu os espertalhões e os ingénuos, os maus e os bons, os cínicos e os generosos, a todos entendeu e apesar da lucidez com que os sabe olhar, até se enternece com o único “bom coração”, Gonçalo, a quem entrega o discurso do primeiro falso fim da peça, aquele que corresponde ao fim convencional das comédias e da reposição da ordem. (Oh, alegrai-vos mais que a simples alegria,/ E gravai isto a ouro em colunas eternas!/ Numa viagem, encontrou Claribela/ Em Tunes seu marido; e encontrou/Uma esposa Fernando, seu irmão,/ Quando estava dado por perdido;/Próspero, nesta pobre ilha,/ Encontrou o seu ducado, e todos nós/ A nós nos encontrámos, quando de nós/Cada um estava perdido.) Se não deixasse partir Ariel, Shakespeare seria igual a Deus e tudo veria do Céu. Mas no sofrimento que a sua lucidez lhe traz e que se lhe descobre na ironia do verdadeiro final, que é o Epílogo, Próspero, ou Shakespeare, sabe-se lá, revela que de uma coisa ele nunca abdicará: de continuar a ser um ser humano. O seu “içar as velas” do discurso final é com certeza morrer.
Penso que esta peça é tudo isto sem deixar de ser o seu primeiro nível de leitura. Como os mitos. Mas foi em inúmeros níveis de leitura que todo o espectáculo acabou por ser trabalhado. E não sei se aí não nos perdemos. Mas peça mais abstracta não há. Na sua última peça, Shakespeare, ao contrário do que quase sempre fez, põe a sua capacidade infalível para pôr em cena homens de carne e osso, ao serviço de uma abstracta construção mental.
Para além de termos tentado que cada cena, ou pelo menos cada um dos vários evidentes grupos de personagens, correspondendo ao que acontece com os diferentes tipos de escrita de Shakespeare, tivesse um estilo de representação diferente, todo o espectáculo nos exigiu uma permanente ironia cénica que não sei se teremos conseguido. Como se representa a vários níveis ao mesmo tempo sem perder o risco de nos perdermos? Creio que é a própria peça que exige o salto permanente entre a hipótese de uma interpretação simbólica de conteúdo filosófico e a de uma mera “fantasia cénica” e que, falhando uma ou outra, tudo se arrisca a perder todo o sentido. Quem diz o Epílogo? Próspero ou o actor que o interpreta? E não é isso a ironia? Nunca dar a certeza do sentido do que se está dizendo? Dizer uma coisa para dizer o seu contrário? E não é a ironia o mais subido e divertido passatempo de quem pensa e quer por à prova a capacidade de pensar dos seus pares, desesperadamente tentando fugir à solidão, e inventar cumplicidades?
Receio que o espectáculo acabe por falar mais de nós que daquilo que o texto fala. Não era isso que eu queria. Queria que estes artifícios tão pessoais a que recorremos nos ajudassem a, com o texto de Shakespeare, falar com o público (“Que entre!” na Ilha) sobre o ressentimento, a justiça e a compaixão como as velhas soluções para a nossa responsabilidade humana, para o nosso viver com os outros. E, claro, sobre a liberdade a que aspiramos na prisão em que nos encerra a razão, esbracejando no mar da nossa memória cultural. Afinal um espectáculo sobre a Consciência.
O que a mim mais me interessa é o trajecto mental de Próspero no “jogo” que ele próprio inventou. Como se enganou quando sobrepôs ao amor pela sua filha a inicial necessidade de um ajuste de contas com a sociedade dominada pelas lutas pelo poder, e assim a deixou perder no velho mundo. Como percebeu que o perdão era a outra face da velha moeda da culpa. Como não soube ainda encontrar a poção mágica para o equilíbrio entre natureza e civilização. Nem pensar sem partir em dois a realidade. Como é desesperada a impotência do seu discurso final, antes de voltar à solidão.
Ainda não desistimos da alegria e acreditamos que um dia será possível representar este mito como coisa já fechada. Com a simplicidade que, (Brook tem nisso razão), deve ser a única maneira de lhe dar forma. Como se acreditássemos em “magias”. Sem o fazermos por ignorância e sem que isso pareça uma história para crianças mas seja uma história que dá forma á História da nossa Civilização. Quando o Mundo tiver mudado. Por enquanto a Tempestade ainda fala de nós.
Luis Miguel Cintra
EM PALCO
ALONSO, Rei de Nápoles José Manuel Mendes
SEBASTIÃO, seu irmão Ricardo Aibéo
PRÓSPERO, o legítimo Duque de Milão Luis Miguel Cintra,
ANTÓNIO, seu irmão, o Duque usurpador de Milão António Fonseca
FERNANDO, filho do Rei de Nápoles Vítor d’Andrade
GONÇALO, um velho e honrado conselheiro Luís Lima Barreto
ADRIANO, fidalgo Tiago Matias
FRANCISCO, fidalgo Pedro Lamas
CALIBAN, um escravo selvagem e deformado Nuno Lopes
TRÍNCULO, um bobo Duarte Guimarães
ESTÊVÃO, um despenseiro bêbedo João Pedro Vaz
O MESTRE de um navio Paulo Moura Lopes
MIRANDA, filha de Próspero Sofia Marques
ARIEL, um espírito do ar Dinis Gomes
IRIS, espírito Rita Durão
CERES, Ariel disfarçado Dinis Gomes
JUNO, espírito Márcia Breia
NINFA do Mar, Ariel transformado Rita Durão
HARPIA, Ariel transformado Márcia Breia
ESPÍRITOS Paulo Moura Lopes e Manuel Romano
Cravo Marcos Magalhães ou José Carlos Araújo
Lisboa: Teatro do Bairro Alto. 12/03 a 26/04/2009
1.4.09
cada tiro cada melro
O primeiro tiro foi a escolha do cineminha( "a corte do norte"). Um filme com o bom que o João Botelho sempre nos habituou, a fotografia de luz desenhada à moda renascentista, os quadros todos eles equilibrados e bonitos que nos remetem para a pintura classica (Giuditta e Oloferne de Caravaggio e La morte de Marat de David ), algumas cenas carregadas de teatralidade e a sensibilidade de guardar na imagem a beleza da paisagem da Madeira que as novelas da TVI não nos mostra.
Mas não se aprende com os erros(O Fatalista) e o cinema não é literatura.A busca de uma mulher pela historia da sua familia enterranos em varias historias das varias mulheres que o espectador tem que colar, lacuna qual podia ser minimizada com a voz off que descreve o que vemos na imagem(reduzindo-a a ilustração) e é mais um exercicio lirico do filme, enfim um recurso mal usado (entre outros)!
A figuração é hilariante e enriquece o filme no seu lado humoristico, as condessas lá do sitio tinham dentes de meretrizes, as poucas frases são carregadas de entoação e o estar tenso e duro ate serve de cadeira para a moreirinha se aninhar.
E falando na Ana Moreira,às vezes tem sotaque outras vezes nem por isso e a coisa piora porque é a unica, e se cerrasse menos os maxilares talvez ajudasse.
"A Corte do Norte" não sofre as questões de adaptação, afastamento ao livro, preservação do espirito da narrativa e fidelidade, o filme é o livro não um filme adaptado do livro, como se refere a ele JLP "um objecto fora de si, ou “sobre-si”, cinema que quer ser outra coisa, um lugar que é mais do que estranho porque é impossível".
E em palco lá estão os "Hipócritas" com GLADIADORES no Institut Franco-Portugais de 2 de Abril a 2 de Maio, de quinta-feira a sábado pelas 22h.
31.3.09
29.3.09
Mighty Aphrodite (1995) Woody Allen
No tempo em que o Woody Allen só´fazia filme em Nova Iorque!Pronto o coro grego merecia o desvio fica bem na cronica da vida de casado, as lutas entre a familia vs carreira, este ou o outro tipo...
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(IV)
A Máfia em Paris ou DETECTIVE de Jean- Luc Godard
Principio e o fim - O AMOR É ETERNO. a catastrofe é a primeira estrofe de um poema de amor.
"Não se preocupe porei amanha o Tiger Jones KO"
"Não mas ele não é o Tiger Jones"
"Mas um campeão luta sempre contra si próprio"
trailer à la Godard
Principio e o fim - O AMOR É ETERNO. a catastrofe é a primeira estrofe de um poema de amor.
"Não se preocupe porei amanha o Tiger Jones KO"
"Não mas ele não é o Tiger Jones"
"Mas um campeão luta sempre contra si próprio"
trailer à la Godard
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(X)
GRAN TORINO
Humor, Drama, Personagens, Dialogos, Representações e um filme tão dos nossos dias!
Clint seco, amargo, inconveniente, sem papas na lingua, um familia sanguessuga hipocrita e o retrato de uma comunidade emigrante.
5 stars
Humor, Drama, Personagens, Dialogos, Representações e um filme tão dos nossos dias!
Clint seco, amargo, inconveniente, sem papas na lingua, um familia sanguessuga hipocrita e o retrato de uma comunidade emigrante.
5 stars
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(IX)
from "Territory" / N620 Spain - Road Map © Luís Palma
BES PHOTO/PETER KOGLER no ccb até 17 e 31 de Maio
do BES foto o conceito"territorialidade" sobre o qual trabalhou/ fotografou Luis Palma, foi de todos os trabalhos a concurso aquele que considerei mais interessante mas sei que o Andre Gomes conquistará a atenção do publico com o Livro de Angela e cuidado não ignorem a instalação sonora de Edgar Martins!
Peter Kogler constroi espaços esteticos equilibrados, visualmente agradaveis, apraziveis e diferentes que decorrem do estudo que faz sobre formigas e ratos, as suas movimentaçoes e organização. A que distância estamos deles quando nos vemos reflectidos entre a representação os seus trajectos?
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(V)
Poema sem rima e de escassas palavras... o motor são as figuras biblicas Reis Magos. Das personagens anafadas já se sabe para onde vão, de onde veem, as suas motivaçoes e intenções! Albert Serra queria so representar num ensio- artistico-poetico- filmico( por meio de uma mise en scene sem grande compromisso com o real, um trabalho de saturação da imagem, e de uma escolha sonora entre o silencio e o ruido) um acontecimento que na cultura espanhola é relevante - A visita dos Reis pelo nascimento do Messias.
O CANTO DOS PÁSSAROS
O CANTO DOS PÁSSAROS
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VI)
JOSEP NIEBLA: Paixão pela Pintura (Lisboa) 13 Mar 2009 - 03 Mai 2009
É sempre optimo ir ao Palacio das Galveias ver um artista que funde a pintura com o ferro, tecidos e neons em temas como África e o Amor.
Atenção às obras "à distancia", "memória oxidada" e "os dias em que te vejo" uma composição de ferro, um fundo negro/ um mar de onde emergem barras douradas na orla...
28.3.09
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(III)
THE WRESTLER* Amor ou atenção
Personagens de palcos de focos e de luzes que vivem na miseria da indeferencia suplicando o mais basico do afecto humano a atenção.
É o de mais proximo de amor que conseguem um cliente -doente- pai ausente-exestrela Wrestling -com o casaco rasgado e colado com fita cola e uma mãe presente- sozinha - que não passa de stripper a envelhecer por quem a carne de ninguem se interessa.
A luz apaga-se um dia, o palco foge e não passaremos de velhos que precisam de atenção.
REAL. Darren Aronofsky
WRIT. Robert D. Siegel
WITH Mickey Rourke e Marisa Tomei
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VII)
ROBOT ARTe
Leonel Moura, artista plástico nascido em Lisboa em 1948, em 2009, é embaixador de Portugal no Ano Europeu da Criatividade e Inovação pelo trabalho desenvolvido nestes últimos anos com robótica e inteligência artificial.
Em 2003 criou a primeira geração de robôs pintores capazes de produzir, de forma autónoma e baseados no comportamento emergente, obras de arte originais.
Em 2006 cria o RAP (Robotic Action Painter) – este robot para além da produção de pinturas, decide por si próprio o momento em que a estas estão terminadas e assina.
Também em 2006 segue-se ISU (O robô que passa a figurar na colecção permanente do Museu de História Natural de Nova Iorque - e que para além da produção de pinturas, decide por si próprio o momento em que a estas estão terminadas e assina. Constrói também, em 2006, o ISU (O robô poeta) que constrói composições pictóricas, com letras, palavras e manchas de cor, muito ao estilo da Poesia Concreta e do Letrismo, donde retira o seu nome em homenagem a Isidore Isou criador deste movimento.
Leonel Moura e a ROBOT ARTe com a ISU, The Poet Robot e RAP [Robotic Action Painter] a espreitar em óbidos até 24 de Maio ou se não ficar a caminho no sitio www.leonelmoura.com!
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(VIII)
... um 8 e 1/2 do teatro e improvisa-se TANTO TEATRO no Dona Maria II até 5 de Abril.
ESTA NOITE IMPROVISA-SE
Luigi Pirandello
Encenador: Jorge Silva Melo
Actor: Alexandra Viveiros, Alexandre Ferreira, Andreia Bento, António Simão, Cândido Ferreira, Carlos Marques, Cecília Henriques, Crista Alfaiate, Jéssica Anne, João Meireles, João Miguel Rodrigues, Joaquim Pedro, John Romão, Lia Gama, Luís Godinho, Pedro Carraca, Miguel Telmo, Pedro Lacerda, Pedro Luzindro, Ricardo Batista, Sara Belo, Sara Moura, Sílvia Filipe, Vânia Rodrigues, Victor Gonçalves
ESTA NOITE IMPROVISA-SE
Luigi Pirandello
Encenador: Jorge Silva Melo
Actor: Alexandra Viveiros, Alexandre Ferreira, Andreia Bento, António Simão, Cândido Ferreira, Carlos Marques, Cecília Henriques, Crista Alfaiate, Jéssica Anne, João Meireles, João Miguel Rodrigues, Joaquim Pedro, John Romão, Lia Gama, Luís Godinho, Pedro Carraca, Miguel Telmo, Pedro Lacerda, Pedro Luzindro, Ricardo Batista, Sara Belo, Sara Moura, Sílvia Filipe, Vânia Rodrigues, Victor Gonçalves
26.3.09
Hotel Overlook, quarto 237 ou um copo no Bada Bing(I)
A personagem faz um arco vai de um sitio a outro.*Christopher Moltisanti o mafioso que quer ser argumentista de cinema.THE SOPRANOS season 1
21.3.09
com o sol de Inverno nao tenho calor, por isso Xau
poemario assirio & alvim 2009 hoje diz Caeiro
"que triste não saber florir!
ter que por verso sobre verso,
como quem constroi um muro
e ver se esta bem
e tirar se não está!"
o ccb dizia Clarice Lispector
"Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém."
20.3.09
"Quais" da familia?
http://www.myspace.com/odesertobranco
Deserto branco... O encanto deve ser de familia!!
Como é que entrantes nesta canção?
Neste instrumento sou fraco mediano e por ti arrisco este solo de piano.
Deserto branco... O encanto deve ser de familia!!
Como é que entrantes nesta canção?
Neste instrumento sou fraco mediano e por ti arrisco este solo de piano.
19.3.09
A Mae
O romance Mãe é considerado um dos trabalhos mais importantes do escritor revolucionário russo Máximo Gorki. Escrito em 1907, quanto o autor encontrava-se refugiado em Staten Island com sua mulher, o romance começa descrevendo os hábitos e a vida das pessoas num típico bairro operário russo, para logo depois se dedicar à história de uma das famílias.
Logo nos primeiros capítulos do romance o chefe da família, Mikhail Vlassov morre, deixando Peláguea Nilovna viúva e o jovem Pavel órfão. Sua morte, no entanto, não causa grande comoção entre os familiares e nem mesmo entre os vizinhos e companheiros do bairro onde morava, uma vez que o velho tinha hábitos rudes e grotescos, principalmente com Peláguea e Pavel, com quem não falava há mais de dois anos. “(...) Mikhail Vlassov, serralheiro, cabeludo, sóbrio, que, com seus olhos pequenos, sob grossas sobrancelhas, olhava com desconfiança e escárnio. O melhor serralheiro da fábrica e o mais forte e temido do bairro operário, era grosseiro com seus superiores e, por isso, ganhava pouco; aos feriados sempre surrava alguém e todos o temiam e detestavam”.
Livre dos pesadelos da vida doméstica com seu marido, Peláguea Nilovna passa a observar melhor o comportamento de seu filho Pavel. Logo percebe que seus hábitos não são iguais aos dos outros jovens do bairro, que não freqüenta as festas nem consome álcool em demasia, mas mesmo assim permanece um grande tempo fora de casa. A mãe chega a formular diversas hipóteses para justificar a ausência constante do filho, porém descarta todas elas. Certo dia, após o jantar, Pavel encosta-se num canto e sob a luz do lampião começa a ler um livro, a mãe se aproxima dele em silêncio, e então o filho revela: “Estou lendo livros proibidos. São proibidos, porque dizem a verdade sobre nossas vidas de operários...”. Subitamente a mãe sente um aperto no coração e então Pavel explica-lhe pacientemente tudo o que já havia aprendido sobre a vida dos operários e diz-lhe que em breve alguns de seus amigos da cidade virão até a casa, para que se realize uma reunião.
A partir daí, passam a ser realizadas reuniões constantes na casa de Pavel, que no início causam grande temor a mãe, que com o passar do tempo acalma-se e passa a sentir uma grande simpatia pelos companheiros de seu filho. O grupo organizado por Pavel passa a atuar nas fábricas do bairro, são distribuídos panfletos e chegam até mesmo a organizar uma greve. Tudo isso, numa época em que a repressão do governo czarista era enorme. Por essas ocasiões, Pavel chegou a ser preso, porém não demorou muito a ser solto novamente. Durante o tempo de retenção de seu filho, Nilovna passou a cooperar mais ativamente com o grupo de jovens que se organizava no bairro, tendo inclusive, disfarçada de vendedora de comida, infiltrado diversas edições de panfletos nas fábricas, passando com muita esperteza e facilidade pela vigilância dos guardas e patrões.
Às vésperas da manifestação do 1º de Maio de 1902 na Rússia, um acontecimento real retratado no livro, a mãe já havia adquirido uma compreensão sobre a importância da atividade do filho, chegando a ajudar nos preparativos para a manifestação no bairro, que contou com panfletos e cartazes, e também uma boa organização para escapar da vigilância da polícia czarista. “Os manifestos, conclamando os operários a festejar o Primeiro de Maio, eram pregados nos muros e paredes todas as noites; apareciam, até, na porta da delegacia, e eram encontrados, diariamente, na fábrica. Todas as manhãs, policiais, enfurecidos, percorriam o bairro, arrancando e raspando os cartazes roxos das paredes, mas, à hora do almoço, eles voltavam a voar pelas ruas, caindo aos pés dos transeuntes”.
A manifestação do Primeiro de Maio foi um sucesso no bairro, reunindo uma multidão de operários, sob o comando do grupo de Pavel, que foi um dos líderes que mais se destacou. Nesse momento, o grupo se identifica pela primeira vez no livro como integrante do Partido Operário Social Democrata Russo.
Com o avanço da passeata, em determinada rua do bairro ela se encontra com um batalhão de policiais, mas não deixa de avançar. Aos poucos a multidão começa a se dispersar, mas os líderes da manifestação seguem em frente até entrar em choque com a polícia. Resulta do confronto a prisão de Pavel e todos os seus companheiros, incluindo o ucraniano Andrei, que há algum tempo estava morando em sua casa e havia adquirido uma grande amizade com a mãe. À prisão seguiu-se um ato de protesto em que Nilovna tomou parte principal discursando não apenas em favor de seu filho, mas demonstrando já um conhecimento da causa a que ele servia.
Temerosos de que houvessem retaliações à mãe de Pavel, que encontrava-se sozinha em casa depois de sua prisão, seus companheiros do partido levaram Paláguea para morar na cidade, pois a polícia já havia invadido e revistado sua casa em duas ocasiões anteriores e desta vez ela mesma poderia ser levada presa.
A partir daí então, a mãe foi morar na casa de um militante chamado Nicolai, passando a trabalhar cada vez mais pelo partido, sendo responsável principalmente pelo transporte de jornais, panfletos e manifestos, principalmente para os camponeses, tornando-se com o passar do tempo, uma verdadeira militante.
A obra retrata com fidelidade a agitação social em que a Rússia estava submersa no começo do século, o inicio do movimento político no bairro operário, de uma forma que apenas um profundo conhecedor da cultura, dos falares, das gírias e costumes do povo russo, como Gorki, poderia realizar, fazendo despertar um profundo entusiasmo através da história da vida de Pelaguéa Nilovna, a Mãe.
**
Num mundo de incertezas, esta é uma tentativa de apresentar provocações/soluções outras que nos façam questionar este caminho único e difuso que, evidentemente, não nos serve.
GESTÃO DE POTENCIAL "geração dos 500 euros"
Encenação Gonçalo Amorim
Músico João Paulo Esteves da Silva
Com Bruno Bravo, Carla Galvão, Carla Maciel, Carloto Cotta, David Pereira Bastos, Mónica Garnel, Paula Diogo, Pedro Carmo, Raquel Castro e Romeu Costa
Logo nos primeiros capítulos do romance o chefe da família, Mikhail Vlassov morre, deixando Peláguea Nilovna viúva e o jovem Pavel órfão. Sua morte, no entanto, não causa grande comoção entre os familiares e nem mesmo entre os vizinhos e companheiros do bairro onde morava, uma vez que o velho tinha hábitos rudes e grotescos, principalmente com Peláguea e Pavel, com quem não falava há mais de dois anos. “(...) Mikhail Vlassov, serralheiro, cabeludo, sóbrio, que, com seus olhos pequenos, sob grossas sobrancelhas, olhava com desconfiança e escárnio. O melhor serralheiro da fábrica e o mais forte e temido do bairro operário, era grosseiro com seus superiores e, por isso, ganhava pouco; aos feriados sempre surrava alguém e todos o temiam e detestavam”.
Livre dos pesadelos da vida doméstica com seu marido, Peláguea Nilovna passa a observar melhor o comportamento de seu filho Pavel. Logo percebe que seus hábitos não são iguais aos dos outros jovens do bairro, que não freqüenta as festas nem consome álcool em demasia, mas mesmo assim permanece um grande tempo fora de casa. A mãe chega a formular diversas hipóteses para justificar a ausência constante do filho, porém descarta todas elas. Certo dia, após o jantar, Pavel encosta-se num canto e sob a luz do lampião começa a ler um livro, a mãe se aproxima dele em silêncio, e então o filho revela: “Estou lendo livros proibidos. São proibidos, porque dizem a verdade sobre nossas vidas de operários...”. Subitamente a mãe sente um aperto no coração e então Pavel explica-lhe pacientemente tudo o que já havia aprendido sobre a vida dos operários e diz-lhe que em breve alguns de seus amigos da cidade virão até a casa, para que se realize uma reunião.
A partir daí, passam a ser realizadas reuniões constantes na casa de Pavel, que no início causam grande temor a mãe, que com o passar do tempo acalma-se e passa a sentir uma grande simpatia pelos companheiros de seu filho. O grupo organizado por Pavel passa a atuar nas fábricas do bairro, são distribuídos panfletos e chegam até mesmo a organizar uma greve. Tudo isso, numa época em que a repressão do governo czarista era enorme. Por essas ocasiões, Pavel chegou a ser preso, porém não demorou muito a ser solto novamente. Durante o tempo de retenção de seu filho, Nilovna passou a cooperar mais ativamente com o grupo de jovens que se organizava no bairro, tendo inclusive, disfarçada de vendedora de comida, infiltrado diversas edições de panfletos nas fábricas, passando com muita esperteza e facilidade pela vigilância dos guardas e patrões.
Às vésperas da manifestação do 1º de Maio de 1902 na Rússia, um acontecimento real retratado no livro, a mãe já havia adquirido uma compreensão sobre a importância da atividade do filho, chegando a ajudar nos preparativos para a manifestação no bairro, que contou com panfletos e cartazes, e também uma boa organização para escapar da vigilância da polícia czarista. “Os manifestos, conclamando os operários a festejar o Primeiro de Maio, eram pregados nos muros e paredes todas as noites; apareciam, até, na porta da delegacia, e eram encontrados, diariamente, na fábrica. Todas as manhãs, policiais, enfurecidos, percorriam o bairro, arrancando e raspando os cartazes roxos das paredes, mas, à hora do almoço, eles voltavam a voar pelas ruas, caindo aos pés dos transeuntes”.
A manifestação do Primeiro de Maio foi um sucesso no bairro, reunindo uma multidão de operários, sob o comando do grupo de Pavel, que foi um dos líderes que mais se destacou. Nesse momento, o grupo se identifica pela primeira vez no livro como integrante do Partido Operário Social Democrata Russo.
Com o avanço da passeata, em determinada rua do bairro ela se encontra com um batalhão de policiais, mas não deixa de avançar. Aos poucos a multidão começa a se dispersar, mas os líderes da manifestação seguem em frente até entrar em choque com a polícia. Resulta do confronto a prisão de Pavel e todos os seus companheiros, incluindo o ucraniano Andrei, que há algum tempo estava morando em sua casa e havia adquirido uma grande amizade com a mãe. À prisão seguiu-se um ato de protesto em que Nilovna tomou parte principal discursando não apenas em favor de seu filho, mas demonstrando já um conhecimento da causa a que ele servia.
Temerosos de que houvessem retaliações à mãe de Pavel, que encontrava-se sozinha em casa depois de sua prisão, seus companheiros do partido levaram Paláguea para morar na cidade, pois a polícia já havia invadido e revistado sua casa em duas ocasiões anteriores e desta vez ela mesma poderia ser levada presa.
A partir daí então, a mãe foi morar na casa de um militante chamado Nicolai, passando a trabalhar cada vez mais pelo partido, sendo responsável principalmente pelo transporte de jornais, panfletos e manifestos, principalmente para os camponeses, tornando-se com o passar do tempo, uma verdadeira militante.
A obra retrata com fidelidade a agitação social em que a Rússia estava submersa no começo do século, o inicio do movimento político no bairro operário, de uma forma que apenas um profundo conhecedor da cultura, dos falares, das gírias e costumes do povo russo, como Gorki, poderia realizar, fazendo despertar um profundo entusiasmo através da história da vida de Pelaguéa Nilovna, a Mãe.
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Num mundo de incertezas, esta é uma tentativa de apresentar provocações/soluções outras que nos façam questionar este caminho único e difuso que, evidentemente, não nos serve.
GESTÃO DE POTENCIAL "geração dos 500 euros"
Encenação Gonçalo Amorim
Músico João Paulo Esteves da Silva
Com Bruno Bravo, Carla Galvão, Carla Maciel, Carloto Cotta, David Pereira Bastos, Mónica Garnel, Paula Diogo, Pedro Carmo, Raquel Castro e Romeu Costa
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